ECONOMIA
"CRISE NO MERCADO EDITORIAL LEVA SARAIVA A FECHAR 20 LOJAS"
"Empresa afirma que lojas fechadas representam 38% dos negócios da companhia que vai focar em vendas pela internet"
"Depois de a Livraria Cultura entrar com pedido de recuperação judicial, agora foi a vez de a rede Saraiva tomar uma medida drástica. Nesta segunda-feira (29), ela anunciou o fechamento de 20 lojas espalhadas pelo Brasil. A empresa não confirma a relação das livrarias fechadas, mas segundo fontes do mercado, estão entre elas os pontos de Londrina, Santos (Avenida Ana Costa), Campinas (Galeria Shopping), Alphaville, Tamboré, Granja Viana, Mogi das Cruzes dos shoppings Anália Franco, West Plaza e Plaza Sul.
Em comunicado, a Saraiva disse que vem tomando 'medidas voltadas à evolução da operação e perenidade do negócio'. Isso inclui, além do fechamento das lojas, o fortalecimento do seu e-commerce, que hoje representa, segundo a empresa, 38,4% do negócio. A rede tem, no momento, 84 livrarias.
'Em linha com sua estratégia, as iniciativas refletem um esforço da companhia em obter rentabilidade e ganho de eficiência operacional, dentro de uma estrutura mais enxuta e dinâmica. Nesse sentido, as medidas adotadas pela companhia incluem o fechamento de algumas lojas. Com este momento, a empresa dá continuidade ao seu plano de transformação, que inclui aberturas, reformas e fechamento de unidades, a fim de manter sua operação saudável e cada vez mais multicultural', informa a Saraiva em nota.
A Saraiva diz que focará sua atuação no seguimento de livros - outras categorias de produtos devem ser vendidos por lojistas do marketplace. 'A empresa focará seu negócio no mercado de livros, que representa a essência da companhia e é hoje a categoria mais vendida pela rede. Complementar ao universo de leitura contínua a ofertar produtos de papelaria, games, filmes e música. Com isso, o itens de tecnologia, que incluem telefonia e informática, passarão a ser vendidos no modelo de negócio de marketplace próprio, que atualmente já opera integrado ao nosso e-commerce'.
A empresa diz que o marketplace faz 'parte da transformação digital da companhia'. 'Que vem agregar uma experiência ainda mais qualificada e inclui categorias de produtos complementares e em sinergia ao negócio, como smartphones, computadores, brinquedos, artigos de decoração, entre outros'.
A Saraiva e a Cultura são protagonistas (e também responsáveis) por uma das piores crises do mercado editorial brasileiro. Nos últimos anos, não estão conseguindo liquidar o pagamento para seus fornecedores - agravando ainda mais a situação das editoras.
Ao mesmo tempo, livrarias como Martins Fontes e as redes Leitura, Livrarias Curitiba, Travessia e Vila, mais conservadoras em sua gestão, estão conseguindo passar um pouco mais tranquilamente pela atual crise."
(Com Estadão Conteúdo)
Notícia retirada do site VEJA, 29 de outubro de 2018 (Acesso: 29/10/2018)
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