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DE OLHO NA HISTÓRIA
EXIGÊNCIAS E REVANCHES MARCAM O FIM DA I GUERRA
Há 100 anos chegavam ao fim o conflito que opôs as principais potências do período e desencadeou o crescimento do nazifascismo na Europa
O ano era 1918. Às 11 horas da manhã do dia 11/11 era assinado o Armistício de Compiègne, que colocava fim ao mais sangrento conflito que o planeta havia testemunhado até então: a I Guerra Mundial.
A disputa militar entre as principais potências capitalistas do período foi resultado de uma série de transformações decorrentes da expansão do processo de industrialização na segunda metade do século XIX na Europa. Em busca de mão de obra barata, matéria-prima e mercados consumidores para escoar seus produtos excedentes, as nações europeias passaram a disputar territórios na Ásia e na África. Esse fenômeno ficou conhecido como imperialismo.
A disputa militar entre as principais potências capitalistas do período foi resultado de uma série de transformações decorrentes da expansão do processo de industrialização na segunda metade do século XIX na Europa. Em busca de mão de obra barata, matéria-prima e mercados consumidores para escoar seus produtos excedentes, as nações europeias passaram a disputar territórios na Ásia e na África. Esse fenômeno ficou conhecido como imperialismo.
Iniciada com uma disputa local entre o império Austro-Húngaro e a Sérvia, a I Guerra Mundial arrastou o mundo para um confronto que envolveu mais de 70 países de todos os continentes. A partir desse choque de imperialismos, foram formados dois sistemas de aliança que se enfrentaram na guerra: a Tríplice Entente, comandada por França, Inglaterra e Rússia e que passou a se chamar Aliados durante a guerra; e a Tríplice Aliança, liderada por Império Au stro-Húngaro, Alemanha e Itália.
UMA NOVA POTÊNCIA
Após quatro anos de combates, a Vitória dos Aliados reconfigurou o equilíbrio de poder na Europa. No entanto, mesmo com o triunfo, França e Inglaterra saíram do conflito economicamente frágeis, em função da devastação causada pela guerra e pelos elevados gastos militares. Já a Rússia havia se retirado pouco antes do fim da Guerra, em meio à Revolução que derrubou a era absolutista dos czares e implementou o regime socialista.
Com isso, a Europa perdeu o papel hegemônico no mundo, abrindo caminho para os Estados Unidos (EUA) consolidaram sua supremacia econômica e militar. O país manteve-se neutro inicialmente, fornecendo matérias-primas e produtos industrializados para ambos os lados da disputa. Apenas 1917, os EUA entraram na guerra, sendo decisivos para a vitória dos Aliados.
Outra consequência da Guerra foi a reconfiguração do mapa político da Europa e do Oriente Médio. Entre as alterações, destacam-se a fragmentação do Império Austro-Húngaro, que deu origem à Áustria, à Hungria e à Tchecoslováquia. A Sérvia absorveu a Bósnia-herzegovina, a Eslovênia e a Croácia, criando o que viria a ser a Iugoslávia. O Império Turco Otomano foi desintegrado, proclamando a República na Turquia. Os territórios árabes até então dominados pelos turcos foram divididos entre França e Inglaterra.
O TRATADO DE VERSALHES
A I Guerra Mundial tirou a vida de mais de 9 milhões de civis, além de deixar 21 milhões de feridos. Na tentativa de construir um mundo pós-guerra mais pacífico, os vitoriosos organizaram a Conferência da Paz. Realizado entre 1919 e 1920, em Paris, em evento reuniu representantes de 32 países e culminou com o assinatura do Tratado de Versalhes.
Entre outras medidas, o Tratado estabeleceu a criação da Liga das Nações, uma organização Internacional cujo objetivo era garantir que um conflito como a Grande Guerra não se repetisse. Esse conselho regulamentaria todos os litígios que ameaçassem a paz do mundo.
Além disso, o Tratado de Versalhes estabeleceu os termos da paz com a Alemanha. Os vitoriosos fizeram uma série de exigências políticas, econômicas e militares aos alemães. Entre elas estavam a devolução da Alsácia e Lorena, região rica em minério de ferro, à França e a determinação de que a Alemanha perderia as colônias na África e na Ásia. Os alemães também foram obrigados a pagar indenizações aos vencedores pelos prejuízos causados durante a guerra. Além disso, o país precisou reduzir seu Exército para, no máximo, 100 mil soldados.
O RESSENTIMENTO ALEMÃO
As severas penas impostas pelos Aliados à Alemanha abalaram a economia e alimentaram um sentimentode revanchismo e revolta entre a sociedade. Durante as décadas de 1920 e 1930, o país enfrentou uma forte desvalorização do marco, alta do desemprego e hiperinflação. No campo político, uma onda de protestos abriu espaço para que o país fosse seduzido pelo discurso nacionalista. O desejo de vingança foi rapidamente transformado em bandeira política por partidos radicais conservadores, como o jovem Partido Nazista.
A ascensão de Adolf Hitler, que se tornou chanceler da Alemanha em 1933, ocorreu nesse contexto. Buscando uma revisão do Tratado de Versalhes junto à Liga das Nações, Hitler exigiu para a Alemanha direitos iguais aos das outras potências. Ao encontrar forte resistência, decidiu retirar o país da Liga, em 1933. Em seguida, ignorou o Tratado de Versalhes ao acelerar o processo de rearmamento alemão e restabelecer o serviço militar obrigatório e a militarização de determinadas regiões na Alemanha.
Com a recuperação da economia, baseada na expansão da atividade industrial, o desempenho diminuiu e Hitler obteve grande respaldo popular, ainda que seu regime fosse caracterizado pela perseguição a adversários políticos e a minorias consideradas inferiores, como os judeus.
Gradativamente, Hitler anexou territórios vizinhos, como a Renânia, na divisa entre a França e a Bélgica, a Áustria e parte da Tchecoslováquia. Toda essa conjutura refletia o revanchismo alemão e o desejo de ocupar um espaço proeminente na geopolítica global. Dessa forma, a eclosão da II Guerra Mundial, em 1939, acabou sendo uma consequência direta de antigas disputas que não foram superadas após o fim da Grande Guerra Em 1918.
ATUALIDADES: VESTIBULAR E ENEM foi retirado do livro GE - GUIA DO ESTUDANTE - ATUALIDADES: VESTIBULAR+ENEM - 2º semestre de 2018, págs. 58 e 59.
SUGESTÃO
Após a leitura, separamos um vídeo do Canal Nostalgia, do YouTube, que explica de forma simples e objetiva, o confronto conhecido como a I Guerra Mundial. O idioma é o português.
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