CONHECIMENTO CEREBRAL DESTACA SAÚDE!
"VACINAS CONTRA O EBOLA"
"O índice de proteção contra a infecção chegou a 97,5% num estudo. E 100% noutro"
Por: Dráuzio Varella
"Descoberto no fim dos anos 1970, o vírus Ebola provoca uma das doenças infecciosas mais mortais que a medicina conhece. Transmitido pelas secreções dos doentes aos que entram em contato com eles, provoca febre, vômitos, diarreia, sangramentos e óbito em poucos dias. Como o período de incubação chega a 21 dias, pode ser transmitido em silêncio, antes de aparecer os primeiros sintomas.
Não há medicamentos específicos contra o Ebola, o tratamento se limita a repor os líquidos e eletrólitos perdidos e a aliviar os sintomas. A mortalidade é de pelo menos 50%, mesmo na vigência dos melhores cuidados médicos.
No período de 2013 a 2016 houve uma epidemia que se disseminou pela Guiné, Libéria e Serra Leoa, com centenas de mortes.
Em agosto de 2018 surgiu um novo surto epidêmico em duas províncias do nordeste da República Democrática do Congo (RDC), zona de conflito armado que envolve pelo menos 20 grupos rebeldes. Em oito meses ocorreram mais de 1.200 casos com mortalidade de 60%.
À diferença dos surtos anteriores, no entanto, hoje dispomos de uma vacina (rVSV-ZEBOV) de alta eficácia.
Desenvolvida nos laboratórios da Merck, nos Estados Unidos, por meio da introdução de um gene que codifica uma proteína da superfície do Ebola, no interior de vírus inofensivo para seres humanos, a vacina é segura e capaz de conferir altos níveis de proteção, a partir do décimo dia depois de administrada.
Num estudo preliminar que comparou pessoas vacinadas com outras que não receberam vacinas, o índice de proteção contra a infecção foi de 97,5%."
"Outro estudo, realizado no final da epidemia em Serra Leoa, Guiné e Libéria, revelou 100% de proteção a partir do décimo dia.
Na tentativa de conter e impedir que a nova epidemia se alastre para países vizinhos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem utilizado a técnica de vacinar as pessoas que formam o círculo em torno dos casos diagnosticados.
Em mais de 100 mil congoleses vacinados, ocorreram 71 casos de infecção de Ebola. Em apenas 15 a doença se instalou 10 ou mais dias depois da data de vacinação (tempo mínimo necessário para conferir proteção). Os 15 ficaram curados.
Já entre os 56 pacientes que a desenvolveram num período menor do que os 10 dias necessários para a proteção houve 9 mortes. Esse índice de fatalidade é muito menor do que o esperado em não vacinados, sugerindo que ainda assim houve proteção parcial.
A vacinação, no entanto, enfrenta enormes desafios em zonas conflagradas como as do Congo e nas aglomerações urbanas densamente povoadas. Na experiência congolesa, a OMS não conseguiu vacinar os círculos de pessoas ao redor de 175 doentes, pelas dificuldades impostas pela guerra e pela relutância de grupos que se negam a tomar a vacina.
Além dessas dificuldades, faltam recursos para tornar mais abrangentes os programas de vacinação. Segundo a OMS seriam necessários mais de US$ 104 milhões para combater a atual epidemia."
A matéria acima foi retirada da revista CARTA CAPITAL - Ano XIX - n° 1052. 01 de maio de 2019. Todos os direitos autorais são reservados exclusivamente à revista CARTA CAPITAL e à Editora Confiança.
No período de 2013 a 2016 houve uma epidemia que se disseminou pela Guiné, Libéria e Serra Leoa, com centenas de mortes.
Em agosto de 2018 surgiu um novo surto epidêmico em duas províncias do nordeste da República Democrática do Congo (RDC), zona de conflito armado que envolve pelo menos 20 grupos rebeldes. Em oito meses ocorreram mais de 1.200 casos com mortalidade de 60%.
À diferença dos surtos anteriores, no entanto, hoje dispomos de uma vacina (rVSV-ZEBOV) de alta eficácia.
Desenvolvida nos laboratórios da Merck, nos Estados Unidos, por meio da introdução de um gene que codifica uma proteína da superfície do Ebola, no interior de vírus inofensivo para seres humanos, a vacina é segura e capaz de conferir altos níveis de proteção, a partir do décimo dia depois de administrada.
Num estudo preliminar que comparou pessoas vacinadas com outras que não receberam vacinas, o índice de proteção contra a infecção foi de 97,5%."
"Outro estudo, realizado no final da epidemia em Serra Leoa, Guiné e Libéria, revelou 100% de proteção a partir do décimo dia.
Na tentativa de conter e impedir que a nova epidemia se alastre para países vizinhos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem utilizado a técnica de vacinar as pessoas que formam o círculo em torno dos casos diagnosticados.
Em mais de 100 mil congoleses vacinados, ocorreram 71 casos de infecção de Ebola. Em apenas 15 a doença se instalou 10 ou mais dias depois da data de vacinação (tempo mínimo necessário para conferir proteção). Os 15 ficaram curados.
Já entre os 56 pacientes que a desenvolveram num período menor do que os 10 dias necessários para a proteção houve 9 mortes. Esse índice de fatalidade é muito menor do que o esperado em não vacinados, sugerindo que ainda assim houve proteção parcial.
A vacinação, no entanto, enfrenta enormes desafios em zonas conflagradas como as do Congo e nas aglomerações urbanas densamente povoadas. Na experiência congolesa, a OMS não conseguiu vacinar os círculos de pessoas ao redor de 175 doentes, pelas dificuldades impostas pela guerra e pela relutância de grupos que se negam a tomar a vacina.
Além dessas dificuldades, faltam recursos para tornar mais abrangentes os programas de vacinação. Segundo a OMS seriam necessários mais de US$ 104 milhões para combater a atual epidemia."
A matéria acima foi retirada da revista CARTA CAPITAL - Ano XIX - n° 1052. 01 de maio de 2019. Todos os direitos autorais são reservados exclusivamente à revista CARTA CAPITAL e à Editora Confiança.
SUGESTÃO
No vídeo abaixo, a Euronews noticia o começo da vacinação contra o Ebola na República Democrática do Congo (RDC). As imagens são do YouTube e o idioma é o português.
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