AVIÕES: O QUE AS CATÁSTROFES AÉREAS ENSINAM?


Atualmente, os aviões comerciais possuem computadores de bordo, que auxiliam os pilotos durante o percurso e também, são responsáveis pelo piloto automático, utilizado quando o piloto coloca o avião na altitude correta e programa para que o piloto automático assuma dali em diante. O piloto só retorna o controle próximo do pouso. No entanto, ao mesmo tempo que são seguros, mesmo que mínimas as chances, estas máquinas podem ter falhas e que, no caso de aviões, podem ser fatais. 
Um exemplo disso, foi quando o piloto automático começou a inclinar o Boeing da Malaysia Airlines, que teve que voltar ao aeroporto da Austrália às pressas, depois da manobra arriscada. No final, após investigações, foi constatado problema no software do computador da aeronave, e assim, as medidas para seu conserto, foram devidamente tomadas e executadas. O problema ocorreu em agosto de 2005, com apenas dezoito minutos após a decolagem do Boeing 777 do aeroporto australiano.

O AIRBUS QUE FOI ENGOLIDO PELAS ÁGUAS


"O Airbus da Air France foi um dos casos de acidente aéreo mais complicados. Isso porque não se sabia a localização exata da queda e a busca pelos destroços e corpos das vítimas duraram mais de dois anos depois. Todas as 228 pessoas a bordo morreram"

Acidente: mudança de rota e estol (perda de sustentação)
Local: Oceano Atlântico
Data do acidente: 1 de junho de 2009
Causa: Erro dos computadores e sistemas da aeronave
Companhia: Air France
Aeronave: Airbus A330
Número de mortos: 228

Era noite de 31 de maio de 2009, quando o Airbus A330-203, identificado como voo 447, decolou do aeroporto Galeão, no Rio de Janeiro. Na aeronave haviam 216 passageiros e 12 tripulantes. O destino seria o aeroporto de Paris, na França, por isso, a viagem duraria a noite toda e estava previsto para que o avião da companhia Air France pousasse às 10h34 no Aeroporto Charles de Gaulle. 
Os radares brasileiros que acompanhavam o voo, tiveram o último contato com a tripulação cerca de 3 horas e 06 minutos após a decolagem. Após o limite do cruzamento do Oceano Atlântico, o avião seria acompanhado pelos radares da África Ocidental, e posteriormente, pelos da Europa. 
No entanto, após os últimos contatos com os brasileiros, o Airbus não foi avistado pela torre de controle da África Ocidental como previsto. Cerca de quarenta minutos após o último contato, foram enviadas mensagens automáticas emitidas pela ACARS (Aircraft Communications Addressing and Reporting System, na sigla em inglês), uma espécie de mensagens emitidas automaticamente da aeronave que indica que houve problemas técnicos ou pressurização da cabine, que seria a entrada de ar na parte interna do avião. A partir daí, uma série de buscas começaram a ocorrer, e o voo 447 nunca mais fora avistado nem pelos brasileiros, nem pelos africanos, nem por ninguém. Começaram assim, as buscas por qualquer vestígio da aeronave, sem sucesso.
Pela manhã, após sucessivas horas de busca, o Ministro dos Transportes da França, Jean-Loius Borloo, decretou estado de emergência, confirmando o desaparecimento do Airbus da Air France.
As buscas por solo e pelo mar, vinda de todos os lados, se intensificaram conforme o tempo passava após o desaparecimento do avião. Em 2 de junho, quase 48 horas após os últimos contatos, foram reportadas observações aéreas de possíveis destroços da aeronave boiando no Oceano Atlântico. A França imediatamente mandou um navio especializado para verificar as informações. A esperança era de encontrar vítimas e sobreviventes, se possível.
Na tarde daquele mesmo 2 de junho, o Ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, confirmou a queda da aeronave. A notícia se espalhou pelo globo.
No dia 3 de junho, as autoridades francesas confirmaram que os destroços pertenciam ao Airbus desaparecido, confirmando o desastre. Entre as informações, confirmaram que alguns corpos foram avistados ao redor dos destroços. A esperança por sobreviventes estava começando a se dissipar. Entretanto, as caixas pretas, fundamentais para investigação dos momentos finais antes da tragédia, continuavam desaparecidas. Sinais de radares identificavam os sinais emitidos pela aeronave. Mas era difícil prever aonde elas estariam.
Assim, com poucos destroços e insuficientes, sem testemunhas e sem as caixas pretas, a investigação ficara comprometida. As primeiras informações sobre o acidente e suas possíveis causas, eram divergentes em todo o mundo.
As burcas continuaram pelos dias em que se seguiam, em alguns deles, encontrava-se pequenos destroços e alguns corpos, que iam direto para o Instituto Médico Legal, IML brasileiro, para serem identificados.
No dia 26 de junho, após exaustivos dias e horas, foram confirmadas que as buscas se encerrariam. O principal motivo para a tal medida, era que, mesmo com 12 aviões e 11 navios, nos últimos nove dias não haviam sido encontrados novos corpos ou destroços, e nem mesmo, as caixas pretas. Das 228 pessoas a bordo, apenas 51 corpos haviam sido resgatados, além de bagagens e pertences das vítimas.
A queda da aeronave intrigava os especialistas mais experientes, pela impossibilidade de confirmar alguma das várias hipóteses para a tragédia.
Em 17 de fevereiro de 2010, a França confirmou que se iniciaria novas buscas pelas caixas pretas. Foram enviados submarinos com robôs e mergulhadores para vasculharem possíveis locais dos destroços. A área da queda era grande, o que dificultava as novas buscas.
Dois anos depois da tragédia, sem novas informações significativas, foi confirmado que uma parte grande da fuselagem com corpos ainda presos, haviam sido encontrados.
Em 1º de maio de 2011, as caixas pretas finalmente foram encontradas. No dia 5 daquele mesmo mês, com a ajuda de um robô, foi encontrado o primeiro corpo no fundo do mar. O mesmo foi resgatado, contrariando as informações de autoridades francesas que disseram às famílias que os corpos não seriam resgatados devido ao avançado estágio de decomposição.
Após as investigações, foi comprovado que o leme, responsável pela estabilização da aeronave havia se rompido. Segundo os investigadores, este erro desencadeou a mudança de percurso e falsas informações dos computadores de bordo, o que fizeram com que os pilotos aceitassem a informação, e mudassem a rota do avião, sem prevê sua periculosidade. O erro resultou no descontrole do avião por parte dos pilotos, impossibilitados de qualquer ação que pudesse colocá-la em equilíbrio novamente. As más condições atmosféricas da região do acidente, também contribuíram para a tragédia. Assim, o avião provavelmente girou em velocidade surpreendente alta, fazendo com que atingisse as águas do Oceano,  o que fez com que partes da aeronave se desintegrasse. Assim, todos a bordo não tiveram nenhuma chance de sobreviver à tragédia.

ALGUMAS FOTOS DOS DESTROÇOS DO AVIÃO




SUGESTÃO

Após a leitura, sugerimos que você assista ao documentário produzido pela National Geographic. O idioma é o português.


Texto produzido por Lilian Capitanio. 

SUGESTÃO PARA LEITURA

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