CRISE HÍDRICA


As informações a seguir foram retiradas do jornal O ESTADO DE S. PAULO, por isso o conteúdo pertence exclusivamente ao site. A divulgação das informações somente tem objetivo de levar informação a todos que acessam o Conhecimento Cerebral.

"SECA AMEAÇA RIO E ÁGUA PODE SER RACIONADA"
"Moradores já recorrem a caminhões-pipa em Niterói, São Gonçalo e Angra dos Reis"



Por: Roberta Pennafort

"O verão se aproxima e terá de ser bastante chuvoso para que o Estado do Rio não entre no terceiro ano seguido de baixos níveis nos reservatórios e não sofra desabastecimento de água no período seco, a partir de abril. Dos quatro reservatórios que compõem a bacia do Rio Paraíba do Sul, principal fonte do Estado, dois chegaram ao volume morto.
Em média, estão com 5,94% do volume útil, conforme dados da Agência Nacional de Água (ANA), enquanto no ano passado, que já havia sedo difícil, o patamar era de 6,4%.
Em cidades onde os rios não são regularizados, sem reservatórios para reter a água - e que, por isso, dependem de chuva para não secar -, a situação já é crítica. Em Angra dos Reis, no litoral sul; Campos e Itaperuna, no  norte fluminense; Três Rios, no médio Paraíba; na Baixada fluminense, especialmente Duque de Caxias, Queimados, Magé e Paracambi, e em Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (todos na região metropolitana), os moradores já recorrem a caminhões-pipa.
Na turística Angra, a preocupação é com a alta temporada, quando a chegada de veranistas triplica o consumo de água. Há três semanas, a prefeitura publicou decreto, a vigorar por no mínimo quatro meses, que multa quem desperdiçar água. Quem lavar carro ou calçada é multado em R$440; quem retirar água irregularmente da rede paga R$ 3.080. Regar plantas não é permitido. Pelo menos 20 pessoas já foram autuadas.
'No verão passado, a emergência hídrica foi decretada em janeiro. Dessa vez, foi mais cedo. Angra sempre teve índices pluviométricos altos, mas nossos reservatórios chegaram, em outubro, a 10% do volume útil. Tivemos de alternar o abastecimento nos bairros, mandar água um dia sim, três não', disse o presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) da cidade, Marcos Mafort.

Saída. Vivendo a pior crise hídrica em oito décadas, o Estado entrará o período mais chuvoso com reservatórios baixos mais uma vez. Em 2016, caso as precipitações não sejam abundantes até março, os volumes nos meses de estiagem não serão suficientes para a demanda de populações e indústria, avisa Paulo Carneiro, pesquisador do Laboratório de Hidrologia da Coppe, que agrega pós-graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O racionamento, então, seria a única saída.
'O período 2013/2014 foi difícil, o 2014/2015, também, e o 2015/2016 está pior, porque os níveis dos reservatórios não foram recompostos. O fenômeno El Niño está intenso e não se sabe como se comportará no Sudeste', disse o pesquisador.
Apesar dos prognósticos ruins, os governos estadual e federal sustentam que não faltará água nos Jogos Olímpicos, em agosto. Anteontem, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que a construção de um tanque reserva de 2 milhões de m³ de água está garantida. Entre as medidas do Estado para economizar água está na diminuição da vazão do reservatório de Santa Cecília, que abastece o Rio - era de 190 l/s em 2014, passou a 110 l/s neste ano."



Informações retiradas do jornal O ESTADO DE S. PAULO - VERSÃO DIGITAL, nº 44 578 - Ano 136, pág A21. Metrópole. 5 de novembro de 2015, quinta-feita (Acesso: 06/11/2015).

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