SAÚDE


"HIPNOSE PODE MELHORAR RENDIMENTO E ALIVIAR DORES"


Por: Daniela Bernardi

"Na Inglaterra, hipnotizar para entretenimento é proibido. Essas atrações que fazem a pessoas serem pisoteadas enquanto não sentem a agressão provocam um mal para a saúde e não têm motivos para existir', contesta o psicólogo Antonio Hernández Mendo, professor da Universidade de Málaga, na Espanha. Ele esteve presente no 2º Encontro Internacional de Psicologia do Esporte e Atividade Física da Universidade São Judas Tadeu, realizado neste mês, em São Paulo.
Só que para atletas, a técnica é capaz de trazer inúmeros benefícios. 'Psicólogos, médicos e fisioterapeutas podem usá-la como método terapêutico para amenizar dores e efeitos colaterais da quimioterapia e até melhorar o desempenho esportivo', diz Antonio, que ressalta que a hipnose não cura o câncer (sim, alguns 'profissionais' mal-intencionados tentam vender essa promessa)."

"COMO FUNCIONA"

"Na prática, a hipnose muda os processos cognitivos e perceptivos, provocando uma desconexão entre o consciente e o inconsciente. 'Se a dor não tiver uma causa fisiológica, conseguimos bloqueá-la, inclusive em casos de fibromialgia'. Com certeza, você já viu experimentos em que uma pessoa coloca a mão em um balde de gelo sem reclamar, certo?
Outro uso comum da hipnose - e já comprovado cientificamente - é durante julgamentos. 'Antigamente, achávamos que, após a técnica, a testemunha recuperava parte da memória. Agora, sabemos que quem está depondo apenas se torna mais consciente em relação aos fatos de que se lembra', diz Antonio.
O mesmo acontece com uma atleta: ela não vai quebrar um recorde se não estiver preparada fisicamente, mas se sentirá mais segura para atingi-lo. 'Todo seu foco estará concentrado para otimizar sua capacidade, sem ser influenciado pela ansiedade', esclarece Antonio. Traumas relacionados a lesões ou derrotas também podem ser lembrados de forma diferente, como se fossem um quadro na parede, sem uma carga emocional tão pesada."

Matéria retirada do site BOA FORMA, 27 de outubro de 2017 (Acesso: 28/10/2017)

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