CONHECIMENTO CEREBRAL CONTEÚDO GUIA DO ESTUDANTE

A partir de agora, você poderá conferir a série de matérias que o Conhecimento Cerebral traz em parceria com o Guia do Estudante. O conteúdo divulgado tem objetivo de informar e levar conhecimento a todos que buscam pelos mais diversos assuntos. É ideal para quem está em época de vestibular. O conteúdo disponibilizado é reservado exclusivamente ao site Guia do Estudante, por isso, não deve ser copiado e divulgado sem as informações originais.


"OS ESTADOS UNIDOS APROVARAM UM MEDICAMENTO QUE PREVINE CONTRA O VÍRUS DA AIDS. VEJA COMO ELE FUNCIONA E RELEMBRE CONCEITOS DE BIOLOGIA"


Por: Ana Prado

"O FDA (Food and Drug Administration), órgão regulador de drogas e alimentos do governo americano, anunciou neste mês de julho a aprovação do Truvada, a primeira pílula para ajudar a prevenir a contaminação pelo HIV.

O medicamento, disponível no mercado americano desde 2004 como parte do coquetel usado para o tratamento de pessoas infectadas, agora pode ser prescrito por médicos para grupos de alto risco, como prostitutas ou casais em que um dos parceiros é soropositivo. Mas ele deve ser usado com outros meios de prevenção, como a camisinha, pois não pode impedir o contágio sozinho.

O Truvada bloqueia a ação das enzimas que permitem ao ENA se replicar dentro das células hospedeiras. Ele combina dois medicamentos: entricitabina (de nome comercial Emtriva) e tenofovir (Viread). O primeiro inibe a atividade da transcriptase reversa, a enzima que copia o RNA do vírus em novos DNA virais. Assim, reduz a carga viral no corpo doente. O segundo interrompe a incorporação do HIV ao RNA das células humanas."


"Molécula do tenofovir, ou C19H30N5O10P ° C4H404
É importante notar que essa pílula não atua como uma vacina. As vacinas agem por meio do sistema imunológico, enquanto o Truvada impede a reprodução do vírus por si mesmo. É por essa razão que o medicamento também é usado no tratamento de quem já tem o vírus, já que o HIV destrói o sistema imunológico dessas pessoas."

- Para saber mais sobre suas propriedades, veja este documento pelo fabricante do medicamento (clique sobre a imagem para ampliá-la).


"Se esse tema aparecer no vestibular, a banca examinadora provavelmente cobrará conhecimentos sobre vírus, retrovírus (caso do HIV) e vacinas. Vamos relembrar esses conceitos? Abaixo vai um apanhado geral do que o GE Biologia Vestibular + Enem traz. (Saiba mais sobre a edição)"

OS VÍRUS

"Vírus são basicamente uma cápsula de proteína (capsídio) envolvendo moléculas de DNA ou de RNA. Todos os seres vivos carregam em suas células as duas moléculas, mas não os vírus. Neles, só existem o DNA ou o RNA. Eles também não têm um citoplasma com organelas para a obtenção de energia. Assim, para sobreviver e se reproduzir, precisam invadir uma célula e roubar dela a infraestrutura. O ataque viral é simples e fulminante. Basta ele se encostar à superfície externa de uma célula (processo chamado absorção) e injetar nela seu material genético - DNA ou RNA (processo chamado penetração). A penetração pode se dar de diferentes formas:

  • Por endocítose, quando a própria célula hospedeira 'engole' o vírus, destrói o capsídio e absorve o material genético viral. É o que acontece com o vírus da gripe.
  • Por injeção do material genético, ficando o capsídeo do vírus fora da célula. Isso ocorre com vírus que atacam bactérias.
  • E por fusão do capsídeo com a membrana da célula hospedeira. É o que faz uma classe especial de vírus, o retrovírus, como o HIV (veja abaixo).
Seja qual for o processo de penetração, uma vez que o material genético do vírus esteja no interior da célula, ele se multiplica e produz novos capsídeos para que nasçam novos vírus. Para saírem da célula hospedeira, eles acabam por destruí-la."


COMO O VÍRUS FAZ PIRATARIA

"Os retrovírus são um tipo de vírus que só tem RNA, e, como qualquer vírus, também precisam invadir uma célula para sobreviver. Para 'piratear' as informações genéticas da célula hospedeira, ele faz uma transcriptase reversa. Em vez de transcrever informações de um DNA para um RNA, a enzima transcreve informações do RNA viral para um DNA viral, que se integra ao DNA do hospedeiro e se multiplica normalmente. Os retrovírus podem permanecer em RNA. Aí o vírus se multiplica e infecta o organismo."

COMO O ORGANISMO SE DEFENDE

"A guerra do organismo contra agentes agressores funciona como ações de sabotagem e contrassabotagem química. Do lado dos bandidos estão os microrganismos, que, quando invadem o organismo, podem se proliferar e danificar o funcionamento de alguns tipos de célula. O corpo identifica esses microrganismos como antígenos. Do outro lado, como mocinhos, estão os anticorpos - proteínas de defesa, sintetizadas pelo sistema imunológico.

A batalha começa assim: o sistema imunológico reconhece qualquer antígeno que invada o corpo que ameace sabotar o funcionamento das células e produz os anticorpos específicos para neutralizar sua ação danosa, reagindo com aquela substância. A reação química entre antígenos e anticorpos é específica. Isso significa que um anticorpo produzido na presença de determinado antígeno só reage com esse antígeno. Assim, o anticorpo que desativa o vírus do sarampo não funciona para o vírus da catapora, nem da meningite.

Depois de entrar em contato com um agente caso ele volte a atacar, o sistema imunológico desenvolve células capazes de reconhecer esse agente caso ele volte a atacar, mesmo depois de décadas. São as chamadas células de memória. Mas nem sempre as células de memória conseguem imunizar o organismo por longos períodos. No caso da gripe, por exemplo, os vírus influenza sofrem mutações muito rapidamente. Por isso, os anticorpos desenvolvidos pelo organismo num ano não previnem, necessariamente, contra o vírus do ano seguinte."


"O corpo já nasce sabendo como se defender de algumas ameaças e adquire outras armas de defesa no decorrer da vida. O modo como o organismo adquire imunidade pode seguir vários caminhos:

A imunização pode ser ativa ou passiva. A ativa consiste na produção de anticorpos pelo próprio organismo, quando ele é invadido por um antígeno. Neste caso, a informação fica armazenada em células de memória e, se o organismo entrar em contato com o antígeno outra vez, a resposta será rápida, específica e duradoura. Isso ocorre quando o corpo adquire imunização porque passa pela doença ou é vacinado. Já a imunização passiva, a pessoa recebe anticorpos pré-formados contra determinado antígeno. Esses anticorpos atuam durante certo tempo no organismo e depois são eliminados, sem que se formem células de memória. Esse é um processo não duradouro e, ás vezes, pouco específico. É o que acontece com os soros.

A imunização pode, ainda, ser natural ou artificial, dependendo de como é adquirida. A imunização natural ocorre quando o organismo entra em contato com o agente causador da doença e produz, naturalmente, anticorpos contra o patógeno ou a toxina. A imunização artificial é introduzida por meio de vacinação - ou seja, a inoculação no organismo de microrganismos vivos atenuados ou mortos, ou de componentes inativados desses microrganismos.

Basta um pedacinho do antígeno para que o sistema imunológico aprenda a reconhecer a ameaça e dê uma resposta primária, produzindo anticorpos específicos e formando células de memória. A resposta imunológica secundária acontece com a aplicação de dose de reforço da vacina ou quando o organismo vacinado entra em contato com o agente agressor. Nesses momentos, o sistema imunológico reforça a capacidade das células de memória e a ação dos anticorpos. (veja o infográfico acima)."

Informações retiradas do site GUIA DO ESTUDANTE - BLOG ATUALIDADES NO VESTIBULAR, 30/07/2012. (Acesso: 03/09/ 2015)

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