AVIÕES: O QUE AS CATÁSTROFES AÉREAS ENSINAM?
Mesmo sendo considerado o meio de transporte mais seguro, os aviões não estão isentos de sofrerem com condições climáticas adversas. Aliás, as más condições climáticas contribuem para mais da metade dos acidentes fatais da aviação comercial. Mesmo com toda a tecnologia empregada nessas máquinas sofisticadas, elas não estão isentas de falhas. E foi a junção dessas duas condições mais o erro humano, que contribuíram para o trágico acidente com o Airbus A330-203 da Air France que caiu no dia 1º junho de 2009.
Fazendo a rota Rio de Janeiro-Paris, o Airbus da Air France com 228 pessoas a bordo decolou às 19h29min de 31 de maio de 2009, do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. O voo noturno estava previsto para chegar às 10h34min em Paris. Contudo, durante o percurso sobre o Oceano Atlântico, por volta de 3 horas após o início do voo, a torre de controle perdeu o contato com a tripulação do avião. Isso aconteceu no limite de vigilância brasileiros, que deveria seguir vigiado na costa senegalesa, na África Ocidental, onde voltaria a ser coberto pelos radares. Cerca de 40 minutos mais tarde, diversas mensagens do sistema do avião indicavam que o mesmo tinha sofrido problemas elétricos e perda da pressurização da cabine, porém, muito limitadas para saber o que realmente estava acontecendo. Sem comunicação alguma entre o avião depois disso, diversas equipes de resgate e de busca, foram enviadas para o local do último contato, à procura da aeronave desaparecida. Dois dias depois, as equipes de resgate brasileiras confirmaram ter avistado os destroços do avião desaparecido. Contudo, o mistério da queda com a confirmação dos motivos que levaram o avião ao acidente continuaram por dois anos, até que, encontraram-se as caixas-pretas da aeronave.
Após várias investigações sobre o acidente, foi confirmado que após passar por uma brusca tempestade acima do Oceano Atlântico, o avião sofreu várias turbulências e com isso, devido à falhas das sondas Pitot, que são sensores de velocidade, que congelaram-se por completo devido às baixíssimas temperaturas pela combinação da tempestade fria e altitude elevada, que mandaram informações incorretas aos pilotos sobre a real e correta velocidade e altitude da aeronave, fazendo com que houvesse uma desconexão do piloto automático, que comandava o avião naquela altitude e velocidade. Os pilotos então, que não tinham consciência de que a aeronave estava entrando em um estágio crítico e perigoso, e interpretaram de forma errada, os instrumentos que ainda estavam funcionando, levando o avião a um estol, a falta de sustentação da aeronave e, com a demora da ação dos pilotos, resultaram em uma rápida queda, que levou à tragédia.
Todos as 228 pessoas a bordo do Voo 447 da Air France, morreram no acidente. Após a investigação, foram feitas vinte e cinco recomendações para a segurança de voo pelos investigadores, além, é claro, da correção da falha das sondas Pitot para a Airbus, fabricante do A330.
A TRAGÉDIA DO VOO AIRASIA 8501: FALHAS PARECIDAS
Acidente: Queda da Aeronave no Mar de Java
Local: Mar de Java, Sumatra - Indonésia
Data do Acidente: 28 de dezembro de 2014
Causa: Falha mecânica, perda de controle
Companhia: AirAsia
Aeronave: Airbus A320-200
Número de mortos: 162
Era manhã do dia 28 de dezembro de 2014, quando o Voo AirAsia 8501 com 155 passageiros e 7 tripulantes decolou do Aeroporto Internacional de Juanda, em Surabaia. O avião era o moderno Airbus A320-200, o avião comercial mais popular. A aeronave deveria pousar no Aeroporto de Singapura às 08:30 daquele dia. Aproximadamente às 07h24, o controle aéreo perdeu o contato com o avião. Pouco antes, o comandante havia solicitado à torre de controle permissão para virar à esquerda, devido ao mau tempo e possível tempestade. Porém, com o tráfego aéreo movimentado, o pedido foi negado.
Com a falta de contato com a tripulação, cerca de 30 navios e 21 aviões da Indonésia, Austrália, Malásia, Singapura, Coreia do Sul e Estados Unidos se mobilizaram na busca pela aeronave desaparecida. Contudo, os destroços e alguns corpos só foram avistados dois dias depois, no Estreito de Karimata, cerca de 203,7 km da cidade de Pangkalan Bun. Dos 7 corpos recuperados, um era da comissária de bordo de 22 anos, que estava em treinamento naquele voo. A notícia chocou, e ela virou o destaque da tragédia. Parte dos destroços foram encontrados à 30 ou 50 metros de profundidade. Após encontrar as caixas-pretas e enviá-las para investigação, o relatório preliminar do Comitê Nacional para a Segurança no Transporte da Indonésia foi divulgado em 29 de janeiro de 2015, que concluiu que a aeronave caiu inteira e que a queda demorou três minutos. O piloto estava no comando do avião.
O relatório final confirmou que a queda ocorreu em consequência de quatro falhas do computador de bordo, fazendo com que a aeronave entrasse em estol (ou bloqueio prolongado), após a aeronave entrar na fortíssima tempestade. Sem a autorização da torre para desvio da tempestade, o avião virou à esquerda, subiu até 37.400 pés em 30 segundos, e desceu imediatamente para 32.000 pés, antes de entrar em estol, com a perda de controle por parte dos pilotos, e cair em direção ao mar.
O acidente foi comparado ao da Air France, devido às condições climáticas e falhas de sistema do avião, que tinha caído 5 anos antes.
A tragédia foi a última daquele fatídico ano, que deixou mais de 1000 pessoas mortas em desastres aéreos.
Uma das medidas para melhorar a segurança de voo, foi a elaboração de equipamentos mais sofisticados que estão sendo implantados nos aviões comerciais, a fim de evitar falhas como essa. Também serão lançados a partir de 2018, satélites mais sofisticados que os atuais, para aumentar a precisão e o conhecimento tanto da tripulação como da equipe de tráfego aéreo, para melhorar o entendimento em caso de situações perigosas, como a enfrentada pelo Airbus A320 da AirAsia, e assim, evitar futuras tragédias desse tipo. Além disso, esses satélites poderão diminuir o espaço de busca e agilizar possíveis resgates de sobreviventes.
SUGESTÃO
Sugerimos que assista ao documentário da Discovery, que conta detalhes da tragédia do Voo AirAsia 8501. As imagens são do YouTube, e o idioma é o português.
SUGESTÃO PARA LEITURA
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