AVIÕES: O QUE AS CATÁSTROFES AÉREAS ENSINAM?


Os aviões são considerados o meio mais seguro de transporte. Já falamos aqui que as estatísticas mostram que 1 a cada 1,2 milhão, é a probabilidade de um avião cair. Os grandes aviões comerciais são os principais enquadrados nessa estatística. Afinal, são fabricados por grandes empresas como Airbus e Boeing, por exemplo, peritas no quesito de dar segurança e sofisticação às suas criações. No mundo, milhares deles voam diariamente. Apesar disso, eles são feitos por humanos. Mesmo que eles operem apenas as máquinas para a sua construção. E por isso, estão sujeitos a falhas. Mas, mesmo consideradas raras, elas podem acontecer. 
Um exemplo disso é o acidente com o voo 358 da China Airlines. O Boeing 747-2R7F Cargo caiu em 29 de dezembro de 1991, logo após a decolagem do Aeroporto Internacional Chiang Kai-Shek, em Taipei, Taiwan. Com 11 anos e 3 meses de operação, a aeronave tinha passado recentemente por manutenção para verificar se estava em perfeito estado para operar como transporte de cargas, em 21 de dezembro de 1991. Segundo avaliação técnica, o avião estava apto a voar sem perigo. 
Contudo, poucos minutos da decolagem, os tripulantes relataram problemas com o motor nº 2, e com isso, os pilotos acharam melhor abortar o voo e voltar ao aeroporto, em um pouso de emergência. Dois minutos após relatarem o problema com o avião, os pilotos disseram que não conseguiam virar à esquerda o Boeing 747, manobra necessária para voltar ao aeroporto. Sem conseguir controlar o enorme avião, o mesmo atingiu uma colina, perto de Wanli, Taipei e explodiu. O acidente ocorreu às 15h05 do fático dia 29 de dezembro de 1991. Nenhum dos cinco tripulantes conseguiu sobreviver.
Após passar pela investigação para descobrir a causa da queda da aeronave, os investigadores descobriram que o motor nº 3 havia se separado de seu pilão de sustentação. Segundo os especialistas, os encaixes do pilão midspar, que fixam o pilão na parte inferior da longarina da asa falharam e fizeram com que o motor 3 se soltasse e atingisse o motor 4, quebrando a asa também. Contudo, a Boeing não havia corrigido a falha que poderia ter evitado um acidente muito semelhante dez meses depois.





A FALHA VOLTA ACONTECER: VOO EL AI 1862


Acidente: Queda do Boeing 747 em um condomínio de prédios
Local: Amsterdã
Data do acidente: 04 de outubro de 1992
Causa: Queda dos motores 3 e 4 causados por falha nos encaixes (parafusos) de sustentação nas asas 
Companhia: EL AI
Aeronave: Boeing 747-258F
Número de mortos: 43 

Era um dia normal quando o Boeing 747 Cargo com 4 tripulantes, levantou voo do Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Amsterdã. O voo EL AI 1862 rotineiro, porém, começou a dar errado poucos instantes após a decolagem. Sete minutos após a decolar, o motor 3 do avião se soltou e atingiu o motor 4, fazendo com que ambos caíssem no lago. A asa direita danificada pela queda dos motores fez com que o Boeing 747 se inclinasse violentamente para a direita, fazendo com que os pilotos tivessem dificuldades para controlá-lo. Apesar de experientes, os pilotos que estavam na cabine nunca souberam da queda dos motores, isso porque, nos painéis de controle, os avisos apenas mostravam que s haviam perdido os motores, possivelmente sem funcionar devido às chamas, apresentadas no aviso da cabine. Mesmo acionando o extintor que pudesse apagar o fogo no motor, o aviso de incêndio nunca parou. Imediatamente aos acontecimentos, os pilotos pediram a torre que retornasse ao aeroporto devido à emergência. O piloto experiente no controle conseguiu virar o avião para desacelerá-lo enquanto manobrava-o para ficar o mais perto possível da pista de pouso. No entanto, quando acionaram os flaps, que ajudam na sustentação do avião quando está em posição de pouso, sem saber, condenaram todo o resto de controle que tinha sobre a aeronave. Isso porque a asa direita, danificada, não estendeu corretamente os flaps, e assim, provocou a repentina e fádica perda de controle e queda do enorme avião de carga sobre um conjunto de prédios próximo ao aeroporto. O Boeing 747 caiu violentamente de bico e cortou a metade dos prédios, explodindo e provocando um enorme incêndio em seguida. Todos os 4 tripulantes e mais 39 moradores dos apartamentos, morreram no acidente.
Nas investigações, perplexos, os investigadores descobriram que devido a fadiga do metal nos parafusos que prendiam os motores, houve uma ruptura do suporte de sustentação do motor 3, que fez com que ele se soltasse e atingisse o motor 4 posteriormente. Além disso, partes da asa direita também foi danificada, e com isso, o sistema hidráulico que comanda o avião falhou, fazendo com o Boeing ficasse terrivelmente ferido. Sem saber, os pilotos cometeram um erro fatal, ao acionarem os flaps para pouso, que provocou a completa falha de controle da enorme aeronave, causando a queda. 
Muito semelhante ao acidente ocorrido dez meses antes, o desastre do EL AI 1862 poderia ter sido evitado se naquela época, a Boeing tivesse consertado a falha dos parafusos de sustentação, que provocaram o acidente com o Boeing 747-2R7F Cargo, da China Airlines - parecido com o modelo do Boeing da EL AI -, em 29 de dezembro de 1991.
Após o concerto da peça, não ocorreu mais nenhum acidente parecido envolvendo o mesmo defeito.
Até os atentados de 11 de dezembro de 2001, este foi o pior acidente aéreo envolvendo colisão com prédios.


SUGESTÃO

Sugerimos que você assista ao documentário que relata e mostra em detalhes, o acidente do Voo EL AI 1862, produzido pela National Geographic.


Você pode ler outras matérias da série Aviões: O que as Catástrofes Aéreas Ensinam?, para vê-las, basta clicar sobre os títulos em destaque abaixo:













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