AVIÕES: O QUE AS CATÁSTROFES AÉREAS ENSINAM?



Apesar de ser considerado o transporte mais seguro do mundo, com apenas uma chance em 1,2 milhão, os desastres aéreos em sua grande maioria são fatais e desastrosos. Para muitos, este número comprova que os aviões podem ser considerados extremamente seguros. E talvez, realmente são, se forem comparados com as mortes nas estradas, que é de 1 em 5 mil. Entretanto, se analisarmos cada catástrofe aérea ocorrida na aviação, perceberemos que na prática, estes números podem não significar a mesma coisa. Nesta série de matérias, intitulada Aviões: O que as Catástrofes aéreas ensinam?, iremos trazer o que representam os erros da aviação e o que eles têm a nos ensinar. Serão analisadas os maiores desastres aéreos até agora. Você saberá detalhes e na maioria dos casos, o que os provocaram. Estes são relatos verídicos.

A COLISÃO DE TENERIFE: O MAIOR ACIDENTE DA HISTÓRIA DA AVIAÇÃO


Tudo começou com uma bomba e resultou em 583 mortos e 61 pessoas feridas. Este foi o maior acidente da história da aviação. 

Acidente: Choque entre dois jumbos
Local: Aeroporto de Tenerife - Ilhas Canárias
Data do acidente: 27 de março de 1977
Causa: Erros e coincidências tenebrosas
Companhias: KLM e Pan Am
Aeronaves: 2 Boeings 747
Número de Mortos: 583
Número de Sobreviventes: 61

Para a aviação, o dia 27 de março de 1977 estará marcado para sempre. Ninguém jamais esqueceu a tragédia de tenerife que resultou em consequências desastrosas, e 583 mortos.
Após uma bomba explodir no aeroporto de Las Palmas, nas Ilhas Canaria, às 13h15, ferindo uma pessoa, todos os voos destinados a ele são desviados para os aeroportos vizinhos, Los Rodeos e o pequeno aeroporto de Tenerife, que tinha apenas uma pista de pouso e uma faixa para taxiar. Mesmo assim, dois boeings 747 e mais três aeronaves foram desviadas para lá. Em consequência, o aeroporto de Tenerife ficou completamente congestionado, impossibilitando a decolagem das aeronaves. 
Por volta das 14h30, enquanto os aviões aguardavam autorização para decolar, chegou um novo aviso de que o aeroporto de Las Palmas tinha sido reaberto. A torre de controle de Tenerife, sabia que tinha que mandar os voos com destino aquele aeroporto decolarem, contudo devido a visibilidade baixa provocada pela forte neblina aos arredores do local, e as pistas congestionadas, as autorizações teriam de ser feitas demoradamente, já que era difícil avistar as aeronaves nas pistas.
Enquanto isso, o comandante americano Victor Grubbs aguardava em solo para decolar. Sabia que mais cedo ou mais tarde, a autorização viria. O boeing da Pan Am estava atravessado na pista.
Já o comandante Jacob Van Zanten da companhia holandesa KLM estava impaciente com a demora da torre de controle. Sua preocupação principal era cumprir os horários determinados pela empresa responsável pelo avião. Sabia que teria de decolar de Las Palmas no máximo até às 19 horas. Do contrário, a tripulação, incluindo ele, teria de trabalhar além do limite de horas permitido. Além disso, ele corria o risco de ser processado caso o atraso fosse superior a este horário.
Às 16h51 os três aviões já haviam sido liberados, exceto os dois boeings 747.
Impaciente, Van Zanten comunica a torre: "Estamos prontos para decolar". O profissional do tráfego aéreo do aeroporto responde às 17h06: "Ok". Em seguida, afirma: "Aguarde nossa próxima chamada". Mas o avião holandês só tinha recebido a primeira parte da mensagem. Sem demorar, o comandante inicia a decolagem. Posicionado na ponta da vista, o boeing começa ganhar velocidade.
Da cabine do seu avião, Victor Grubbs avista outra aeronave e percebe que ela vem em sua direção. Devido a neblina, a visibilidade era baixo, mas Grubbs ainda assim, percebeu que outro avião estava muito próximo. Ele avisa à torre: "Ainda estamos em solo!", no mesmo momento que o comandante Jacob Van Zanten havia escutado somente o "Ok" da torre. Possivelmente, a mensagem seguinte não foi captada devido a interferência entre o alerta de Victor Grubbs. Sem tempo e resposta, ele avisa o copiloto, que responde: "Cai fora! Cai fora!". Mas era tarde demais, os aviões estavam apenas a 100 metros de distância um do outro, e a aeronave da Pan Am não teve tempo para desviar-se do caminho. O comandante pretendia ligar os motores e seguir para o gramado.
O jumbo holandês ao avistar o outro avião, inclinou o nariz para cima. Mas o choque foi inevitável. O boeing da KLM passou acima do Pan Am, rasgando sua fuselagem e provocando uma explosão instantânea. O avião holandês se manteve a 150 metros, mas no choque uma de suas turbinas havia sido destruída. E então, espatifou-se na pista, matando as 235 pessoas que estavam a bordo.
Devido as aberturas das fuselagens provocadas pela colisão, 61 dos 380 ocupantes do jumbo da Pan Am conseguiram sair e sobreviver, incluindo os dois pilotos. Mas o cenário do aeroporto era um completo clarão de fumaça preta misturada com altas labaredas. As chamas eram vista por quilômetros de distância. E certamente, a imagem era a pior possível.
Mas o que deu errado naquele trágico dia 27 de março de 1977? Segundo estudos que foram realizados após a tragédia, especialistas em aviação afirmam que os sucessivos erros da torre, do piloto do boeing da KLM, da falta da capacidade do aeroporto, que fora excedida com os cinco aviões desviados, misturados à neblina cegante, a bomba de Las Palmas e a falta de informação, resultaram no pior desastre aéreo da aviação.
Até hoje, os sucessivos erros e as consequências tenebrosas da tragédia, são objeto de estudo nas faculdades de aviação.
Veja abaixo a imagem do Boeing 747 da companhia holandesa KLM, tirada dias antes do acidente:


Abaixo, você pode observar uma foto de um jumbo 747 da Pan Am parecido com o envolvido na tragédia:





Já a imagem a seguir, mostra o esquema da posição das aeronaves antes da colisão:


Depois do acidente de Tenerife, foi construído um memorial com fotos, vídeos e tudo o que pode ser salvo, em homenagem as vidas perdidas. O local fica na cidade de Westminster, no estado da Califórnia, Estados Unidos.
A Discovery Channel produziu um documentário sobre a Colisão de Tenerife: O Maior Acidente Aéreo História da Aviação, para assisti-lo, clique sobre o vídeo. O documentário está em português. 


A pergunta que fica depois da Colisão de Tenerife: O Maior Acidente Aéreo da História da Aviação é Aviões: O que as catástrofes aéreas ensinam?

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