MUNDO ESTRANHO: RETRATO FALADO

MUNDO ESTRANHO: RETRATO FALADO, são histórias que movidas a comportamentos estranhos, despertam curiosidade sobre o fim de seus protagonistas. Por isso, o Conhecimento Cerebral traz em parceria com a revista Mundo Estranho, para que elas também despertem a sua curiosidade. Produzido por Danilo Cezar Cabral (texto), Tiago Silva (ilustra), Marcos de Lima (design), e Felipe van Deursen (edição). Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores e ao site da revista.

BARRY BYRON MILLS, "O BARÃO" (1948)
"O homem que fundou a Irmandade Ariana na base do sangue e do tráfico de drogas viveu praticamente a vida toda na cadeia"


1: Barry Mills nasceu em 1948 na cidade de Windsor, na Califórnia. Foi preso pela primeira vez quando tinha 19 anos. Aos 21, foi condenado por causa de um assalto a mão armada. Desde então, ele não saiu mais da prisão.

2: Em sua primeira passagem atrás das grades, em 1967, Mills criou a Irmandade Ariana, na famosa penitenciária estadual de San Quentin. Os ideais do grupo tinham inspiração em movimentos nazifascistas. Em 1979, em uma prisão de segurança máxima do estado da Geórgia, Mills entrou em conflito com um detento e o decapitou. O intuito era solidificar a Irmandade, por meio do terror, no sistema carcerário.

3: O domínio do "Barão", como era chamado, expandiu-se por penitenciárias estaduais e federais e até para fora do sistema prisional. Atualmente, a Irmandade atua de costa a costa dos EUA, afiliada a grupos do sul do país. As atividades vão de extorsões a tráfico de drogas.

4: Na década de 1980, Mills encabeçou a tríade que comandava a gangue. Os outros dois líderes eram Tyler Bingham, o Tenente, e Allen Benton, responsável por atividades em determinados estados. Esse comando federal se consolidou ao longo da década, época de maior atividade da Irmandade.

5: Entre 1979 e 1997, Mills foi sentenciado por seis assassinatos (embora se acredite que tenham sido pelo menos 14) dentro dos presídios. Todas as vítimas eram outros prisioneiros: membros de gangues rivais ou simplesmente pessoas que atravessaram o caminho da Irmandade Ariana.

6: Em 2004, um jornalista da prestigiada revista The New Yorker investigou a árvore genealógico de Mills, rastreando a maioria de seus parentes em Kansas City. A reportagem trouxe uma revelação irônica e bombástica: o neonazista Mills tem sangue judeu.

7: Em 1997, no presídio de Lewisburg, Benton recebeu a informação (não confirmada) de que um membro da Irmandade havia sido eliminado por um integrante de uma gangue negra, os DC Blacks, em outra prisão. Benton matou a facadas um dos Blacks, iniciando uma guerra entre os grupos.

8: Enfrentando acusações em torno desse assassinato, Benton resolveu cooperar com as autoridades federais e fornecer informações relacionadas à Irmandade. Caso não ajudasse, teria que encarar uma provável pena de morte.

9: A língua solta de Benton rendeu. Em 2006, 39 membros da Irmandade Ariana foram acusados de iniciar a rebelião, além de uma série de outros crimes. Com isso, Barry Mills teve que combater pela primeira vez evidências que poderiam levá-lo à câmara de gás.

10: No mesmo julgamento, Mills se safou da execução. Mesmo assim, o Barão, com 58 anos, foi sentenciado a quatro prisões perpétuas consecutivas, sem a possibilidade de liberdade condicional, devido a seu histórico e ao somatório de crimes que aconteceram durante à rebelião.

QUE FIM LEVOU? Barry Mills cumpre sentença na penitenciária de segurança máxima de Florence, no Colorado.


RETRATO FALADO retirado da revista MUNDO ESTRANHO - edição 171, págs. 10 e 11. Setembro de 2015. Todos os direitos autorais são reservados exclusivamente à revista MUNDO ESTRANHO e a Editora Abril.

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