CONHECIMENTO CEREBRAL DESTACA SAÚDE!


"OS SINAIS IGNORADOS DO INFARTO"
"A dor no peito é só a ponta do iceberg de uma série de outros incômodos que aparecem com uma pane cardíaca. Saiba como identificá-los e agir para prevenir os estragos"


Por: André Bernath
        Eduardo Pignata e Letícia Raposo [design]
        Henrique Campeã [Ilustrações]

"Marque no relógio: no tempo que você levará para ler esta reportagem, pelo menos dois brasileiros sucumbirão ao infarto, a causa de morte número 1 em nosso país e em boa parte do mundo. Esse cenário catastrófico é motivado pelo descontrole de fatores que as artérias que irrigam o coração, como o excesso de peso, o tabagismo, a pressão alta e altas taxas de colesterol e glicemia. Porém, chama a atenção a persistente lentidão com que as pessoas em geral (e, em certa medida, até profissionais de saúde) suspeitam dos sintomas de algo crítico no peito.
Essa grave falha foi escancarada por uma pesquisa do Imperial College London, na Inglaterra, recém-publicada no jornal científico The Lancet. Os autores reuniram dados sobre todos os 135 mil óbitos por ataque cardíaco que ocorreram na Inglaterra entre 2006 e 2010. Eles descobriram que, em 16% dos casos, os indivíduos haviam visitado o hospital durante o mês anterior com dores, desmaios ou falta de ar. Mesmo assim, esses pontos de alerta não foram suficientes para levantar a possibilidade de um evento sério no coração. 'O estudo destaca a importância de ficar atento aos sinais sugestivos do problema, uma vez que uma em cada seis pessoas passaram por consulta e não tiveram um diagnóstico correto', analisa o médico Marcus Bolívar Malachias, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia."


"É óbvio que as pontadas agudas no peito são a face mais conhecida e comum do infarto. Mas nem sempre essa sensação dá as caras. Aliás, um músculo cardíaco em parafuso se entrega por outras vias também. 'Entre elas, podemos citar as dificuldades para respirar, palidez, suor frio, náuseas, vômitos, tontura, confusão mental, perda de consciência e dores difusas nas costas, nos braços e na mandíbula', lista o médico Agnaldo Píspico, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. O estabelecimento deles está relacionado à conexão entre diferentes estruturas do sistema nervoso que transmitem o estímulo doloroso e a região atingida. Se a obstrução aconteceu na porção inferior do coração, por exemplo, é natural experimentar desconfortos como regurgitação e azia.
E olha que os sintomas menos famosos são corriqueiros em alguns grupos específicos, a começar pelas mulheres. Um levantamento do Centro Médico Regional de Lakeland, nos Estados Unidos, concluiu que 42% das infartadas não sentiram uma dorzinha sequer no tórax. 'Elas também demoram em média uma hora a mais para ir ao pronto-socorro em comparação com os homens', observa o cardiologista Otavio Gebara, do Hospital Santa Paula, na capital paulista. Para piorar, o aumento do estresse e das incumbências com trabalho, casa e família elevou as estatísticas das doenças cardiovasculares entre o público feminino nas últimas décadas."


"Diabéticos e idosos são outros perfis de gente que tem o colapso cardíaco sem manifestar sintomas clássicos. 'O diabete danifica os nervos e altera a sensibilidade à dor', explica o cardiologista José Armando Mangione, do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. A doença ainda modifica a configuração interna dos vasos sanguíneos e possibilita o surgimento de coágulos que bloqueiam a passagem de líquido vermelho. Nos mais velhos, o avançar das décadas deixa o coração franzino. 'Muitas vezes, só vemos que um paciente de 70 ou 80 anos infartou após alguns meses, no resultado de exames de rotina', conta o cardiologista Leopoldo Piegas, do Hospital do Coração, na capital paulista."


"Quando, então, suspeitar que sinais tão simples significam um infarto sem virar hipocondríaco? A regra essencial é ficar com a pulga atrás da orelha caso os incômodos sejam intensos e surjam do nada. Quem possui histórico familiar de enfermidades cardíacas, fuma, está acima do peso, hipertenso ou com o colesterol alto também deve ficar ligado. 'É necessário socorrer na primeira hora, pois esse é o momento em que ocorre a maioria das mortes', frisa o cardiologista Francisco Lourenço Junior, do Hospital Quinta D'Or, no Rio de Janeiro. Não tem jeito: para o relógio trabalhar a nosso favor, rapidez é primordial. Só assim evitamos que o coração afunde em águas nada tranquilas."


PRIMEIROS SOCORROS
O que você pode fazer se vir alguém com suspeita de infarto

1. PROCURE AJUDA: 
Antes de tudo, sempre ligue para o serviço de emergência, como o Samu (192) ou os bombeiros (193).

2. NA PRESSA:
Caso a ambulância vá demorar acima de 20 minutos, é melhor correr para o hospital mais próximo de carro ou táxi.

3. SEM EXERCÍCIOS:
Não permita que a pessoa com sintomas faça qualquer esforço físico, muito menos dirija até o pronto-socorro.

4. SEM COMER:
Não ofereça alimentos ou bebidas à vítima. Além de ser um desperdício de tempo, isso traria até problemas.

5. TRATO PRÉVIO:
Se o indivíduo não tiver alergia à aspirina, dê dois comprimidos desse remédio, que tem poder anticoagulante. 

6. SEM APERTO:
Em situação de desmaios, deite o corpo em posição confortável. Afrouxe as roupas, os sapatos e os acessórios.

7. TRANCO ELÉTRICO:
Confira se há um desfibrilador. Por lei, lugares com grande circulação precisa ter o aparelho.

8: HORA DA AÇÃO:
Se o infartado estiver sem batimentos e respiração, inicie a massagem cardíaca. 


A matéria acima foi retirada da revista SAÚDE É VITAL - nº 415, págs. 52, 53, 54 e 55. Todos os direitos autorais são reservados exclusivamente à revista SAÚDE É VITAL e a Editora Abril.


SUGESTÃO

Abaixo separamos um vídeo explicativo sobre infarto e como preveni-lo. O conteúdo é disponibilizado pelo canal Vivendo Com Saúde - Dr. Marcelo Lima. As imagens são do YouTube, e o idioma é o português.



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