DOSSIÊ ANSIEDADE:
DE ONDE ELA VEM. PARA QUE SERVE. E COMO SE LIVRAR DESSE SUFOCO.
- "O MAL DO SÉCULO" -

Você já teve ou tem ansiedade? Certamente sua resposta foi sim. E não dá para não dizer que, a ansiedade virou o tema para muita coisa, desde notícias a matérias de jornais e revistas, está na televisão e no rádio, é assunto de livros e trabalhos nas faculdades, e até mesmo, Best-seller. Se você ainda não está convencido da veracidade desse mal, que pode ser tão benéfico, quando nos ajuda a se proteger de acidentes ou algo perigoso, mas também pode atormentar, com fobias das mais variadas e claro, pensamentos negativos que podem atrapalhar em qualquer momento. Para muitos, confundida com a depressão, por ter muito em comum. A ansiedade ainda é um dilema para muitos que convivem com ela diariamente. Mas já há inúmeros tratamentos para que possa ser amenizada, e seus sintomas, menos nocivos. Por isso, é importante procurar ajuda quando for preciso. Psicólogos, terapeutas e psiquiatras com certeza irão ajudar muito e da forma correta, a enfrentá-la e tratá-la. E é por isso que, à partir de agora, conheça o DOSSIÊ ANSIEDADE: DE ONDE ELA VEM. PARA QUE SERVE. E COMO SE LIVRAR DESSE SUFOCO. - "O MAL DO SÉCULO" -, que reúne preciosas informações e dicas, para levar mais conhecimento a sua vida e assim, te ajudar a enfrentar seus medos e claro, a ansiedade. 

1. ORIGENS: A HISTÓRIA DA ANSIEDADE É A NOSSA PRÓPRIA HISTÓRIA - FOI O MECANISMO QUE GARANTIU A SOBREVIVÊNCIA DO HOMEM. POR ISSO É TÃO DIFÍCIL IGNORAR ESSA SENSAÇÃO. 


"UMA BREVE HISTÓRIA DA ANSIEDADE"
"Foi a sensação de insegurança que criou o homem moderno. Entenda aqui as origens, a importância e os efeitos da ansiedade para nós"


Por: Maurício Horta

"Há muito em comum entre a ansiedade e o medo. Os dois são estados aversivos causados por uma ameaça e que têm como objetivo proteger o organismo. Mas há também uma diferença bastante clara entre os dois. O medo é uma emoção engatilhada por algo muito específico e imediato - por exemplo, a visão de um urso faminto. Lá está a ameaça, e é exatamente uma emoção primária. Enquanto o medo é uma disposição corporal momentânea, a ansiedade é um estado mental e corporal mais espalhado no tempo. Ela é causada por uma ameaça diluída: não o urso, mas a possibilidade de que um lugar tenha ursos. Não um assaltante com uma arma na cabeça no caixa do banco, mas a possibilidade de que alguém possa assaltá-lo, ou que você um dia possa perder o emprego e ficar sem fonte de renda. Enquanto o medo torna nosso corpo apto para se defender ou fugir de uma situação de frente para nós, a ansiedade antecipa essa prontidão.
Se a depressão é uma reação a uma perda passada, a ansiedade é a reação a uma perda futura. Com ela, nós permanecemos preocupados, mas não sabemos por quê. Não identificamos qual o gatilho, pois ele realmente não existe. Ele poderá vir a acontecer. Ou não. E isso basta para que nós nos preparemos. Para que fiquemos ansiosos.
Ela é como o guarda de trânsito - sua fiscalização vai fazer o motorista perder tempo e recursos, mas também vai protegê-lo de riscos futuros.
Qualquer incerteza ou imprevisibilidade é gatilho de ansiedade. E, como a vida é cheia de incertezas, não é de admirar que tantas pessoas vivam ansiosas. Dentre os transtornos mentais, os de ansiedade são os mais frequentes, segundo a Organização Mundial de Saúde. Na região metropolitana de São Paulo, 19,9% das pessoas já tiveram ao menos um quadro clínico de ansiedade, segundo um levantamento do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP. Mas será que vivemos em tempos mais ansiosas do que a média da história humana? É impossível afirmar que sim ou que não. Cada época teve grandes problemas que causaram ansiedade. O que dá para afirmar é que a ansiedade sempre foi um estímulo para resolver esses problemas."


"Entre grupos de caçadores e coletores, havia a ameaça constante de ataque de predadores e inimigos, e o risco de perder o território, de faltarem animais para caçar e de acabarem os vegetais comestíveis. A ansiedade levou nossos antepassados a buscar abrigos contra predadores, a se unir e se prevenir contra inimigos externos, a guardar provisões e antecipar a procura por fontes alternativas de alimentos.
A busca por novas fontes de comida levou à fixação na terra e à formação das primeiras sociedades rurais. Nelas, as incertezas das chuvas e das secas eram fontes muito fortes, assim como a disputa por áreas cultiváveis. A ansiedade diante do risco de seca levou à criação de sistemas de irrigação, que diminuíram os riscos de irregularidade das chuvas, e à armazenagem de alimentos, que protegeu populações do risco de desabastecimento.
Só que, para isso, foi necessário uma grande centralização de poder - ou seja, a criação do Estado. Agricultores em Estados de modo de produção asiático não viveram livres da ansiedade - muito menos os escravos. Por um lado, havia a ansiedade diante da autoridade de um chefe de Estado e das divindades (que, em geral, incluíam o próprio chefe de Estado). Por isso, havia a ansiedade diante da ameaça da guerra em outros Estados. Ou de invasões bárbaras."


"No caso do Império Romano, venceram as invasões bárbaras, que conduziram a Europa à Idade Média. Se você fosse um romano, ficaria muito ansioso com a regressão para uma sociedade feudal. Tchau, tchau, Pax Romana, banhos públicos e trigo egípcio chegando em casa. Lá vai mais ansiedade diante dos conflitos entre senhores feudais e da escassez. Mas essa mesma ansiedade diante da escassez também levou à criação de inovações tecnológicas na agricultura. Resultado? Aumento da produção agrícola, que, por sua vez, impulsionou uma explosão demográfica.
Muita gente em pouco espeço significa duas coisas: urbanização e ansiedade. A população rural estava ansiosa para comercializar sua produção excedente. E parte dela estava ansiosa para trabalhar em outras atividades, já que na terra não havia mais oportunidades. Isso deu origem às cidades medievais.
Cidades medievais significam divisão de trabalho em guildas e o florescimento do comércio. O comércio aumentou a circulação de dinheiro. Algumas pessoas conseguiram ouro com isso. Muito ouro mesmo. O que trazia mais uma ansiedade - o medo de ele ser roubado. Então, esses ricaçõs passaram a deixar a grana guardada com uma pessoa - ourives, que tinha cofres seguros o suficiente para manter os materiais preciosos com os quais fazia joias. Em troca, dava um recibo. Esse recibo deu origem ao dinheiro de papel e todo o sistema financeiro que bancaria as grandes navegações e alimentaria os Estados modernos.
Os Estados modernos viam uns aos outros como rivais. A ansiedade diante do que um poderia fazer alimentou a formação de exércitos nacionais, de alianças de uns contra outros. De tempos em tempos, ela entrava numa escalada de ânimos e culminava numa guerra. Até que, durante a Segunda Guerra Mundial, a ansiedade diante do risco de a Alemanha nazista produzir uma arma nuclear levou ao Projeto Manhattan, um esforço de engenharia que culminou no bombardeio de Hiroshima e Nagasaki. Consequentemente, a ansiedade causada pelo risco de a espécie humana ser eliminada da Terra num conflito nuclear levou ao fim das guerras entre países que possuem bombas atômicas.
Ou seja, a história da humanidade é a história da ansiedade.
Hoje, vivemos os tempos com as taxas mais baixas de homicídio, maior segurança alimentar e mais alta expectativa de vida de toda a nossa existência. Mas continuamos ansiosos."


"Afinal, a ansiedade não é causada apenas pelo risco de morrer de fome, de doença ou de assassinato. Somos hoje expostos a muito mais estímulos que colocariam nossos ancestrais em estado aversivo. Ambientes fechados repletos de desconhecidos (imagine como ficaria um homem da savana andando de metrô em horário de rush...), veículos em alta velocidade, ruídos altos, procedimentos médicos que cortam nossas peles, reviram nossos órgãos internos, perfuram nossos ossos, e uma profusão de informações que fazem nossa intuição acreditar que o mundo é muito mais perigoso do que de fato é - ameaça terrorista, acidentes de avião, epidemias de gripe, violência urbana, produtos tóxicos, preconceito.
Claro, viver com uma ansiedade clínica é terrível. Principalmente se ela for tão grande que a pessoa não consiga interagir socialmente, trabalhar, sair de casa. Ela aumenta os níveis de hormônio do stress, faz subir a pressão sanguínea, tem impacto no sistema imunológico... e por essa e outras razões que está relacionada a problemas cardiovasculares, transtornos imunológicos, obesidade...
Pior: o transtorno de ansiedade é um dos poucos em que o próprio sintoma é o diagnóstico. Se você tem dor nas costas, pode ser por causa de uma hérnia de disco. Aí você trata a hérnia. Se tem ansiedade, é porque é ansioso. Isso mostra o quão longe a ciência ainda está de desvendar os transtornos mentais. Mesmo assim, há medicamentos eficazes. E o melhor jeito de lidar com a ansiedade aguda é procurar ajuda médica o quanto antes.
Mas, em níveis normais, a ansiedade pode ser uma mão na roda. É ela que nos faz traçar planos alternativos e nos cercar de cuidados para que tudo saia bem, mesmo diante de imprevistos. Em situações estressantes - como aqueles dias no trabalho em que mil coisas acontecem ao mesmo tempo -, ela nos faz reagir com mais rapidez e foco. Ela não é em si um problema. É, na verdade, o primeiro passo para resolver um problema. Por maior que seja o sofrimento causado por ela, não estaríamos numa situação melhor sem a ansiedade. Antes de mais nada, ela é uma reação positiva, um botão vermelho, uma urgência para agir e fazer a diferença para agir e fazer a diferença para que as coisas mudem. No conforto, ficamos parados, estáticos, sem motivação para transformar nossa vida. A ansiedade nos dá o foco necessário para virar a mesa. Nos deixa espertos para buscar oportunidades novas.
A questão não é deixar de sentir ansiedade, ao menos a ansiedade em níveis moderados, mas saber qual resposta a ela pode ser a mais positiva para a sua vida."


"COMO UM CARTOON"

"Os desenhos animadas são pródigos em transformar em imagens emoções que temos, embora elas sejam, obviamente, invisíveis. São sensações que descrevemos no dia a dia e que fazem todo o sentido, mesmo que pareçam um simples modo de dizer. Pois essas sensações têm um motivo, não são apenas fruto da imaginação."

"FICAR DE CABELO EM PÉ"

"Embora os cabelos não fiquem de fato arrepiados, essa sensação ocorre porque, nos momentos de ansiedade, o sangue das células cutâneas é desviado para outras partes do corpo, fazendo com que o couro cabeludo se contraia."

"SUOR FRIO"

"A escassez de sangue na epiderme provoca uma queda de temperatura nos tecidos da pele."

"BOCA SECA"

"Em um momento de ameaça iminente, os líquidos do corpo se deslocam de locais menos essenciais a fim de ajudar na preparação do corpo. Por isso, diminui a saliva, e a boca seca."

"NÓ NA GARGANTA"

"Também o deslocamento de fluídos atinge os músculos da garganta, causando espasmos e dando a sensação de nó na garganta."


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