FEBRE AMARELA


"LITORAL DE SP TERÁ PRIMEIRO VERÃO COM A CIRCULAÇÃO DO VÍRUS DA FEBRE AMARELA"
"Saúde. Secretaria de Saúde alerta para a importância da vacinação de quem vai para o litoral com a chegada das férias; na capital, apenas 58,5% da população está vacinada. No Estado, o índice é de 65%. Doença é transmitida por mosquitos"


Por: Paula Felix

"A chegada do período mais quente do ano, quando ocorrem as férias escolares e as festas de fim de ano, coincide com a época de maior risco de contrair a febre amarela. Com cobertura vacinal abaixo da meta de 95%, o Estado de São Paulo está intensificando a campanha para evitar uma explosão de casos e mortes especialmente entre as pessoas que vão para o litoral - pela primeira vez desde o aparecimento dos casos, a região terá o vírus circulando durante o verão.
'Sabíamos que ia chegar ao Litoral Norte. No verão passado, a gente já tinha a certeza de que o vírus iria chegar à Mata Atlântica e incluímos, nos 54 municípios (que passaram a ter recomendação para a vacina), todo o Litoral Norte e a Baixada Santista. A entrada se antecipou com a chegada do vírus pelo Rio de Janeiro e começou entre março e abril deste ano', relata Regiane de Paula, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde.
A preocupação da pasta e dos municípios é com a grande quantidade de pessoas que devem visitar áreas de risco e que precisa ser imunizada ao menos dez dias antes de chegar as regiões. 'São locais que têm Mata Atlântica densa, ecoturismo forte e que as pessoas procuram no período de férias. O risco da febre amarela não está dentro de casa, como acontece com o Aedes aegypti, está na área de mata para quem não foi vacinado'.
No Estado, a cobertura vacinal é de 65%, mesmo com a campanha em andamento, que vacinou 8 milhões de pessoas neste ano e 7,4 milhões no ano passado. A campanha continua em todos os municípios.
A doença é transmitida por mosquitos silvestres e, neste ano, 502 pessoas contraíram o vírus no Estado (casos autóctones), das quais 175 morreram. No Litoral Norte, já foram contabilizados 14 casos com cinco mortes nos municípios de São Sebastião e Ubatuba. Já na Baixada Santista, foram quatro casos com três óbitos em Itanhaém, Peruíbe e no Guarujá. Em alguns desses municípios, a meta de vacinação já foi superada, caso de Caraguatatuba (99%) e Ubatuba (97%).
O arquiteto de inteligência de negócios Carlos Handerson Araújo Marques, de 31 anos, está com duas viagens marcadas para o final de ano e quer tomar a vacina ainda nesta semana. 'Vou passar o Ano-Novo em Ubatuba e estou preocupado'."


"O risco de infecção ao visitar uma área de risco sem estar imunizado é real. No caso da capital, onde apenas 58,5% da população está vacinada, a maioria dos casos contabilizados neste ano foi contraída em outras localidades. 'Em 2017, só tivemos casos importados. Foram pessoas que foram para áreas de risco e se contaminaram. Em 2018, no total, são 120 casos de febre amarela e 107 foram importados. A maioria foi de pessoas que foram para Mairiporã e Atibaia', afirma a coordenadora de imunização da Secretaria Municipal de Saúde Maria Lígia Mieger. Entre as pessoas que tiveram a doença neste ano, 28 morreram. No ano passado, foram 14 mortes. 'A febre amarela é de circulação nos meses quentes e chuvosos, como é o verão, e a gente precisa vacinar a população antes da circulação do vírus. Existe uma preocupação maior com as pessoas que vão viajar para áreas de risco'."


A notícia acima foi retirada do jornal O ESTADO DE S. PAULO - EDIÇÃO DIGITAL - Ano 139 - nº 45695, pág. A16. Metrópole. 26 de novembro de 2018, segunda-feira (Acesso: 26/11/2018)


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