HISTÓRIA:
VESTIBULAR E ENEM


O Enem e os vestibulares estão chegando, e junto com eles, as temidas provas que englobam e requerem muito conhecimento sobre os mais diversos assuntos e disciplinas. A história é uma delas. Aliás, uma das mais importantes. Por isso, para ajudar você ainda mais em seus estudos, à partir de agora, o Conhecimento Cerebral irá disponibilizar gratuitamente, os assuntos mais importantes dessa disciplina com o conteúdo didático, baseado na atualidade, do Guia do Estudante (GE)O material será dividido em capítulos, de acordo com o livro GE - História: Vestibular e Enem 2018, e ao final de cada um deles, serão disponibilizados exercícios para que você treine e memorize o que foi aprendido, preparando-se para os vestibulares e concursos públicos. O Conhecimento Cerebral agradece e deseja bom estudo!


CAPÍTULO 4: IDADE CONTEMPORÂNEA - REVOLUÇÃO RUSSA


SURGE A POTÊNCIA RUBRA
Durante a I Guerra Mundial, socialistas russos criaram o primeiro país a pôr em prática as ideias de Karl Marx


A Revolução Russa foi um movimento ocorrido entre 1917 e 1928 que derrubou a monarquia no país e culminou na criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) - ou apenas União Soviética -, o primeiro país socialista do mundo. O processo foi de intensa agitação política e militar e influenciou de maneira decisiva a história do século XX, ao dar origem a uma das potências que dominaram por décadas a geopolítica global.


ANTECEDENTES

No fim do século XIX, a Rússia não havia passado pelas reformas ocorridas na Europa Ocidental a partir do fim da Idade Moderna. Na política, vigorava ainda o absolutismo, personificado na figura do czar, o imperador russo. E, na economia, a servidão feudal fora abolida em 1861, mas a agricultura continuava predominantemente baseada no trabalho dos camponeses. A maioria das terras pertencia à nobreza - os bolardos - e ao clero da Igreja Ortodoxa.

A industrialização, tardia, era um fenômeno recente, restrito a algumas cidades. Por depender do capital de outros países, a Rússia não foi capaz de produzir uma burguesia local forte. O proletariado, ao contrário, embora também fosse pequeno, organizou-se de forma sólida e combativa, mantendo vínculos estreitos com as massas camponesas.

Entre esses operários, germinaram as ideias revolucionárias vindas da Europa Ocidental, o que permitiu o aparecimento de grupos políticos de oposição ao regime czarista. O mais influente era o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), inspirado no ideário marxista.  Em 1903, a agremiação se dividiu em duas facções: os bolcheviques, liderados por Vladimir Lênin, defensores da tomada do poder pelos operários e camponeses; e os mencheviques, encabeçados por Julius Martov - adeptos da revolução gradual, por meio de reformas.

Após a derrota na Guerra Russo-Japonesa, os ânimos populares se inflamaram e estourou a Revolução de 1905. No episódio mais marcante, o Domingo Sangrento, uma manifestação pacífica em São Petersburgo foi massacrada pelo Exército. O clima ficou tenso, seguindo-se greves e protestos. Operários, camponeses e soldados organizaram-se em conselhos denominados sovietes - mais tarde controlados pelos bolcheviques. A burguesia forçou a instalação de um Parlamento - a Duma -, em 1906.

REVOLUÇÃO MENCHEVIQUE

Os altos gastos militares com a I Guerra Mundial intensificaram o descontentamento com o governo. A insatisfação alcançou o auge em 1917, na Revolução de Fevereiro, quando o Exército se negou a marchar contra uma manifestação popular em Petrogrado (como era conhecida São Petersburgo). Enfraquecido, o czar Nicolau II foi obrigada a abdicar.

Os mencheviques, apoiados pela burguesia, instalaram a República da Duma, de caráter liberal, liderada por um nobre, o príncipe Lvov. O fracasso na I Guerra levou à substituição por um socialista moderado, Alexander Kerensky.

Apesar da concessão, a oposição bolchevique se fortaleceu. Leon Trótski, presidente do soviete de Petrogrado, criou a Guarda Vermelha, formada por milicianos operários. Lênin, que estava exilado na Finlândia, voltou clandestinamente ao país e incitou os sovietes a tomar o poder por meio de uma revolução. Sob os lemas "Pão, paz e terra" e "Todo o poder aos sovietes", os bolcheviques defendiam a retirada do país da guerra, a tomada do poder pelos conselhos populares e uma ampla reforma agrária.

REVOLUÇÃO BOLCHEVIQUE

Em 25 de outubro (segundo o calendário juliano, que vigorava na Rússia), eclodiu a revolução popular. Apoiados pelas massas, os bolcheviques derrubaram a República da Duma e instituíram o Conselho dos Comissários do Povo, presidido por Lênin. Ele então deu início à mudança do sistema econômico do país, concedendo aos camponeses o direito exclusivo de exploração das terras, transferindo o controle das fábricas aos operários, expropriando as indústrias e nacionalizando os bancos. No ano seguinte, a Rússia saiu da I Guerra Mundial ao assinar a paz em separado com a Alemanha, aceitando entregar a Polônia, a Ucrânia e Finlândia. O POSDR passou a se chamar Partido Comunista Russo - o único permitido no país.

Aristocratas e mencheviques reagiram. Chamaram de Brancos, eles receberam ajuda de Reino Unido, França, Japão e Estados Unidos, e a nação mergulhou numa guerra civil. Para combater os contrarrevolucionários, Trótski organizou o Exército Vermelho. O conflito acabou em 1921, com a vitória bolchevique. Milhares de adversários do governo foram fuzilados, incluindo o czar e sua família.

Para recuperar a economia, abalada pelo confronto, Lênin estabeleceu a Nova Política Econômica (NEP): uma série de medidas capitalistas temporárias que deveriam preparar terreno para a instalação do socialismo. Ele permitiu a criação de empresas privadas e o comércio em pequena escala e autorizou empréstimos externos. Em 1922 foi instituída a URSS, reunindo as diversas regiões do antigo Império Russo.

A morte de Lênin, em 1924, provocou uma luta pelo poder entre Trótski e Josef Stálin, secretário-geral do Partido Comunista. O primeiro defendia a ampliação da revolução para outros países - a revolução permanente. Já o segundo pretendia ampliar o socialismo apenas na URSS. Stálin venceu, expulsou o adversário do país e implantou, a partir de 1928, o regime mais tarde batizado de stalinismo.

STALINISMO

Stálin substituiu a NEP por uma nova política econômica baseada em planos quinquenais. Priorizou a indústria pesada e coletivizou as terras à força - processo durante o qual foram mortos milhões de camponeses. Politicamente, o stalinismo foi caracterizado pelo totalitarismo e pelo culto à personalidade de Stálin. Ele expulsou do partido e do Exército os inimigos declarados, potenciais ou menos suspeitos, chegando até a fazer adulterações de fotos para "apagar" seus desafetos da história. Milhões de pessoas foram presas, executadas ou enviadas a campos de trabalho forçado. Trótski foi assassinado no México, em 1940.

Com governo forte e economia pujante, a URSS começou a se transformar na potência que teria papel decisivo na II Guerra Mundial e dividiria o poder global com os Estados Unidos durante a Guerra Fria.

PARA IR ALÉM: Baseado na obra de George Orwell, o filme A Revolução dos Bichos, de John Stepenson, retrata a revolta dos animais de uma fazenda contra o seu dono. Após tomarem o poder, os porcos passam a impor suas vontades aos outros animais, deturbando o sentido original da revolta, em referência aos caminhos adotados pela Revolução Russa após a ascensão de Stálin.


A HISTÓRIA HOJE

ATUALMENTE HÁ APENAS CINCO PAÍSES COMUNISTAS

A criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi a primeira experiência prática na direção do comunismo. Mas, em vez de uma sociedade mais democrática e igualitária, ergueu-se um regime dirigido com mão de ferro por um partido único, sem liberdade de expressão. Esse modelo foi transplantado para os países que depois se tornaram comunistas. A maioria desses regimes caiu após a derrubada do Muro de Berlim (1989) e a extinção da URSS (1991).
Atualmente, há cinco países comunistas: China, Coreia do Norte, Vietnã, Laos e Cuba. Apesar da enorme diferença entre essas nações, as cinco mantêm características comuns, como a economia baseada na estatização de empresas e da propriedade de terra e governos controlados por ditaduras de partido único.


Págs. 68 e 69 (GE: HISTÓRIA: VESTIBULAR+ENEM 2018)

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