HISTÓRIA:
VESTIBULAR E ENEM



O Enem e os vestibulares estão chegando, e junto com eles, as temidas provas que englobam e requerem muito conhecimento sobre os mais diversos assuntos e disciplinas. A história é uma delas. Aliás, uma das mais importantes. Por isso, para ajudar você ainda mais em seus estudos, à partir de agora, o Conhecimento Cerebral irá disponibilizar gratuitamente, os assuntos mais importantes dessa disciplina com o conteúdo didático, baseado na atualidade, do Guia do Estudante (GE)O material será dividido em capítulos, de acordo com o livro GE - História: Vestibular e Enem 2018, e ao final de cada um deles, serão disponibilizados exercícios para que você treine e memorize o que foi aprendido, preparando-se para os vestibulares e concursos públicos. O Conhecimento Cerebral agradece e deseja bom estudo!


CAPÍTULO 4: IDADE CONTEMPORÂNEA - FIM DA GUERRA FRIA


O DESMORONAMENTO SOVIÉTICO
A desintegração da URSS e a redemocratização dos países socialistas do Leste Europeu marcam o fim da Guerra Fria, com o triunfo do capitalismo comandado pelos EUA


Uma série de reformas adotadas pela União Soviética (URSS) nos anos 1980, visando a recuperação da economia, e a ascensão de movimentos nacionalistas e pró-democracia levaram ao esfacelamento da nação, com todo o bloco socialista. Essa derrocada marcou o fim da Guerra Fria, encerrando a polarização entre norte-americanos e soviéticos.

A URSS já passava por uma grande crise ao fim dos 18 anos do governo de Leonid Brejnev, em 1982. O governo centralista e altamente burocratizado causou sérios prejuízos à economia do país, que ficou estagnada enquanto os gastos com armamentos aumentaram. Para piorar, em 1979, a URSS invadiu o Afeganistão, ocupando militarmente o país até 1988. Esse esforço de guerra contribuiu para enfraquecer ainda mais a economia.

O panorama político começou a mudar em 1985, quando Mikhail Gorbatcov assumiu o governo, iniciando duas grandes reformas. Na política, a glasnost (transparência) abrandou a censura e abriu espaço à liberdade de expressão. Na economia, a perestroika (reestruturação) liberalizou a economia, restabelecendo, com limites, a propriedade privada e permitindo a instalação de empresas estrangeiras. A Gorbatchov também melhorou as relações com o Ocidente e assinou acordos com os Estados Unidos (EUA) para frear com a corrida armamentista.

AGITAÇÃO POLÍTICA

Enquanto a URSS iniciava o processo de abertura política e econômica, movimentos pró-democracia ganhavam força em alguns dos oito países do Leste Europeu que formavam parte do bloco socialista: Polônia, Tchecoslováquia, Romênia, Bulgária, Hungria, Iugoslávia, Albânia e Alemanha Oriental. No passado, era parte da doutrina soviética intervir em nações que se desviassem do socialismo, mas Gorbachev indicara que não usaria a força para manter o bloco unido.

A derrocada dos governos socialistas no Leste Europeu teve início na Polônia, onde greves culminaram em 1980 na formação, por operários e intelectuais, do sindicato independente Solidariedade. Mas em 1982 o governo tornou Solidariedade ilegal, medida que só seria anulada em 1989. Em junho daquele ano, o Solidariedade venceu as eleições parlamentares e, no ano seguinte, seu líder, Lech Walesa, foi eleito presidente. 


QUEDA DO MURO DE BERLIM

Na Hungria, a abertura da fronteira com a Áustria, em setembro de 1989, levou milhares de alemães orientais a cruzar o território húngaro em direção ao austríaco, com destino à Alemanha capitalista. Enquanto a migração se realizava, agitações ocorriam por todo o Leste Europeu.

Essa efervescência política culminou no episódio que simbolizou a desintegração do bloco: a queda do Muro de Berlim. Na noite de 9 de setembro de 1989, o muro foi tomado por manifestantes dos lados ocidental e oriental. Sob pressão, os guardas começaram a liberar a passagem para quem quisesse atravessar a fronteira. Nas horas seguintes, centenas de moradores dos dois lados saltaram a muralha que separava a cidade para se confratenizar, enquanto uma multidão com marretas, martelos e barras de ferro começava, aos poucos, a arrancar pedaços da construção. Caía assim, o Muro de Berlim, o maior símbolo do período da Guerra Fria. O evento deu início à reunificação do país, concluída em 1990.

GUERRA E PAZ

A queda do muro abalou todo o Leste Europeu. Em alguns países, como a Tchecoslováquia, a transição foi pacífica. Se 1968 os tanques soviéticos esmagaram um processo de democratização do socialismo - a Primeira Praga -, em 1989 os intelectuais tchecos conseguiram consumar um amplo movimento de liberalização. A onda popular culminou com a deposição do presidente e a libertação do dramaturgo Václav Havel, líder da oposição que se tornou presidente. Por seu caráter pacífico, o movimento ficou conhecido como Revolução de Veludo. O processo resultou no desmembramento da Tchecoslováquia em dois países independentes, em 1993: a República Tcheca e a Eslováquia.


Já na Iugoslávia, a pressão pelo fim do socialismo levou a um violento processo de desintegração do país, cujo capítulo mais sangrento foi a Guerra da Bósnia (1992-1995), o mais prolongado e violento conflito na Europa desde a II Guerra Mundial, com 200 mil mortos. A antiga Iugoslávia originou seis novas repúblicas: Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegóvina, Sérvia, Montenegro e Macedônia. Em 2008, o Kosovo declarou independência da Sérvia, mas a província ainda não foi reconhecida pela ONU como Estado independente.

O FIM DA URSS

Como não poderia deixar de ser, essa agitação política atingiu em cheio a principal nação socialista. Na URSS, a ineficiência da agricultura e as reformas econômicas provocaram escassez de alimentos e aumento da inflação, o que gerou forte pressão popular. Ao mesmo tempo, a abertura política fortaleceu os movimentos nacionalistas nas 15 repúblicas que compunham o país. O presidente do Soviete Supremo (parlamento) da Federação Russa, Boris Iétsin, defendia a aceleração das reformas e, em agosto de 1991, mobilizou a população para evitar um golpe militar contra Gorbachev. Fortalecido, Iétsin promoveu a desmontagem das principais instituições socialistas russas, esvaziando o poder de Gorbachev, que renunciou no mesmo ano.


Em dezembro de 1991, A superpotência teve fim e, com ela, a Guerra Fria. No lugar da URSS, surgiram 15 repúblicas independentes (veja o mapa acima), sendo a principal a Federação Russa, que elegeu Iétsin presidente. Com exceção de Estônia, Letônia e Lituânia, essas repúblicas passaram a integrar a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), um fórum de coordenação política e econômica.

Após a dissolução da URSS, a Rússia perdeu poder econômico e militar e deixou de ser ator decisivo na geopolítica global. O planeta assistiu, então, ao surgimento de uma nova ordem mundial, marcada pela supremacia dos EUA como a única superpotência e pela consolidação do capitalismo como sistema econômico dominante.

PARA IR ALÉM No filme Adeus, Lênin!, de Wolfgang Becker, a ação se passa durante o período de reunificação da Alemanha, quando um comunista devota sai do coma e não sabe que o Muro de Berlim foi derrubado. Temendo que a mudança política agrave o estado de saúde da mãe, o filho elabora um plano para que ela pense que tudo continua como antes.

SAIBA MAIS 

O AVANÇO DA UNIÃO EUROPEIA SOBRE A ÁREA DE INFLUÊNCIA DA RÚSSIA 
Em 1992, um ano após o desmembramento da União Soviética (URSS), o Tratado de Maastricht oficializava a criação da União Europeia, o mais ousado passo para a integração política e econômica do continente. Ela é baseada em quatro fundamentos: livre circulação de mercadorias, de capitais, de serviços e de pessoas. Em 2002, o lançamento do euro, a moeda comum, consolidou ainda mais a união financeira do bloco.
Inicialmente com 12 países, o bloco se expandiu nos anos seguintes. Aproveitando a instabilidade da Rússia, que ainda se adaptava a uma nova ordem pós-Guerra Fria, a UE avançou para o leste. Em 2004, o bloco passou a abrigar nações que faziam parte da esfera de influência soviética, como Polônia, Hungria e República Tcheca, e até mesmo antigas repúblicas da URSS, como Estônia, Letônia e Lituânia. Ainda hoje, o governo ruas e se ressente desse avanço europeu em sua tradicional área de controle geopolítico. Atualmente, o bloco enfrenta uma grave crise econômica, com o elevado endividamento de nações como Grécia e Portugal, e política, devido ao pedido do Reino Unido para se retirar do bloco.


Págs. 80 e 81 GE (HISTÓRIA: VESTIBULAR+ENEM 2018)


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