REDAÇÃO:
VESTIBULAR E ENEM


GRAMÁTICA

ESCREVA BEM EVITANDO ERROS COMUNS
Reveja algumas regras de pontuação, do uso de pronomes e de suas colocações, de crase e plural dos adjetivos compostos, entre outros pontos gramaticais, para não errar na redação. O governo federal adiou a entrada em vigor plena da nova ortografia para 1º/1/2016; assim, as mudanças não serão exigidas nas provas do fim de 2015, mas poderão ser nas de segunda fase no início de 2016, se o prazo não for adiado


USO DA CRASE

Advinda da fusão de dois "as", uma preposição e, normalmente, um artigo, a crase causa dúvidas em estudantes, vestibulandos e, até mesmo, em profissionais formados.

A crase só ocorre diante das palavras femininas. Assim sendo, uma das regras mais simples para descobrir se ela ocorre ou não em uma frase é substituir o termo seguinte ao a por um equivalente masculino - se o resultado gerar a contração ao antes da palavra substituída, há crase.

Estava ansioso para ir à prova.
Estava ansioso para ir ao vestibular.

Acabou perdendo a prova.
Acabou perdendo o vestibular.

Embora útil, a dica não dá conta de todos os casos. Muitas vezes, há dúvida no uso da crase, também, diante do nome de lugares - cidades, estados, países etc. -, principalmente quando utilizamos o verbo ir. Ir a Manaus ou à Manaus? A Alemanha ou à Alemanha? Nesses casos, o truque é trocar o verbo ir por voltar junto da preposição de - se houver artigo, há crase.

Volto de Manaus.
Vou a Manaus.

Volto da Alemanha.
Vou à Alemanha.

Locuções adverbiais, ou que usam conjunções e preposições com palavras femininas, também apresentam crase. Exemplos desses casos são: à noite, às vezes, à direita, à frente, às escondidas, à moda de, à esquerda de, à volta de, à medida que, à altura de etc.

ESTE OU ESSE

Não raro, encontramos textos que confundem os pronomes demonstrativos este ou esse e suas variações (esta, isto, desse, nesse etc.). Afinal, qual é o certo?

Este deve ser utilizado para demonstrar proximidade com o enunciador, enquanto esse serve para os casos em que aquilo a que se refere está afastado do enunciador e mais próximo do receptor.

Este meu coração teme o que passa nessa sua cabeça.

A ideia de proximidade também pode ser utilizada na localização temporal. Este é utilizado para indicar tempo em que estamos: este ano, este dia, esta hora. Ainda no que se refere ao tempo, usamos esse para o tempo passado e este para o futuro.

Prestei vestibular nessa semana.
Prestarei vestibular nesta semana.

Tal raciocínio também é utilizado para a localização dos elementos indicados no texto. Usamos esse para elementos já citados e este para os que serão anunciados.

Não perco mais meu tempo com baladas, isso faz parte do passado!
Só o que desejo é isto: uma boa balada!

LEMBRE-SE: em contraposição a aquele, usamos sempre este para indicar o elemento mais próximo.

Eis a maior diferença entre meu trabalho anterior e o atual: este me dá mais tempo livre, aquele me tomava até os fins de semana.

No caso acima, este se refere ao trabalho atual, mais próximo no texto, e aquele ao trabalho anterior.

O EMPREGO CORRETO DE MELHOR

É do conhecimento geral que, quando fazemos comparações, o uso da forma sintética melhor é obrigatório no lugar de mais bem ou mais bom.

[CORRETO] Fazer uma graduação é melhor do que parar no Ensino Médio.
[ERRADO] Fazer uma graduação é mais bom do que parar no Ensino Médio.

[CORRETO] Um profissional formado ganha melhor que um estagiário.
[ERRADO] Um profissional formado ganha mais bem que um estagiário.

No entanto, diante de particípio, o uso da forma sintética melhor não é correto, já que o mais não intensifica apenas o advérbio bem, mas toda a expressão formada por bem + particípio. Veja:

[CORRETO] Com uma especialização estarei mais bem preparado para o mercado de trabalho.
[ERRADO] Com uma especialização estarei melhor preparado para o mercado de trabalho.

PORQUE - POR QUE
POR QUÊ - PORQUÊ

Escreve-se por que separado em pergunta quando trata-se de preposição por + pronome interrogativo que, na função de advérbio de interrogação. Veja um exemplo com uma substituição:

Por que motivo eu deveria pagar essa conta?
Por qual razão eu deveria pagar essa conta?

Quando usada no fim da oração, com a mesma função interrogativa, deve ter o pronome acentuado: 

Eu devo pagar essa conta por quê?

Quando é empregada a conjunção explicativa ou casual porque, equivalente a pois ou já que, a grafia é de uma palavra só:

Porque foi você quem fez o pedido...
Pois foi você quem fez o pedido...
Já que foi você quem fez o pedido...

Finalmente, grafamos porquê, em uma palavra com acento, quando se trata de um substantivo, com sentido de um motivo ou razão. Veja exemplos de certo ou errado e analise:

[ERRADO] Não soubemos porque a estação de trem USP Leste desistiu da certificação ambiental.
[CORRETO] Não soubemos por que a estação de trem USP Leste desistiu da certificação ambiental.
[CORRETO] A estação de trem USP Leste desistiu da certificação, mas não se sabe o porquê disso.
[ERRADO] Não houve a certificação ambiental da estação de trem USP Leste por que?
[CORRETO] Não houve a certificação ambiental da estação de trem USP Leste por quê?
[CORRETO]  A certificação da estação seria importante porque serviria de parâmetro para outras instituições.

ONDE A AONDE

Na norma padrão da língua, o advérbio onde, indicador de lugar, deverá ser acompanhado da preposição a se houver a presença de um verbo que a exija. Na gramática normativa o verbo ir "rege" o emprego da preposição a: Quem vai, vai a algum lugar. Logo Aonde você vai? Analise outros exemplos:

[CORRETO] Aonde você quer chegar?
[ERRADO] Onde você quer chegar?

[CORRETO] O bairro onde moro não recebeu investimentos públicos.

[ERRADO] A cidade aonde ocorreram as inundações pediu ajuda.

Outra dica importante: onde, de acordo com a gramática normativa, deve ser empregado somente quando remete a lugares, espaços. É incorreto ser usado em substituição a outro elemento gramatical:

[ERRADO] A situação econômica onde estamos tem resultados frágeis (em lugar de na qual)

[ERRADO] Vou treinar a dissertação onde sempre cai nas provas (em lugar de que)

[ERRADO] Essa foi a redação onde demorei a encontrar a argumentação (em lugar de na qual)

PLURAL DOS ADJETIVOS COMPOSTOS

Os adjetivos compostos vêm, salvo exceções, separados por hífen, e apenas o último elemento sofre modificação para concordar com o substantivo.

[CORRETO] Jogadores franco-argentinos.
[CORRETO] Reuniões político-partidárias.
[CORRETO] Políticas econômico-sociais.
[CORRETO] Medidas social-humanitárias.

Exceção: Surdo-mudo flexiona em número e gênero (surdos-mudos, surdas-mudas).

O caso é diferente quando um dos elementos do adjetivo composto é um substantivo. Nesse caso, usa-se o hífen, mas nenhum dos dois elementos varia.

[CORRETO] Bandeiras vermelho-cereja.
[CORRETO] Uniformes verde-abacate.
[CORRETO] Mísseis terra-ar.

Não confunda quando o elemento composto que você sempre vê como adjetivo muda de função e é usado como substantivo. Exemplo: Os verdes-abacate e os vermelho-cereja da moda deste ano não são bonitos. Também são aceitos verdes-abacates e vermelhos-cerejas.

PONTO E VÍRGULA

Raramente utilizado corretamente, o ponto e vírgula é, muitas vezes, evitado nas redações. Melhor do que fugir dessa pontuação é saber usá-la corretamente e, possivelmente, ganhar uns pontos a mais dos corretores.

Um dos empregos do ponto e vírgula é separar partes de períodos que já são divididos por vírgulas. Observe:

[CORRETO] Tinha feito um bom texto: uma introdução clara, uma argumentação pertinente, uma conclusão perfeita; o título, no entanto, estava difícil.

Outro uso é na separação de itens de enunciados enumerativos.

[CORRETO] A prova de Matemática, muito temida, acontecerá no primeiro dia; as de exatas e biológicas no terceiro; a de linguagem e a redação, no quarto.

Além disso, utilizamos o ponto e vírgula na separação de orações coordenadas extensas. Veja:

[CORRETO] Ela sabia a maratona que seriam as provas; por isso, preparou tudo: canetas testadas e lápis apontado, um bom lanche, muita água, roupas e tênis bem confortáveis.


Informações retiradas do livro GE - GUIA DO ESTUDANTE - REDAÇÃO: VESTIBULAR E ENEM 2016, págs. 38, 39, 40 e 41.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog