ATUALIDADES:
VESTIBULAR E ENEM


DE OLHO NA HISTÓRIA

ATAQUE COM AS BOMBAS ATÔMICAS COMPLETA 70 ANOS
Em agosto de 1945 os Estados Unidos lançavam a bomba atômica sobre Hiroshima, matando 100 mil pessoas, e repetiam esse flagelo em Nagasaki, forçando o fim da II Guerra Mundial"


Em 6 de agosto de 1945, o avião militar B-29 Enola Gay dos Estados Unidos (EUA) lançava sobre a cidade de Hiroshima, no sul do Japão, uma bomba atômica, a mais mortífera arma de destruição em massa até então já feita. A explosão provocada pela fissão em cadeia de átomos de urânio liberou o equivalente à energia de 12 milhões de quilos de diamante, e devastou a cidade. Calcula-se que matou cerca de 100 mil pessoas e feriu outras 100 mil. O calor alcançou 1 milhão de graus Celsius, e a maioria das vítimas morreu incinerada. O deslocamento dessa massa incendiária de ar alcançou 1.500 km por hora, destroçou as construções e parte das vítimas morreu entre escombros. Em 9 de agosto, outra bomba foi lançada sobre a cidade de Nagasaki, e estima-se que matou mais de 70 mil pessoas. As bombas obrigaram o Japão a se render. Era o fim da II Guerra Mundial e o começo da corrida armamentista, um dos marcos da Guerra Fria (1949-1991).

DESENVOLVIMENTO

Em 1939, o físico Albert Einstein escreveu uma carta ao presidente dos Estados Unidos na época, Franklin Roosevelt, alertando-o sobre possíveis tentativas dos alemães de desenvolver uma bomba atômica. O alerta de Einstein teria sido um dos motivos que levaram Roosevelt a criar um programa militar norte-americano para desenvolver a tecnologia para a bomba, anos depois.
O governo norte-americano reuniu uma equipe de cientistas e militares, no ultrassecreto Projeto Manhattan, liderado pelo físico norte-americano Julius Robert Oppenheimer. Seus integrantes trabalharam durante três anos para desenvolver e testar a fissão nuclear, princípio de funcionamento da bomba. O processo consiste em bombardear um átomo de urânio com um nêutron, provocando sua divisão em dois átomos e mais nêutrons livres. As divisões continuam numa reação em cadeia, liberando imensa quantidade de energia. Foram gastos 2 bilhões de dólares no projeto, cuja base ficava em Novo México. A bomba lançada em Hiroshima, apelidada de Little Boy (garotinho), era feita de urânio-235, uma forma de urânio pouco encontrada na natureza, e pesava quatro toneladas.

AS RAZÕES DE GUERRA

A partir de 1942, os aliados (França, Reino Unido, EUA, URSS e China) começaram a virar o jogo contra o eixo (Alemanha, Itália e Japão). Após sucessivas derrotas, e com o avanço dos soviéticos sobre a Alemanha, Hitler se suicida em 30 de abril de 1945. Os soviéticos ocupam Berlim em 2 de maio de 1945, e a Alemanha finalmente se rende cinco dias depois. É o fim da guerra na Europa. Porém, os conflitos continuavam no Pacífico, com a resistência do Japão. A essa altura, os norte-americanos já conseguiam alcançar o território japonês pelo ar e, em março, haviam atacado Tóquio com mais de 300 aviões carregados com milhares de bombas incendiárias de napalm. O bombardeio da capital é um dos mais horrendos da II Guerra - calcula-se que deixou cerca de 100 mil mortos - e antecipou as tragédias de Hiroshima e Nagasaki.
A justificativa formal para o lançamento dessas bombas era conseguir a rendição do Japão, sem ter de invadir o país. Roosevelt morre em abril e seu vice, Harry Truman, que assume a presidência, teria sido convencido por assessores a utilizar essas bombas, para evitar a invasão por terra e a morte de mais soldados norte-americanos. Para alguns historiadores, no entanto, os norte-americanos objetivaram mostrar seu poderio militar ao mundo - principalmente aos soviéticos. Na mesma época, entre julho e agosto de 1945, os líderes aliados se reuniam na Conferência de Potsdam para discutir o futuro da Alemanha e definir a configuração geopolítica do pós-guerra.


CONSEQUÊNCIAS DA BOMBA

'Meu Deus, o que fizemos?', teria sido a exclamação do copiloto Robert Lewis ao ver o cogumelo atômico gerado pela explosão. Lançada de 9.600 metros de altitude, a bomba explodiu ainda no ar, e gerou uma chuva negra, que atingiu a vegetação e os reservatórios de água de Hiroshima. A cidade foi tomada por uma lava escura. Em um raio de 1,5 km do centro da explosão, todas as edificações foram destruídas. Além dos milhares que morreram instantaneamente, centenas morriam a cada dia e semanas seguintes, em razão das queimaduras e efeitos da radiação. As mortes e as consequências se repetiram em Nagasaki. Nas décadas seguintes, ainda se contabilizavam doentes e mortes vitimados pela radiação.
As bombas de Hiroshima e Nagasaki iniciaram a disputa nuclear entre os EUA e a União Soviética (URSS). Os anos seguintes do pós-guerra são marcados pela polarização ideológica entre as duas potências, e a posse da bomba atômica é uma das faces dessa disputa.
Em 1949, a União Soviética explode sua primeira bomba atômica num teste controlado. A partir de então, os dois países detém essa arma mortal, e um conflito entre ambos poderia resultar em destruição mútua. A ameaça da guerra nuclear barra o confronto direto entre os países, situação conhecida como 'equilíbrio do terror'.
A ameaça nuclear leva 190 países a assinar, a partir de 1968, o Tratado de Não Proliferação Nuclear. Por esse tratado, os países que já haviam construído bombas podem mantê-las, mas se comprometem a não repassar a tecnologia ou as bombas - são os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Os demais países se comprometem à não desenvolver a tecnologia ou adquirir essas armas. Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte são nações que possuem a bomba, à margem do tratado.


Informações retiradas do livro ATUALIDADES: VESTIBULAR E ENEM - 2º Semestre de 2015, págs. 66 e 67.

SUGESTÃO

Após a leitura, sugerimos que assista ao documentário produzido pela National Geographic Channel, que conta em detalhes, como aconteceu as explosões em Hiroshima e Nagasaki, com relatos reais sobre suas consequências à população. As imagens são do You Tube, e o idioma é o português.


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