GEOGRAFIA:
VESTIBULAR E ENEM


O Enem e os vestibulares estão chegando, e junto com eles, as temidas provas que englobam e requerem muito conhecimento sobre os mais diversos assuntos e disciplinas. A geografia é uma delas. Aliás, uma das mais importantes. Por isso, para ajudar você ainda mais em seus estudos, à partir de agora, o Conhecimento Cerebral irá disponibilizar gratuitamente, os assuntos mais importantes dessa disciplina com o conteúdo didático, baseado na atualidade, do Guia do Estudante (GE)O material será dividido em capítulos, de acordo com o livro GE - Geografia: Vestibular e Enem 2018, e ao final de cada um deles, serão disponibilizados exercícios para que você treine e memorize o que foi aprendido, preparando-se para os vestibulares e concursos públicos. O Conhecimento Cerebral agradece e deseja bom estudo!


CAPÍTULO 2: LITOSFERA - RELEVO EM MOVIMENTO


EU TENHO A FORÇA!
Os vigorosos agentes internos e externos que a cada segundo, modelam o relevo



O relevo é um resultado da dinâmica de fenômenos internos e externos sobre a camada mais superficial da Terra, a litosfera. Depressões, planícies, planaltos e montanhas foram esculpidos no decorrer de milhões de anos - e continuam em constante transformação. A qualquer momento, por exemplo, terrenos podem ser elevados por pressões de dentro do planeta ou mesmo ser gastos por agentes do intemperismo, mudando de cara e ganhando novas curvas.

Duas ações combinam-se para modelar o relevo: as forças internas ou endógenas, que dão as linhas mestras do relevo, e as externas ou exógenas, que modificam as formas já existentes. Veja a seguir as forças que esculpiram - e continuam esculpindo - os contornos do planeta.




FORÇAS INTERNAS
Também chamadas de endógenas são as forças responsáveis por dar forma ao relevo. São três agentes internos do globo: o tectonismo, o vulcanismo e os abalos sísmicos.

1 TECTONISMO
São os lentos deslocamentos das placas tectônicas, que podem ser verticais ou horizontais. Quando é vertical (epirogênese), levanta ou abaixa a crosta durante um prologado espaço de tempo.
É o que ocorre, por exemplo, na Península Escandinava, que se eleva alguns centímetros todo ano.
Quando o movimento de uma placa em relação a outra é horizontal (orogênese), uma acaba entrando embaixo da outra (a subducção).
É o processo que resulta na formação das imensas cadeias de montanhas e de fossas. Veja exemplos de como as placas tectônicas se movimentam.

FALHAS TRANSFORMANTES
São criadas por duas placas que deslizam uma ao lado da outra. O atrito entre elas guarda muita tensão, que pode causar terremotos destruidores. Exemplo disso é a falha de San Andreas, que corta a costa da Califórnia, nos Estados Unidos, e o litoral oeste do México.


PLACAS CONVERGENTES 1
São placas que vão uma de encontro à outra. A placa mais densa mergulha para para baixo da menos densa. É o caso do choque entre uma placa oceânica (mais densa) e outra continental. Elas se comprimem, dando origem a cadeias montanhosas, como a Cordilheira dos Andes. As regiões em que esse de tipo de choque ocorre são suscetíveis a terremotos.


PLACAS CONVERGENTES 2 
Quando as placas têm a mesma densidade (duas placas continentais, por exemplo), chocam-se e se comprimem. O Himalaia é resultado desse fenômeno.


PLACAS DIVERGENTES
São aquelas que se afastam. Pela falha aberta na crosta pode escapar magma, dando origem a ilhas vulcânicas, como as do Havaí. Oceano Atlântico é cortado de norte a sul por uma falha desse tipo, que está afastando a América do Sul da África. Esse tipo de estrutura provoca menos terremotos.


2 VULCANISMO
Os vulcões são fendas na crosta terrestres por meio das quais o magma, o material em estado líquido-pastoso vindo do manto, atinge a superfície. Existem dois tipos básicos de vulcão: o explosivo e o não explosivo. O primeiro aparece nos pontos de encontro das placas tectônicas, os grandes blocos que formam a litosfera - seu melhor exemplo está nos vulcões que desenham o Cinturão de Fogo, em torno do Oceano Pacífico. Esse tipo se caracteriza também pela lava quase sólida, além de expelir poeira e uma mistura de gases e vapor-d'água. A lava desses vulcões vem das profundezas da Terra, onde a temperatura elevada derrete a rocha da crosta oceânica e faz com que ela se misture à água do mar. É justamente a presença de água que confere o caráter explosivo ao vulcão. Isso ocorre porque, conforme a lava sobe, o vapor-d'água é liberado da rocha e esbarra numa tampa formada pelo material endurecido da explosão anterior, aumentando a pressão até explodir de vez. Já os vulcões não explosivos, como os do Havaí, ficam bem no meio de uma placa tectônica, longe do choque entre elas. Esse tipo surge quando ocorre alguma fissura na crosta terrestre por onde a lava pode escorrer. Essa lava é mais líquida e incandescente.


PARA IR ALÉM
O documentário Tudo sobre Vulcões, do Discovery Channel, apresenta imagens de uma série de erupções vulcânicas e teorias desenvolvidas por cientistas que podem ajudar a prever esses fenômenos.

NATUREZA EM FÚRIA

POMPEIA
Uma região vitimizada pela fúria do Vesúvio

Hoje, parece impossível viver à beira de um vulcão e não se dar conta do perigo. Mas era assim que os moradores do balneário romano de Pompeia levavam a vida no ano de 79, pois já fazia quase 2 mil anos que o Monte Vesúvio não entrava em erupção. Quando a montanha soltou um estrondo, o chão tremeu e uma nuvem preta encobriu o sol, as pessoas saíram para a rua, curiosas.
Alguns minutos depois do primeiro rugido, o vulcão lançou uma saraivada de pedras e começou a fazer as primeiras vítimas. Outras morriam ao respirar a fumaça. No fim do processo, duas avalanches cobriram Pompeia com 6 metros de cinzas e pedras, matando 16 mil pessoas. A coisa aconteceu de forma tão rápida que é como se as cidades tivessem ficado congeladas no tempo, tornando-se os registros mais detalhados da era romana que chegaram até nós. A foto ao lado mostra o "Jardim dos Fugitivos", que abriga diversos corpos fossilizados, cobertos pelas cinzas do Vesúvio.


3 ABALOS SÍSMICOS
São tremores na superfície terrestre causados pelos movimentos das placas tectônicas ou em virtude da grande energia liberada pelo vulcanismo. Eles se propagam a partir do hipocentro (foco de contato entre as placas) em ondas pelas rochas, atingindo regiões distantes do epicentro (ponto na superfície da Terra diretamente acima do local onde se registra a maior intensidade do tremor). A cada vez que as enormes placas se encontram, grande quantidade de energia fica acumulada em suas rochas. De tempos em tempos, o arsenal é liberado de forma explosiva - essa liberação pode ser sentida por meio de terremotos que chacoalharam as áreas continentais do globo, geralmente nas bordas das placas. Quando os abalos sísmicos ocorrem no fundo oceânico, são batizados de maremoto. Esses últimos podem causar os temíveis tsunamis, ou ondas gigantes.


NATUREZA EM FÚRIA

HAITI
Violento terremoto devasta país pobre

No dia 12 de janeiro de 2010, a terra tremeu violentamente no Haiti. Em apenas um minuto, o terremoto de 7 pontos na escala Richter derrubou 90% das construções de sua capital, Porto Príncipe. Mais de 3 milhões de pessoas - um terço da população haitiana - foram afetadas pelo tremor. O número de mortos é estimado entre 220 mil e 250 mil.
O terremoto no Haiti foi uma tragédia anunciada. A ilha de Hispaniola, que abriga o Haiti e a República Dominicana, fica sobre a fenda entre duas grandes placas tectônica, a do Caribe e a Norte-Americana (veja na postagem "As construções da Terra"). E regiões desse tipo estão sujeita a abalos sísmicos.
País mais pobre das Américas, o Haiti já tinha enormes carências mesmo antes da catástrofe. Em 2017, seis anos após o terremoto, 50 mil pessoas ainda vivem em acampamentos improvisados. Sem perspectivas, muitos haitianos acabam migrando para nações como o Brasil, onde esperam uma oportunidade de recomeçar a vida.


TERREMOTOS NO BRASIL
As regiões mais propícias a terremotos localizam-se na junção das placas tectônicas. Como o Brasil fica bem no meio da placa Sul-Americana, não há abalos sísmicos de grandes proporções. Mas isso não significa que estamos livres de tremores. Fenômenos de pequena intensidade podem se manifestar no Brasil devido a falhas geológicas provocadas por desgastes na placa tectônica. Também ocorrem tremores como reflexo de outros choques entre placas tectônicas ocorridos em locais mais distantes da América do Sul. Em abril de 2008, um abalo de 5,2 pontos na escala Richter atingiu a cidade de São Paulo e assustou milhares de moradores. Um ano antes, um tremor de 4,9 pontos na cidade de Itacarambi, no norte de Minas Gerais, provocou a primeira vítima fatal de terremotos no Brasil, depois que uma parede caiu sobre uma criança de 5 anos.

FORÇAS EXTERNAS
Também chamadas de exógenas ou agentes esculpidores, são as forças que modelam o relevo terrestre. Os principais agentes desse grupo são a erosão e o intemperismo:

1 EROSÃO
A exposição prolongada a agentes naturais provoca o desgaste das rochas e dos solos.
O processo de desintegração e consequente transporte do material decomposto recebe o nome de erosão. Veja os principais elementos causadores desse efeito.






2 INTEMPERISMO
É o processo de degradação das rochas provocado por fenômenos químicos e físicos

  • O INTEMPERISMO QUÍMICO ocorre quando a rocha tem sua composição química alterada pelo efeito da água e da umidade no decorrer dos anos, provocando sua decomposição.

  • O INTEMPERISMO FÍSICO ou mecânico consiste na fragmentação das rochas por meio de alguns dos seguintes processos:

- solidificação da água: a água em estado líquido se infiltra na fenda das rochas, onde fica acumulada. Com a queda de temperatura, a água se solidifica, passando a ocupar um volume 10% maior que o do estado líquido, o suficiente para fragmentar a rocha.

- raízes de plantas: o crescimento das raízes das árvores por entre as rochas alarga as fendas e ajuda a desintegrar sua estrutura.

  • variação de temperatura: em locais onde a alteração da temperatura diária é mais constante - como nos desertos ou em regiões próximas aos polos -, as rochas estão sujeitas a contrações e dilatações frequentes. Com o tempo, esse processo provoca fraturas em sua composição.
  • O QUE ISSO TEM A VER COM A FÍSICA Quando um corpo sólido que tem dimensões significativas é submetido a uma variação de temperatura, ocorre uma dilatação ou contração volumétrica. Para calcular a variação do volume de um corpo em função da variação de temperatura é utilizado um coeficiente de dilatação volumétrico. 


Págs. 32, 33, 34 e 35 ( GE: GEOGRAFIA: VESTIBULAR+ENEM 2018)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog