HISTÓRIA:
VESTIBULAR E ENEM



O Enem e os vestibulares estão chegando, e junto com eles, as temidas provas que englobam e requerem muito conhecimento sobre os mais diversos assuntos e disciplinas. A história é uma delas. Aliás, uma das mais importantes. Por isso, para ajudar você ainda mais em seus estudos, à partir de agora, o Conhecimento Cerebral irá disponibilizar gratuitamente, os assuntos mais importantes dessa disciplina com o conteúdo didático, baseado na atualidade, do Guia do Estudante (GE)O material será dividido em capítulos, de acordo com o livro GE - História: Vestibular e Enem 2018, e ao final de cada um deles, serão disponibilizados exercícios para que você treine e memorize o que foi aprendido, preparando-se para os vestibulares e concursos públicos. O Conhecimento Cerebral agradece e deseja bom estudo!


CAPÍTULO 1: ANTIGUIDADE - GRÉCIA


OS PAIS DO OCIDENTE
A civilização da Grécia antiga deu origem à cultura ocidental ao inventar a cidadania, a democracia, a filosofia, a geometria e o teatro


A civilização grega, na qual foram estabelecidas as bases da política e da cultura ocidentais, começou a se formar em torno de 2000 a.C., na Península Balcânica, e entrou em declínio no século II a.C., quando o território foi ocupado pelos romanos. A história da Grécia antiga é dividida em cinco períodos: Pré-Homérico, Homérico, Arcaico, Clássico e Helenístico.

PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO
(séc. XX a.C. - séc. XII a.C.)
Os mais antigos resquícios da ocupação humana ao sul dos Bálcãs datam de 2000 a.C. A região foi ocupada, sucessivamente, pelos aqueus, jônios e eólios. Até o século XIII a.C., floresceu na região uma civilização semelhante às do Oriente, cujo centro era Micenas, situada no norte do Peloponeso. A chegada dos dórios, povo guerreiro vindo do norte, destruiu a civilização micênica e deu início à primeira diáspora grega.

PERÍODO HOMÉRICO
(séc. XII a.C. - séc. VIII a.C.)
Recebe esta denominação porque as principais fontes que temos desse período são os poemas épicos Ilíada e Odisseia, atribuídos a Homero. Nessa época, a sociedade se organizava em comunidades familiares (genos) lideradas por um "pater", que reinava sobre a família, dependentes, escravos e bens. No início do séc. VIII a.C., essas comunidades familiares passaram por processo de fusão (cinesismo), originando a pólis (cidade).


PERÍODO ARCAICO
(séc. VIII a.C. = séc. VI a.C.)
O que demarca o começo do Período Arcaico é o surgimento da pólis. Do ponto de vista político, o regime era aristocrático, governado pelas famílias mais tradicionais, que se apossaram das melhores terras. O descompasso entre o crescimento da população e a disponibilidade de áreas férteis deu origem a uma série de conflitos sociais. Como resultado dessas tensões, houve um processo de colonização, que consistiu num movimento migratório que visava à construção de cidades gregas na Ásia Menor, norte da África e sul da Itália (Magna Grécia), também conhecido como segunda diáspora grega.
Entre as principais cidades que surgiram na Grécia no início do Período Arcaico, destacam-se Atenas e Esparta.

ATENAS Do ponto de vista econômico, a principal atividade era a agricultura. Devido à escassez de terras férteis na região, a população logo passou a se dedicar também ao comércio marítimo e à pesca.
A sociedade era composta basicamente das seguintes classes: eupátridas (famílias mais tradicionais e proprietários das terras mais férteis); georgóis (pequenos proprietários); thetas (homens livres pobres); demiurgos (comerciantes); metecos (estrangeiros residentes ma cidade que exerciam várias atividades, como artesãos, professores, artistas e comerciantes); e escravos (que predominam apenas no Período Clássico).
Em relação à política, a principal característica da cidade-Estado grega é que ela se autogovernava. Em Atenas, a monarquia foi extinta logo no início do Período Arcaico, e o governo passou a ser exercido pela autocracia, por meio do Areópago, um tipo de conselho que reunia os representantes da aristocracia.
A desigualdade social marcou a história de Atenas, com constantes revoltas e instabilidade política. Para tentar resolver as sucessivas crises, alguns legisladores impuseram reformas. O primeiro foi Drácon, que, em 621 a.C., redigiu as leis - até então orais -, dificultando sua manipulação pelos eupátridas. A rigidez do código inspirou o adjetivo draconiano.
As reivindicações populares não cessaram, e, em 594 a.C., outro legislador entrou em ação: Sólon. Ele aboliu a escravidão por dúvidas, libertou os devedores e determinou a devolução de terras confiscadas pelos credores eupátridas.
Apesar das reformas, os conflitos sociais se mantiveram, dando origem a uma guerra civil. Aproveitando-se da situação da crise, em 560 a.C., o eupátrida Psístrato de governo, a tirania (diferentemente de hoje, o termo não indicava um governo opressor, mas, sim tomado ilegalmente).
Em 507 a.C., Atenas foi varrida por uma revolta popular liderada pelo aristocrata Clístenes. Ele dividiu a cidade em dez tribos e fortaleceu as assembleias populares. Com essas mudanças, todos os cidadãos de Atenas podiam participar diretamente do governo. Esse sistema ficou conhecido como democracia (governo do povo). Para manter a ordem, Clístenes criou o ostracismo, que era a suspensão dos direitos políticos e o exílio de cidadãos que ameaçassem o novo sistema. Existia em quase todas as pólis um espaço chamado Ágora, no qual os cidadãos se reuniam para discutir temas ligados a justiça, leis, cultura, obras públicas etc. Apesar de a maioria das cidades possuírem esse espaço, foi em Atenas que a Ágora se destacou.


ESPARTA Localizada no Peloponeso e fundada pelos dórios no século IX a.C., chamava atenção pelo caráter militar de sua sociedade. Até seu desaparecimento, no século IV a.C., a cidade manteve a estrutura social estratificada (sem mobilidade) e regime oligárquico. Os espartanos, descentes dos dórios, eram os únicos a possuir direitos políticos e monopolizavam o poder; os periecos habitavam a periferia e dedicavam-se ao comércio e ao artesanato; os hilotas, servos de propriedade do Estado, cultivavam as terras dos espartanos.
Quem detinha o poder político de fato na cidade era eforato, formado por cinco magistrados eleitos anualmente. Os demais órgãos administrativos eram a diarquia, composta de dois reis hereditários que exerciam funções executivas e militares; a gerúsia, constituída de 28 membros vitalícios que apresentavam projetos de leis; a ápela, ou assembleia popular, formada pelos espartanos com mais de 30 anos, com funções consultivas.

PERÍODO CLÁSSICO
(séc. VI a.C. - séc. IV a.C.)
Nesta fase, a Grécia antiga atingiu o apogeu e, por fim, acabou destruída por guerras. Atenas, com seu novo sistema democrático, desenvolveu-se e expandindo-se pelo Mar Egeu. Sua política hegemônica, no entanto, esbarrou em outra potência: a Pérsia. A luta pela supremacia marítima e comercial entre gregos e persas (ou medos), conhecida como Guerras Médicas, teve como estopim o levante das cidades gregas da Ásia Menor, em 499 a.C., contra a política expansionista do imperador Dario, da Pérsia.
Nesse confronto, os gregos conseguiram vencer a expedição de 50 mil persas enviada à planície de Maratona. Mas os inimigos não desistiram e, em 486 a.C, voltaram a atacar as pólis, que se uniram a vencê-los novamente nas batalhas de Salamina e Plateia. Sabendo que os persas poderiam voltar a atacar, várias cidades se reuniram e, lideradas por Atenas, formaram a Confederação de Delos.
Responsável pela administração financeira da confederação, Atenas usou os recursos em benefício próprio, impulsionando sua indústria e seu comércio. Logo se tornou a cidade mais poderosa da Grécia. O apogeu dessa fase ocorreu entre 461 a.C. e 431 a.C., quando a pólis foi governada por Péricles. Durante o século V a.C. (chamado de século de Péricles), ele fez reformas para diminuir o desemprego e realizou obras públicas. Nessa época também surgiram grandes artistas, filósofos e dramaturgos. Eram os 'anos de ouro' de Atenas.
Esse sucesso acirrou a rivalidade entre as cidades e fez com que Esparta liderasse a Liga do Peloponeso, que empreendeu, em 431 a.C., uma guerra contra a Confederação de Delos, a Guerra do Peloponeso. Com a vitória espartana e a devastação de muitas cidades, começou o último período da história da Grécia antiga.

PERÍODO HELENÍSTICO
(séc. IV a.C. - séc. II a.C.)
Após anos de guerras, acabou a hegemonia ateniense e teve início a de Esparta, que impôs governos oligárquicos em todas as pólis da Confederação de Delos. Mas o auge espartano foi breve. Em 371 a.C., a cidade foi derrotada por Tebas, na Batalha de Leutras.
As constantes lutas arrasaram as cidades e desorganizaram o mundo grego. Empobrecidas e fracas, as pólis foram presas fáceis para o grandioso Exército de Felipe II, rei da Macedônia (região norte da Grécia Continental). Em 338 a.C., teve fim a autonomia das pólis gregas. O filho e sucessor de Felipe, Alexandre, o Grande, foi ainda mais longe: conquistou o Império Persa e dominou vastos territórios, do Egito até a Índia. Com ele, houve grande aceleração do comércio, da urbanização e da mesclagem de valores gregos com os povos conquistados. Essa mistura deu origem à cultura helenística.
Em 323 a.C., com a morte de Alexandre, seus generais dividiram o império. No século II a.C., a Grécia e a Macedônia foram convertidas em províncias da nova potência mundial: a civilização romana.

PATA IR ALÉM Os 300 de Esparta (1998) é uma graphic novel escrita por Frank Miller que descreve a Batalha das Termópilas, ocorrida em 480 a.C., na qual o rei Leônidas comanda 300 soldados espartanos em uma luta contra as forças do imperador persa Xerxes.

SAIU NA IMPRENSA

CARMEN LÚCIA: PRAÇA VIRTUAL PODE SER NOVA AGORA E AJUDAR NA DEMOCRACIA DIRETA
Do Estadão Conteúdo

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia, afirmou nesta quinta-feira, 20, que o advento de novas tecnologias pode ajudar na democracia direta, diferente da democracia representativa, que atualmente tem maior destaque. (...).
"As vezes eu me pergunto se não estamos tendo uma grande oportunidade de passar da democracia representativa para formas de democracia direta. Quando eu dava aula, só passava para os meus alunos esse tema como um dado histórico, vindo da Grécia, onde os assuntos eram colocados em praça pública para todos poderem opinar e decidir. Agora temos uma praça virtual, podemos ter de novo uma ágora para todos se manifestarem", comentou. Ela disse acreditar que, dentro de muito pouco tempo, existirão mecanismos de manifestação que permitirão que parte das atividades do Estado, sejam exercidas da maneira direta pela população, com um novo modelo de democracia. (...)

ISTOÉ, 20/10/2016

SAIBA MAIS

FILOSOFIA GREGA
O estudo da filosofia grega antiga, tradicionalmente, divide-se em três períodos: Pré-Socrático, Clássico e Helenístico. Conheça algumas das principais características e autores de cada um deles.

PRÉ-SOCRÁTICO ao contrário do que o nome sugere, os filósofos deste período não antecederam a Sócrates necessariamente. Eles são classificados mais pelo objeto de sua filosofia do que por sua cronologia, já que alguns nomes são contemporâneos ou posteriores a Sócrates. Esses filósofos tinham como objeto a cosmologia - estudo da origem e da evolução do Universo. Eles inauguram uma mentalidade baseada na razão para entender os fenômenos da natureza, na qual se norteavam por princípios naturais, rompendo com o que mudaram o foco do cosmo para o homem e os problemas morais a eles pertinentes. Nessa linha destacam-se Tales de Mileto, Anaximenes de Mileto, Anaximandro de Mileto, Heráclito, Pitágoras, Xenófanes, Anaxágoras, Demócrito e Diógenes.

  • O QUE ISSO TEM A VER COM MATEMÁTICA Pitágoras foi um filósofo e matemático grego que viveu no século VI a.C. e criou o teorema que leva o seu nome. Foi ele quem primeiro observou a relação entre as medidas dos lados de um triângulo retângulo: a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.
CLÁSSICO Sócrates surge como divisor do pensamento filosófico grego. A partir de seus estudos, as questões da natureza e do princípio das coisas mudam para o indivíduo, o homem da pólis - para ele, mais importantes eram as questões referentes à ética e à existência humana. Sócrates desenvolveu a maiêutica, método de perguntas e respostas para a busca da verdade. Usa o diálogo como método para levar as pessoas a reconhecer a própria ignorância - "só sei que nada sei".
Mas é com Platão e Aristóteles que a filosofia clássica atinge seu auge. Para Platão, discípulo de Sócrates, as ideias são o próprio objeto de conhecimento intelectual. Ao desenvolver sua Teoria das Ideias ou das Formas, afirma que as ideias (formas) não materiais (abstratas) possuem o mais alto e fundamental tipo de realidade, e não o mundo material, mutável, conhecido pelos homens por meio das sensações. O que não se vê é mais real do que o visível, já que é captado pelos "olhos da alma" e não pelos "olhos do corpo". Dessa forma criou o conceito da filosofia metafísica.
Já Aristóteles, criador da lógica e da ética filosófica, defendeu a supremacia do real sobre as ideias, contrariando seu mestre, Platão. Seus estudos tinham por princípio a experimentação, única forma eficiente de comprovar fenômenos da natureza. Defendeu que a inteligência humana é a única forma de alcançar a verdade. Escreveu sobre vários assuntos: política, lógica, moral, ética, escravidão, teologia, metafísica, química, biologia, antropologia, poética, retórica, física, didática... Apesar de suas afirmações científicas terem sido desmentidas ao longo dos séculos, seus estudos filosóficos influenciaram todo o pensamento ocidental posterior.

HELENÍSTICO As principais escolas filosóficas do Período Helenístico são o cinismo, o ceticismo, o epicurismo e o estoicismo. Todas procuravam, fundamentalmente, estabelecer uma série de preceitos racionais para dirigir a vida de cada ser humano e, dessa forma, por meio da ausência do sofrimento, atingir a felicidade e o bem-estar. Nesta fase o público foi substituído pelo privado como espaço para as reflexões filosóficas. A reflexão política foi abandonada pelos filósofos deste período, já que se preocupavam com as questões da felicidade individual. Podemos destacar Plotino, Cícero, Zenão e Epicuro entre seus principais representantes.

Além dos filósofos, outros importantes nomes devem ser lembrados como representantes da cultura da Grécia antiga: Hipócrates (considerado o pai da medicina), Euclides (matemático, fundador da geometria), Homero (poeta, a quem são atribuídas a Ilíada e a Odisseia) e Sófocles (dramaturgo, autor de Édipo Rei e Antígona) são os principais destaques.


Págs. 15, 16 e 17 (GE: HISTÓRIA - VESTIBULAR+ENEM 2018)

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