ECONOMIA


"BRASIL DIZ QUE RECORRERÁ DA TAXA DO AÇO"
"Nota afirma que medida causará graves prejuízos às exportações brasileiras; País é o segundo maior exportador do produto para os EUA"


Por: Lorenna Rodrigues
        Lu Aiko Otta
        BRASÍLIA

"A assinatura do decreto que oficializa as novas taxas para importação de aço e alumínio por Donald Trump foi um balde de água fria nos planos do governo brasileiro, que ainda tentativa de excluir o Brasil da lista de países atingidos pela medida. Ontem, o Brasil divulgou nota em que disse que recorrerá a 'todas as ações necessárias' para preservar seus direitos e interesses.
'Ao mesmo tempo manifesta preferência pela via do diálogo e da parceria, o Brasil reafirma que recorrerá a todas as ações necessárias, nos âmbitos bilateral e multilateral, para preservar seus direitos e interesses', afirma nota assinada pelos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Marcos Jorge, e Relações Exteriores, Aloysio Nunes. No texto, o governo ressalta que as medidas causarão graves prejuízos às exportações brasileiras e terão 'significativo' impacto negativo nas relações comerciais e de investimentos entre os dois países.
O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá. Embora a reação do governo brasileiro tenha sido dura; a estratégia permanece a mesma, segundo apurou o Estadão/Broadcast. O País pretende insistir na tese de que as exportações de produtos siderúrgicos complementam, e não ameaçam a indústria siderúrgica norte-americana e esgotar o diálogo com o governo Trump antes de partir para outros instrumentos, como o recurso a organismos internacionais para reafirmar que argumento da ameaça à segurança nacional não se sustenta."


"O embaixador do Brasil em Washington, Sergio Amaral, afirmou que o País tem condições para negociar com a administração Trump para retirar o País da lista de nações afetadas. 'Temos contato com a bancada do aço no Congresso, com as indústrias americanas'. De Nova York, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o governo está aberto a negociações."

Recursos. Para o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, o Brasil entrará imediatamente com recurso contra a decisão de Trump, mas, de outro lado, o governo brasileiro precisará colocar na mesa a necessidade de proteção do mercado brasileiro, visto que o fluxo de aço que deixará de ser direcionado aos Estados Unidos poderá recair no Brasil. 'Esperamos agora que o Ministério da Fazenda tenha sensibilidade que há uma guerra comercial detonada pelo Trump de proporções grandes', disse."


"O setor de aço defende há muito tempo a adoção de medidas protecionistas pelo governo brasileiro. 'Há um grande excesso de capacidade global de aço. O Brasil já é vulnerável para o recebimento de volume de importação'.
Para o gerente executivo da unidade de assuntos internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Diego Bonomo, a decisão dos Estados Unidos vai 'flagrantemente' contra as normas internacionais/." COLABORARAM RICARDO LEOPOLDO E FERNANDA GUIMARÃES


A notícia acima foi retirada do jornal O ESTADO DE S. PAULO - EDIÇÃO DIGITAL - Ano 139 - nº 45433, pág. B3. Economia. 9 de março de 2018, sexta-feira (Acesso: 09/03/2018)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog