MUNDO ESTRANHO:
PERGUNTAS & RESPOSTAS

A partir de agora, o Conhecimento Cerebral traz em parceria com a revista Mundo Estranho, a série de matérias que despertará ainda mais sua curiosidade, resultando em mais conhecimento para você, chamada de MUNDO ESTRANHO: PERGUNTAS & RESPOSTAS. Para quem não sabe, essa revista traz mensalmente em suas publicações impressas, perguntas, que podem ser sugestão de seus leitores ou escolha dos editores, e a resposta para tal, de um jeito de dinâmico e explicativo. Por isso, resolvemos transformá-la em mais uma série de matérias para o blog. Preparado? Então, embarque você também neste mundo do conhecimento.


COMO ERA A VIDA NO BRASIL DA DITADURA?




Texto: Tiago Cordeiro
Ilustra: Davi Augusto
Design: Ale Kalko
Edição: Tiago Jokura


ALTOS E BAIXOS
Economia nacional foi bem, mas a desigualdade social aumentou

UM PAÍS PARA POUCOS
Entre 1967 e 1974, a economia cresceu em média, 9,3% ao ano. A produção industrial disparou, as empresas multinacionais cresceram e o índice de desemprego despencou. O brasileiro se acostumou a comprar carro e a abastecer com álcool. Mas se, em 1964, os 20% dos cidadãos mais ricos detinham 55% das riquezas, em 1985 eles estavam com 70%

INTEGRAÇÃO NACIONAL
Preocupado com autonomia energética, o governo militar construiu usinas hidrelétricas de grande porte, como Itaipu, Tucuruí e Ilha Solteira. E, para integrar regiões distantes do país, multiplicou as estradas asfaltadas. Duplicou a via Dutra e construiu a ponte Rio-Niterói - mas também desperdiçou dinheiro - com a Transamazônica


CULTURA AMORDAÇADA
A censura se especializou em perseguir artistas e produtores culturais. Chico Buarque chegou a adotar o pseudônimo Julinho da Adelaide para aprovar composições (deu certo). Na TV, a Rede Globo emplacou a novela O Bem Amado, de Dias Gomes. Mas a análise bem-humorada da política nacional teve 37 de seus 178 capítulos desfigurados

90 MILHÕES EM AÇÃO
No governo Médici (1969-1974), a seleção de futebol levou o tri da Copa do Mundo em 1970, e no ano seguinte começou o Campeonato Brasileiro, com times de todas as regiões do país. Dizia-se que a escolha dos clubes que participariam do torneio seguia um ditado: "Onde a Arena (partido do governo) vai mal, um time no nacional"

DRIBLE NA CENSURA
Jornais, revistas e emissoras de rádio e TV conviviam com censores nas redações. Alguns veículos driblaram as proibições de forma cifrada: foi o caso dos sonetos de Luís de Camões publicados pelo Estadão. Mas foram os jornais nanicos que melhor enganaram o regime, com destaque para O Pasquim e sua entrevista com a atriz Leila Diniz


REPRESSÃO POP
"Naquela época, se houvesse eleições, o Médici ganhava". E quem disse isso, nos anos 90, foi o ex-presidente Lula, adversário do regime. Em tempo de pleno emprego, o governo era muito popular. Mas foi na mesma época que a ditadura alcançou o auge da repressão contra os militantes de oposição, que sequestravam diplomatas e assaltavam bancos


DEMOCRACIA DE MENTIRA
Os brasileiros foram às urnas cinco vezes para eleger cargos legislativos. Já as eleições para cargos executivos eram indiretas - em três das cinco escolhas para presidente, a oposição teve candidatos simbólicos. Os vereadores, deputados e senadores eleitos não incomodavam: o poder executivo usou mais de 2 mil decretos-lei para governar

FONTES: Livros A Ditadura Escancarada, de Elio Gaspari, História Indiscreta da Ditadura e da Abertura, de Ronaldo Costa Couto, e Cães de Guarda: Jornalistas e Censores, do Al-5 à Constituição de 1988, de Beatriz Kushnir; site bnmdigital.mpf.mp.br
CONSULTORIA: Wilson Cano, professor de economia da Unicamp


MUNDO ESTRANHO: PERGUNTAS&RESPOSTAS foi retirado da revista MUNDO ESTRANHO - Edição 151. Abril de 2014. Todos os direitos autorais são reservados exclusivamente à revista MUNDO ESTRANHO e à Editora Abril.

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