GEOGRAFIA:
VESTIBULAR E ENEM


O Enem e os vestibulares estão chegando, e junto com eles, as temidas provas que englobam e requerem muito conhecimento sobre os mais diversos assuntos e disciplinas. A geografia é uma delas. Aliás, uma das mais importantes. Por isso, para ajudar você ainda mais em seus estudos, à partir de agora, o Conhecimento Cerebral irá disponibilizar gratuitamente, os assuntos mais importantes dessa disciplina com o conteúdo didático, baseado na atualidade, do Guia do Estudante (GE)O material será dividido em capítulos, de acordo com o livro GE - Geografia: Vestibular e Enem 2018, e ao final de cada um deles, serão disponibilizados exercícios para que você treine e memorize o que foi aprendido, preparando-se para os vestibulares e concursos públicos. O Conhecimento Cerebral agradece e deseja bom estudo!


CAPÍTULO 4: ATMOSFERA - OS EFEITOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS


O PIOR CENÁRIO
Extremos climáticos como secas prolongadas e furacões devem se tornar mais frequentes em função do processo de mudança climática



Desde 1880, quando a temperatura do planeta começou a ser medida, a população mundial não enfrentou um ano tão quente como o de 2016. Segundo a Nasa, a Agência Especial Norte-Americana, os recordes de temperatura são uma constante neste século: 16 dos 17 anos mais quentes da história foram registrados após o ano 2000. Esses dados consolidam uma tendência de aquecimento global de longo prazo, o que abre a possibilidade da ocorrência mais frequente de eventos climáticos extremos, como secas prolongadas, chuvas torrenciais e violentos ciclones. E o que pode ocorrer se não houver uma redução na emissão de gases de efeito estufa, na análise dos cientistas do Painel Intergovernamental sobre a Mudança do Clima (IPCC).

As projeções do IPCC indicam que, se as emissões permanecerem nos níveis atuais, a temperatura média do planeta pode subir até 4,8 ºC, e o nível dos mares devem aumentar em até 82 centímetros. As geleiras irão continuar a derreter e é fortemente provável que o gelo do Ártico diminua até o final do século. Segundo os cientistas, nenhuma parte do globo ficará imune aos efeitos do aquecimento global (veja mapa abaixo).

Os terríveis cenários previstos pelos cientistas do IPCC certamente teriam consequências em termos estratégicos e geopolíticos. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos alerta para o fato de que, atingido pelas mudanças climáticas, o mundo seria mais instável e perigoso. Haverá um aumento de migrações e até mesmo invasões populacionais para obter recursos como água e alimentos. E os maiores problemas ocorreriam justamente onde hoje já existem graves questões políticas, como em regiões da Ásia e da África. Para o órgão do governo dos EUA, em alguns locais, a tensão social causada pela fome poderia se tornar mais explosiva, combinada com a tensão étnico-religiosa.


A CORRENTE CÉTICA

As explicações sobre as causas do aumento da temperatura global não são aceitas por todo mundo. Há cientistas que questionam seus fundamentos. Eles alegam que a temperatura média da Terra subiu e desceu várias vezes durante sua existência, e que isso pode estar ocorrendo neste momento. Ou seja, esse esquenta-esfria do planeta faria parte de um ciclo natural no qual o clima alterna períodos quentes e eras glaciais.


Além disso, essa "corrente cética" acredita que, mesmo que exista uma tendência para o aquecimento, ela está mais ligada aos fatores naturais do que à ação do humana. O clima seria mais influenciado pelas glaciações, pelo vulcanismo e por fenômenos astronômicos. Esses cientistas também contestam a capacidade científica de prever com antecedência de décadas como será o clima da Terra.

No entanto, os que defendem esta tese são acusados de agir em favor daqueles que atuam no lobby de interesses das indústrias que vivem do petróleo e de governos que seriam afetados pelas medidas necessárias para conter o aquecimento global.


MUDANÇAS NA TEMPERATURA
2081-2100


AMÉRICA DO NORTE
A região deve ser afetada por fortes secas e queda na disponibilidade de água, especialmente na parte central. Haverá maior ocorrência de ciclones tropicais no golfo do México e na costa leste dos EUA e do Canadá.

AMÉRICA LATINA
Na América Central aumentará a ocorrência de ciclones tropicais. As chuvas devem diminuir na Bacia Amazônica e aumentar na Bacia do Prata, região que abrange o sul do Brasil, além de Paraguai, Uruguai e Argentina.

ÁFRICA
As temperaturas devem aumentar principalmente no sul do continente. É provável que a seca piore na parte ocidental e na região do Sahel, provocando a queda da safra e agravando a situação de fome.

ÁSIA
As chuvas de monções devem se tornar mais intensas no sul e no leste do continente. A frequência de tempestades e ciclones irá aumentar em áreas como o Mar do Japão, a Baía de Bengala, o Mar do Sul da China e o Golfo da Tailândia.

OUTRAS POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS:
  • Ameaças à biodiversidade e aceleração da extinção de espécies.
  • Esgotamento das reservas de água e agravamento de sua distribuição.
  • Comprometimento da produção agrícola e da segurança alimentar, especialmente nas regiões tropical e subtropical.
  • Elevação do nível dos oceanos e ameaças a cidades litorâneas.
REGIÕES POLARES
O gelo do Ártico pode diminuir até 94% durante o verão. Com o derretimento na calota norte da Terra, o nível do mar pode aumentar de 45 a 82 centímetros, nível considerado perigoso pelos cientistas.

EUROPA
A temperatura deve aumentar de forma generalizada no continente, com menos dias de frio intenso no inverno. No sul e leste europeus, os períodos de seca devem reduzir a água disponível e a produtividade agrícola, enquanto no noroeste do continente, o IPCC prevê maior volume de chuvas.

OCEANIA
Fortes ondas de calor devem atingir a Austrália, como chuvas extremas no sul do país e secas no noroeste. As Ilhas do Pacífico ficarão mais vulneráveis à passagem de ciclones tropicais.

OS EFEITOS NO BRASIL
Segundo o Painel Brasileiro de Mudanças (PBMC), até 2100, a temperatura no país irá aumentar entre 1 ºC e 6 ºC, em comparação com a registrada no fim do século XX. Nesse cenário, a agricultura, a geração e a distribuição de energia e a gestão de recursos hídricos serão afetados. Veja os efeitos regionais no mapa abaixo:


NORTE
O volume de chuvas na Amazônia deve cair até 40%, o que levaria a uma substituição da floresta por uma vegetação mais rala, semelhante à do cerrado.

CENTRO-OESTE
As chuvas devem diminuir entre 35% e 45%. No Pantanal e no cerrado, as temperaturas devem subir de 3,5 ºC a 5,5 ºC.

SUL
Na região dos pampas, a temperatura deve subir 3 ºC, com previsão de um aumento de 40% na ocorrência de chuvas.

ZONA COSTEIRA
O aumento do nível em até 30 cm afetaria ecossistemas costeiros do Norte e Nordeste, como manguezais; a população litorânea teria de ser remanejada.

NORDESTE
Até 2100, a temperatura na caatinga poderá subir até 4,5 ºC, e a ocorrência de chuva irá diminuir entre 40% e 50%.

SUDESTE
Na região da Mata Atlântica, o clima deverá ficar até 3 ºC mais quente e até 30% mais chuvoso.


Págs. 86 e 87 (GE: GEOGRAFIA: VESTIBULAR+ENEM 2018)

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