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MACONHA
RISCOS E BENEFÍCIOS

Em muitas matérias e notícias falamos sobre a maconhaseja em relação à polêmica de sua legalização para uso recreativo, já permitida em países como EUA, Canadá e Uruguai, como seus prós e contras, seja através de estudos e pesquisas que mostraram o benefício da cannabis, a planta utilizada no preparo da maconha, para auxiliar no tratamento de doenças como epilepsia, convulsões, esquizofrenia, alívio da dor, depressão e ansiedade, entre outras doenças. 
Alguns estudos científicos descrevem a maconha como uma das substâncias mais perigosas à saúde, principalmente quando se trata do cérebro. Entretanto, um estudo do renomado The Lancet, mostra que o álcool é a quarta droga mais perigosa, atrás apenas do crack, da heroína e da metanfetamina. O tabaco fica em 8° lugar, e a maconha, apenas na posição 12 deste levantamento.
É bom ressaltar que a diferença entre o bom e o ruim relacionado à maconha depende, sem dúvida, da quantidade e de como ela é processada. Entre o uso recreativo para consumo moderado, e o vício atrelado aos excessos. Tudo isso deve ser levado em conta quando falamos sobre ela.
Entre quem é contra ou favor dela, algo que deve ser considerado sem nenhuma dúvida, é o conhecimento sobre suas propriedades, benefícios ou males. Por isso, o Conhecimento Cerebral traz em parceria com a revista MENTE CÉREBRO esse especial sobre a maconha, que conta dentre novidades, descobertas, estudos e muito mais sobre o assunto. Embarque conosco nessa imensidão de conhecimento e acompanhe a nossa nova série de matérias, que será apresentada nos próximos meses. 
Você está preparado? Então vamos lá!


MACONHA: UM PEQUENO GUIA
Contra ou a favor? Para formar qualquer opinião, é fundamental compreender informações básicas. No Brasil, o uso é proibido tanto para uso recreativo quanto medicinal


Por: Fernanda Teixeira

Relatos de 2700 a.C. descrevem o cultivo e o uso da Cannabis sativa, a maconha, como analgésico e ansiolítico na China. No final do século 19, cigarros da planta e extrato do líquido eram vendidos em farmácia - indicados, por exemplo, para induzir ao sono e controlar a bronquite crônica. Depois de décadas de proibição da cannabis e seus derivados ao longo do século 20, estados americanos e alguns países começaram a liberaram o uso médico da planta.
Nesses locais, a prescrição médica se baseia no equilíbrio das proporções de dois fitacanabinoides (os componentes que integram com o sistema endocanabinoide do cérebro) principais tetraidrocanabinol (THC) e canabidiol (CBD). Ou seja, variedades padronizadas da planta são receitadas de acordo com a maior ou menor porcentagem desses canabinoides.



Na Holanda, por exemplo, a variedade de Bediol (6% de THC e 7,5% de CBD), produzida de forma padronizada e distribuída em farmácias pela companhia Bedrocan, é indicada para alívio da dor e combate a processos inflamatórios. Seu uso não causa as alterações mentais características: da maconha recreativa porque a proporção mais alta de CBD (que tem propriedades antipsicóticas e ansiolíticas) ameniza a ação do THC, responsável pelos efeitos psicoativos - confusão mental, euforia, fluidez de pensamentos e outros que variam de uma pessoa para outra. Assim, é possível se beneficiar das qualidades terapêuticas do CBD e do THC (componentes que têm efeitos comprovados no controle de dores) sem sofrer alterações psíquicas como efeito colateral.


Nesse caso, a administração é feita por inalação, com o uso de um vaporizador, por exemplo. Como explica o neurocientista Sidarta Ribeiro, diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), é possível usar a maconha como fitoterápico desde que se tenha conhecimento da proporção de canabinoides. No caso da inalação por vaporizadores, é possível ter muito controle da dose. Os efeitos são imediatos e o médico pode administrar doses bem pequenas, medidas com precisão, até atingir o efeito desejado.*


DESCRIMINALIZAÇÃO
Nesse caso, o porte da droga para consumo próprio deixa de ser crime. Mas o tráfico continua sendo proibido

THCxCBD
São os componentes da maconha mais estudados 

O tetraidrocabinol (THC) é o agente responsável pelos efeitos psicoativos da planta. Atualmente, no Brasil, está na lista de substâncias proscritas da Anvisa. No exterior, é usado medicinalmente para tratar problemas como dores crônicas e efeitos colaterais da quimioterapia. 

O canabidiol (CBD) tem efeito ansiolítico, antipsicótico e anticonvulsivante. É uma substância de uso controlado no Brasil, de forma que medicamentos cujo CBD é o principal componente podem ser importados com prescrição médica. O Conselho Federal de Medicina (CFM) autoriza o uso compassivo da substância para tratar epilepsias refratárias em crianças e adolescentes.



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