ESPECIAL WEBSÉRIE
ESTUDO ROSA DO SERTÃO
DOCUMENTÁRIO SOBRE A OBRA GRANDE SERTÃO: VEREDAS
DE GUIMARÃES ROSA

O Conhecimento Cerebral em parceria com o Guia do Estudante apresenta:


ESTUDO

ROSA DO SERTÃO
Documentário percorre trajeto de vida narrado por Riobaldo em "Grande Sertão: Veredas" e mostra o que é o sertão de hoje, 60 anos após o lançamento do livro



O LIVRO, O AUTOR E A SÉRIE


Grande Sertão: Veredas é o grande legado da genial obra produzida pelo escritor mineiro Guimarães Rosa. Para muitos críticos literários, não só isso: o Grande Sertão: Veredas é o maior romance de formação já escrito em língua portuguesa.

O livro tem a alma do Brasil e do brasileiro. Trata de religiosidade, de fé no Bem e no Mal, de disputa de poder, de um povo trabalhador, de romances possíveis e impossíveis, de uma natureza esplendorosa.

QUEM É GUIMARÃES ROSA

Nascido em 27 de julho de 1908 em Cordisburgo (nome de origem alemã que significa algo como "terra do coração"), no coração do sertão de Minas Gerais, João Guimarães Rosa esqueceu de onde veio. Guimarães Rosa se tornou um dos grandes nomes da literatura brasileira com contos e romances inspirados em sua terra natal.

No dia 19 de novembro, completa-se 50 anos de sua morte. Um infarto tirou sua vida exatos três dias depois de assumir a cadeira número 2 da Academia Brasileira de Letras. Foi uma travessia cheia de histórias. Nasceu no interior mineiro e se formou médico. Casou-se com Lígia Cabral Pena, com quem teve duas filhas. Tornou-se diplomata e fixou -se no cargo de cônsul-adjunto do Brasil em Hamburgo, na Alemanha da Segunda Guerra Mundial. Casou-se novamente com Aracy de Carvalho.

Ao voltar ao Brasil, a Entidade literária Guimarães Rosa ganhou vida. Primeiro em seu livro mais célebre de contos, Sagarana, e depois com Corpo de Baile.  1956, publicou sua obra prima.

O QUE É GRANDE SERTÃO: VEREDAS

Em 2016, o romance completou 60 anos de sua primeira edição. O evento de seis décadas atrás transformou o movimento modernista brasileiro; já em sua terceira geração, em direção a uma pós-modernidade de novas linguagens e regionalismo. É verdade que o sertão já havia sido relatado em Os Sertões (1902), de Euclides da Cunha, e em Vidas Secas (1938), de Graciliano Ramos. Contudo, em Grande Sertão: Veredas a perspectiva é do próprio sertão.

"- Nonada". Exatamente assim que começa o romance. Trata-se de um neologismo de Guimarães Rosa. "Nonada" significa, no contexto, "não é nada". Se escreve e se lê como se fala. Sobretudo, como se fala no sertão. Assim, o autor logo em seu primeiro ato lança mão do maior triunfo de seu estilo: traz à tona na arte a fala e a cultura do sertanejo, por meio da linguagem e do ponto de vista.

Toda a narrativa é um produto de uma conversa do protagonista Riobaldo conosco, a quem trata como "doutor da cidade". Ele conta sua trajetória de vida: nascido filho de mãe pobre, criado pelo padrinho fazendeiro, tornado professor de jagunço, jagunço raso, jagunço chefe e, por fim, sua velhice em terras à margem do Rio São Francisco.

Nesta vida, de tudo ocorre. Há paz e há guerra. Há política e há violência. Há Deus e há o diabo. Há amor e há vingança. Em um vai-e-vém difícil de entender em muitos momentos. No fim, tudo faz sentido. Como encerra o autor, é uma: "Travessia".

O QUE É UMA WEBSÉRIE


É assim que Brasinha (veja mais a seguir) define a obra. Não cabe aqui relatar a sinopse do livro ou mesmo fazer sua análise literária, mas, sim, mostrar aquilo que inspirou Guimarães Rosa.



O documentário "Rosa do Sertão" percorreu o trajeto narrado por Riobaldo na obra e mostra em imagens e em relatos de gente de carne e osso o que é o sertão e o sertanejo de hoje, 60 anos após o lançamento do livro.

Na série, você poderá ver:

  • a Cordisburgo, onde nasceu Guimarães Rosa;
  • a vida de Andrequicé, de onde o escritor partiu em missão com um grupo de vaqueiros;
  • o encontro do Rio de Janeiro com o Rio São Francisco, onde Riobaldo encontra pela primeira vez Diadorim;
  • o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, na Chapada Gaúcha, local identificado na obra como o Liso do Susuarão;
  • o Paredão de Minas, palco da batalha final e da grande revelação;
  • e o Morro da Garça, cidadezinha próxima ao local onde o protagonista teria nascido e vivido após a aposentadoria do jagunço.
E poderá também ouvir e conhecer as histórias de:


  • Criolo (Francisco Guimarães Moreira Filho)
Hoje empresário aposentado, Criolo é filho de Chico Moreira, primo de Guimarães Rosa. Quando tinha 14 anos, ele participou da expedição de dez dias na qual o escritor acompanhou um grupo de vaqueiros que transportava centenas de cabeças de bois entre Andrequicé e Aracaí.

  • Brasinha (José Osvaldo dos Santos)
O comerciante é um dos mais célebres moradores de Cordisburgo. Ele se identifica como um especialista sertanejo e não acadêmico das obras de Guimarães Rosa e coleciona objetos raros e de valor sentimental em sua loja-mostruário. Brasinha conhece o livro inteiro de cor.

  • Willi Bolle
O professor de Literatura Alemã no Departamento de Letras da Universidade de São Paulo nasceu na Alemanha, mas há 40 anos vive no Brasil. O motivo da mudança: a obra de Guimarães Rosa. Ao ler Grande Sertão: Veredas, mudou-se para cá e é autor do livro Grande Grandesertão.br.

  • Maria Nardi
Ela é filha de Manuelzão, líder da expedição da qual Guimarães Rosa participou. O escritor e o vaqueiro se tornaram amigos e trocaram cartas durante anos. Maria cresceu ouvindo as histórias que seu pai contava sobre aquele evento.

  • Ronaldo Alves 
É diretor do Museu Casa Guimarães Rosa e conhece a história do autor e à cidade de Cordisburgo como poucos. O museu existe na mesma casa onde o escritor nasceu e passou toda a sua infância.

  • Anderson Lopes 
Trabalha como guia turístico na cidade de Chapada Gaúcha, que abriga o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, e é um grande estudioso da obra de Guimarães Rosa.

  • Jaú (Jacinto Pereira)
Também é guia turístico na cidade do Parque Nacional de Grande Sertão Veredas e cresceu entre os rios e árvores que povoam o Cerrado descrito na obra roseana.

  • João Peão (João Pereira de Oliveira)
O vaqueiro aposentado já viu e viveu de tudo no sertão. Ele conta que já domou boi bravo pelo chifre e que já encontrou até sereia emergindo de um rio.

  • Precatão (Carlos Roberto de Oliveira)
É o barbeiro mais requisitado de Cordisburgo. Em sua barbearia, relata seus casos mais incomuns: Já viu até homem de terno tocar boi no sertão.

  • Raimundo Pereira da Rocha 
Hoje aposentado do trabalho rural, Seu Raimundo ainda trabalha na produção de rapaduras artesanais. Ele viveu na pele a dureza do que era o sertão descrito no Grande Sertão.

  • Nestor Alves Souza
Morador do Paredão de Minas, está aposentado depois de anos de trabalho rural no sertão, que começava antes do sol nascer. Ele conta o dia a dia do que era o sertão de 60 anos atrás.

  • Adailton da Silva Pamplona 
O pescador acorda todo dia muito cedo para lançar sua rede no riacho que passa por Paredão de Minas. Ele lembra que a lenda de Diadorim, "mulher que parecia um rei", era forte na região.

  • Isabela, Milena, Gabriel e Mariana
Os jovens são integrantes do Grupo Miguilins, especialistas em contação de histórias: sabem de cor passagens das obras de Guimarães Rosa e as interpretam de forma esplendorosa.


CAPÍTULO 1
Guimarães Rosa, o amor pelo Sertão e pela obra


O primeiro episódio de Rosa do Sertão explica quem é Guimarães Rosa e o que é Grande Sertão: Veredas. Explica o contexto histórico no qual a obra foi produzida, relata a viagem do autor pelo sertão, mostra a paisagem do Cerrado e introduz a leitura crítica sobre o romance.



CAPÍTULO 2
Deus e o Diabo, a religiosidade e o misticismo do sertanejo


O segundo episódio discute a realização ou a não-realização do pacto de Riobaldo propõe ao Diabo em troca da vitória na guerra do sertão. E exibe toda a religiosidade e misticismo que estão vivos até hoje: relatos de pacto, do Diabo e até da sereia ainda existem.


CAPÍTULO 3
Sistema jagunço; protagonista da ficção e da vida real


O terceiro episódio destaque e explica o que é, afinal, o sistema jagunço. Sertanejos recordam e relatam como agiam e os mitos relacionados aos jagunços da vida real (como Antonio Dó) e a vida difícil do trabalhador rural, coagido à quase escravidão por fazendeiros e capatazes.


CAPÍTULO 4
Amor oculto: o romance impossível de Riobaldo e Diadorim


O quarto e último episódio trata do amor e a lenda da existência de uma Diadorim da vida real. Há a tensão de um amor impossível que permeia a obra desde o primeiro encontro, ainda infantil, de Riobaldo e Diadorim na travessia do Rio de Janeiro com o Rio São Francisco.


CRÉDITOS

Produção e realização
Fellipe Abreu
Ismael dos Anjos
Luiz Felipe Silva

Direção de Fotografia
Fellipe Abreu

Roteiro
Luiz Felipe Silva

Montagem
Luiz Felipe Silva
Vitor Pessoa

Edição e Finalização
Vitor Pessoa

Digitação para o blog e criação do ESPECIAL WEBSÉRIE:
Lilian Capitanio Freitas

ESPECIAL WEBSÉRIE ESTUDO ROSA DO SERTÃO DOCUMENTÁRIO SOBRE A OBRA GRANDE SERTÃO: VEREDAS DE GUIMARÃES ROSA foi retirado do site GUIA DO ESTUDANTE (Acesso: 09/03/2019)

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