HISTÓRIA:
VESTIBULAR E ENEM



O Enem e os vestibulares estão chegando, e junto com eles, as temidas provas que englobam e requerem muito conhecimento sobre os mais diversos assuntos e disciplinas. A história é uma delas. Aliás, uma das mais importantes. Por isso, para ajudar você ainda mais em seus estudos, à partir de agora, o Conhecimento Cerebral irá disponibilizar gratuitamente, os assuntos mais importantes dessa disciplina com o conteúdo didático, baseado na atualidade, do Guia do Estudante (GE)O material será dividido em capítulos, de acordo com o livro GE - História: Vestibular e Enem 2018, e ao final de cada um deles, serão disponibilizados exercícios para que você treine e memorize o que foi aprendido, preparando-se para os vestibulares e concursos públicos. O Conhecimento Cerebral agradece e deseja bom estudo!


CAPÍTULO 5: BRASIL COLÔNIA - INDEPENDÊNCIA


INDEPENDENTE SÓ NO GRITO
Em 1822, após um longo processo, o Brasil finalmente obteve sua soberania política - mas ela não veio acompanhada da independência econômica nem de grandes transformações na estrutura social


A separação política da colônia brasileira e Portugual foi declarada oficialmente em 7 de setembro de 1822. Ela resultou de um processo iniciado com revoltas emancipacionistas no final do século XVIII e início do XIX (veja infográfico abaixo), a vinda da corte portuguesa ao Brasil e a crise do sistema colonial. Fatores externos, como a independência dos Estados Unidos, a Revolução Francesa e as guerras napoleônicas e a pressão da Inglaterra pela liberação dos mercados consumidores americanos - aos quais queria vender seus produtos industrializados - também influenciaram a emancipação.

VINDA DA CORTE PORTUGUESA

Em 1806, o bloqueio comercial à Inglaterra imposto na Europa continental por Napoleão Bonaparte foi desrespeitado por Portugal, que dependia economicamente dos britânicos. A invasão francesa ao território lusitano, como retaliação, tornou-se iminente, e, em 1807, o regente português, o futuro dom João VI, e sua corte fugiram para o Brasil.


Assim que chegou à colônia, no início de 1808, o monarca declarou a abertura dos portos às nações amigas. Com a possibilidade de comercializar com outros países que não a metrópole, o Brasil ficou praticamente livre do pacto colonial. A novidade fez com que a elite econômica brasileira compreendesse melhor a necessidade da independência como uma maneira de aumentar seus lucros. Ao mesmo tempo, a Inglaterra, que passou a dominar nosso mercado após a abertura dos portos, viu que o fim do controle de seu aliado Portugal sobre o Brasil não impactaria as relações com nosso país. Formou-se, assim, uma espécie de aliança entre a elite brasileira e a inglesa.

A família real instalou-se no Rio de Janeiro, transformando em capital do reino português. Em 1815, o governo joanino (como era conhecida a administração de João VI) elevou o Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves, em sua política externa, dom João VI dominou a Guiana Francesa, entre 1808 e 1817, em represália a Napoleão, e ocupou a Cisplatina (atualmente Uruguai) entre 1821 e 1828.

REGÊNCIA DE DOM PEDRO

Em 1820, em Portugal, a burguesia tomou o poder por meio da Revolução do Porto. Foi instalada uma monarquia constitucional baseada nas Cortes Constituintes (Parlamento). Elas obrigaram dom João VI a retornar a Portugal e a jurar lealdade à Constituição recém-promulgada. Ele voltou e deixou em seu lugar, como regente do Brasil, seu filho dom Pedro, que deveria conduzir a separação política, caso fosse inevitável.

Pela Constituição portuguesa eram claras as intenções do novo governo em recolonizar o Brasil. Também era exigência das Cortes a volta de dom Pedro à Europa. O príncipe regente, entretanto, resistiu às pressões, as quais considerava uma tentativa de esvaziar o poder da monarquia. Formou-se em torno dele um grupo de políticos brasileiros que defendiam a manutenção do status do Brasil de Reino Unido a Portugal.

Em 29 de dezembro de 1821, dom Pedro recebeu um abaixo-assinado de representantes da elite nacional pedindo que não deixasse o Brasil. Sua decisão de ficar foi anunciada em 9 de janeiro do ano seguinte, no episódio conhecido como Dia do Fico.

INDEPENDÊNCIA

Entre os políticos que cercavam o regente estava José Bonifácio de Andrada e Silva, ministro e conselheiro de dom Pedro. Ele lutou, num primeiro momento, pela manutenção dos vínculos com Portugal. Porém, ao perceber que o rompimento era necessário, tornou-se o primeiro ideólogo da independência do Brasil, entrando para a história como o Patriarca da Independência. Fora do círculo da corte, líderes liberais passaram a criticar pesadamente o colonialismo português e a defender a total separação.

Em 3 de junho de 1822, dom Pedro recusou fidelidade à Constituição portuguesa e convocou a primeira Assembleia Constituinte brasileira. Em 1° de agosto, ele declarou inimigas as tropas portuguesas que desembarcassem no país. Cinco dias depois, assinou o Manifesto às Nações Amigas. Nele, defendeu a independência do Brasil.

Em protesto, portugueses anularam a convocação da Assembleia Constituinte brasileira, ameaçaram enviar tropas e exigiram o retorno do príncipe regente. Ao receber cartas com tais exigências, em 7 de setembro, dom Pedro proclamou a independência do Brasil. Em 12 de outubro foi aclamado imperador e, em 1° de dezembro, coroado, recebeu o título de dom Pedro I.


No início de 1823, realizaram-se eleições para a Assembleia Constituinte, encarregada de elaborar e aprovar a Constituição do Império. Entretanto, o órgão entrou em divergência com dom Pedro I e foi fechado em novembro. O texto acabou sendo elaborado pelo Conselho de Estado - instituição nomeada pelo imperador - e foi outorgado (ou seja, imposto) em março de 1824. Com a Constituição em vigor e vencida as últimas resistências portuguesas nas províncias, a separação entre colônia e metrópole estava concluída. O reconhecimento oficial da independência pelo governo português, porém, só viria em 1825, quando dom João VI assinou o Tratado de Paz e Aliança entre Portugal e Brasil.


SIGNIFICADO

A independência do Brasil representou o triunfo do conservadorismo de José Bonifácio. Ele promoveu a independência mantendo a monarquia e o caráter agrário, latifundiário, escravocrata e exportador da economia, favorecendo os interesses da elite local. Apesar da soberania política, o Brasil continuou economicamente dependente, agora da Inglaterra. Era dos ingleses que compravámos quase tudo e era a eles que vendíamos a maioria de nossa produção, restrita a produtos primários. Além disso, contraímos volumosos empréstimos dos britânicos, o que nos deixou ainda mais submissos ao seu poder econômico.


Págs. 94 e 95 (GE: HISTÓRIA: VESTIBULAR+ENEM 2018)

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