FELIPE MASSA DIZ "MAIS IMPORTANTE NA WILLIAMS FOI VOLTAR A TER RESPEITO DA EQUIPE"

Na edição de hoje, a jornalista Tatiana Cunha da FOLHA, entrevistou o piloto brasileiro de F-1, Felipe Massa, que disputa hoje pela Williams o GP de Abu Dhabi. Apesar de não ter tido muitos bons resultados neste ano, o piloto pensa que a temporada foi positiva. Além disso, comenta sobre a troca de Fernando Alonso e sobre sua carreira. A entrevista completa você pode conferir a seguir. A divulgação das informações somente tem objetivo de levar conhecimento ao público em geral. Por isso, lembramos que o Conhecimento Cerebral respeita qualquer tipo de opinião e não é a favor de plágio. Ainda incentivamos o apoio a qualquer veículo de comunicação, desde que priorize a elaboração de informações úteis e verdadeiras.


Por: Tatiana Cunha

"A segunda parte do Mundial de F-1 de 2015 não foi como Felipe Massa esperava. Após um bom começo de ano, perdeu pontos importantes e caiu da quarta para a sexta posição no campeonato. Ainda assim, o balanço que faz de sua segunda temporada pela Williams é positivo.
Prestes a disputar neste domingo o GP de Abu Dhabi, às 11h (de Brasília), seu 38º pela equipe, afirma que encontrou no time o respeito que não tinha na Ferrari.
Em entrevista à Folha, diz que a chegada de Fernando Alonso em 2010 foi prejudicial para ele e a Ferrari. 'Ele era uma peça importante que precisava ser trocada e foi. Acho até que demorou um pouco para isso acontecer'.
Aos 34 anos, com contrato com a Williams por mais um, Massa diz que não se vê por muita mais tempo na F-1, mas que ainda é cedo para saber o que fara. 'Imagino que vou continuar correndo'."



Tatiana Cunha (FOLHA): "Como foi este ano?"
Felipe Massa: "Foi bom, não fantástico. Na segunda parte perdemos muitos pontos em corridas como Cingapura, EUA, Brasil. Espero fazer uma temporada melhor em 2016."

Tatiana Cunha (FOLHA): "Está em seu segundo ano na Williams. Qual foi a maior diferença ao mudar de time?"
Felipe Massa: "Sempre fui um cara que trabalhou muito pela equipe. Sempre estou na fábrica, no simulador, em reuniões. Sempre estou dando minhas ideias. Sempre trabalhei mais que o Kimi [Raikkonen], que o [Fernando] Alonso. Talvez o Valtteri [Bottas] seja o que mais se aproxima de mim neste sentido. Acho que o que mais me deu tranquilidade foi respeito que consegui."

Tatiana Cunha (FOLHA): "Teve medo de trocar o certo pelo incerto ao sair da Ferrari?"
Felipe Massa: "Tive. Está certo que naquele momento já não era mais totalmente certo. Acabei perdendo o respeito que tinha na equipe, havia muita política lá dentro e muitas coisas acontecendo de uma maneira incorreta. Vimos que muita gente saiu do time depois que eu saí, muita gente foi mandada embora. Eu não estava com medo de trocar porque acho que era a hora. Para mim o fundamental é que troquei pela equipe certa e fiquei muito feliz."

Tatiana Cunha (FOLHA): "A chegada de Alonso na Ferrari teve papel importante na crise?"
Felipe Massa: "Sim, sem dúvida. Demais."

Tatiana Cunha (FOLHA): "Não foi coincidência a melhora do time agora que ele saiu..."
Felipe Massa: "Não. Era uma peça importante que precisava ser trocada e foi. Depois de mim, mas foi. Acho que acabou demorando um pouco para isso acontecer. Não só ele como outras coisas erradas que estavam acontecendo."

Tatiana Cunha (FOLHA): "Qual dos seus companheiros foi o que mais te deu trabalho?"
Felipe Massa: "O Alonso, sem dúvida. Foi o companheiro que me fez sofrer mais, não só pelo trabalho na pista, mas na equipe. Ele tem um poder incrível de trazer a equipe para ele e é muito difícil para o companheiro não se prejudicar."

Tatiana Cunha (FOLHA): "E qual foi o melhor?"
Felipe Massa: "O [Michael] Schumacher também tinha a equipe para ele, mas na posição que eu estava naquela época era bacana trabalhar com ele, aprendi muito. O Kimi não trabalha muito bem em equipe, mas é um cara que te respeita e a política não existe. Isso funcionou bem na nossa parceria. Não tenho problemas também com o Valtteri e não existe política entre a gente."

Tatiana Cunha (FOLHA): "Você procurou um psicólogo em 2012. Ainda conta com ele?"
Felipe Massa: "Não. Eu precisava naquele momento porque não estava bem comigo mesmo, com meus resultados. Lado financeiro estava bem, como piloto de F-1 correr pela Ferrari é tudo, mas não estava feliz. Precisava trabalhar minha cabeça para voltar a ser feliz. Agora eu estou feliz."

Tatiana Cunha (FOLHA): "Disse há pouco que não se vê na F-1 por muito mais tempo. Consegue imaginar quanto?"
Felipe Massa: "Preciso ver o ano que vem como vai ser e aí começar a pensar nisso. Se eu tiver uma chance decente, se eu puder estar num time profissional, que precisa da minha ajuda, que me queira, continuo."

Tatiana Cunha (FOLHA): "Se parar, o que gostaria de fazer?"
Felipe Massa: "Devo continuar correndo, talvez WEC [Mundial de Endurance], ou até a F-E [com carros elétricos], que hoje não tem carro muito atraente, mas pode crescer."

Tatiana Cunha (FOLHA): "Seu filho, o Felipinho, já está namorando os karts..."
Felipe Massa: "Ainda é cedo. Se ele tiver um talento para isso, posso ajudar. Mas quero ser o pai dele, não um empresário."




A entrevista acima foi retirada do jornal FOLHA DE S. PAULO - EDIÇÃO DIGITAL, nº 31 651, B2. Esporte. 29 de novembro de 2015, domingo (Acesso: 29/11/2015)


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