SAÚDE


As informações a seguir foram retiradas do site do jornal O ESTADO DE S. PAULO, por isso o conteúdo pertence exclusivamente ao site. A divulgação das informações somente tem objetivo de levar conhecimento a todos que acessam o Conhecimento Cerebral.

"ZIKA É OFICIALMENTE LIGADO À MICROCEFALIA"
"Ministério confirma relação após exame realizado em criança no Ceará; Houve ainda registro da segunda morte associada à doença, de uma garota de 16 anos"


Por: Lígia Formenti

"O Ministério da Saúde confirmou oficialmente a relação entre a epidemia de microcefalia identificada no Nordeste e a infecção pelo Zika. O Instituto Evandro Chagas, do Pará, identificou a presença do vírus, transmitido pelo Aedes aegypti em exames feitos em uma criança no Ceará que nasceu com microcefalia e outras doenças congênitas. Além da ligação com microcefalia, o ministério confirmou a segundo morte associada ao zika. Trata-se de uma garota de 16 anos, da cidade de Benevides, no Pará. Ela morreu no mês passado, com suspeita de dengue.
Este acha é, a exemplo da microcefalia, considerado de extrema importância por técnicos do ministério. Desde que chegou ao Brasil, no início do ano, o zika vírus era considerado como um problema de menor gravidade. Não havia registros na literatura internacional mortes ligadas à doença, que até agora era chamada de 'prima fraca' da dengue.
Com a segunda morte confirmada, o ministério decidiu mudar o protocolo de tratamento do paciente. A recomendação agora é que serviços de saúde passem a dispensar para possíveis casos de agravamento da zika semelhante ao que é realizado nos casos de dengue."


"Na sexta-feira, o Instituto Evandro Chagas já havia confirmado a morte de um paciente com zika. O achado, embora relevante, foi analisado com cuidado pelos especialistas, por causa das condições do paciente, ele apresentava lúpus, uma doença autoimune que pode ter graves consequências quando o organismo é afetados por bactérias ou vírus, como é o caso do zika. 'Era um paciente mais vulnerável', afirmou um integrante da equipe de pesquisa. O segundo caso, no entanto, acendeu o alerta vermelho. A menina apresentou como primeiros sintomas dor de cabeça, náuseas e pontos vermelhos na pele e nas mucosas em setembro. Ela morreu no fim de outubro.
O ministério diz estar estudando as razões tanto do caso do surtos de microcefalia nos bebês quanto da morte de pacientes brasileiros, ambos provocados pelo zika. A microcefalia, embora seja um achado de grande impacto para a saúde pública, já era de certa forma esperado. Há duas semanas, conforme antecipou o Estado, a presença do zika já havia sido identificada em exames do líquido amniótico de dois fetos da Paraíba com microcefalia.
Como se trata de um assunto inédito na literatura, o ministério optou por continuar investigado antes de fazer uma afirmação categórica. Diante do terceiro caso de bebê nascido com má-formação, os técnicos do ministério afastaram qualquer dúvida. O mesmo, no entanto, não pode ser afirmado sobre as mortes provocadas pela infecção do vírus. Esse achado pegou de surpresa a comunidade científica nacional."


"Primeiro trimestre. Com a constatação, outras pesquisas deverão ser realizadas para tentar decifrar a atuação do zika no organismo, como ele ataca o sistema nervoso em formação dos fetos e período de maior vulnerabilidade das gestantes. A tese mais provável avaliada pelos pesquisadores, é que o maior risco para o feto ocorreria ainda no primeiro trimestre da gestação, período em que o sistema neurológico do feto está em formação. O governo notificou a Organização Mundial da Saúde sobre os dois achados. Nesta semana, técnicos do Centro de Contro de Doenças, dos Estados Unidos, desembarcaram no Brasil para participar das investigações, a convite do Ministério da Saúde.
Ao mesmo tempo em que procura cura, respostas para os dois problemas até então nunca vistos em associação com o zika, o governo deve reforçar as medidas para combate e controle do Aedes aegypti, mosquito transmissor tanto da dengue quanto do chikungunya e do zika. Levantamento feito pelo ministério mostra que 854 municípios, o equivalente a quase 50% da mostra -, estavam em situação de risco ou de alerta para as doenças, em razão do alto número de criadouros do mosquito.
O pesquisador da Fiocruz, Rivaldo Cunha, em entrevista ao Estadão, afirmou que o País está diante da ameaça de uma 'tríplice epidemia' que se não for evitada, poderá resultar em uma 'tragédia sanitária."


Informações retiradas do jornal O ESTADO DE S. PAULO - VERSÃO DIGITAL, Nº 44602 - Ano 36 - pág. A15. Metrópole. 29 de novembro de 2015, domingo (Acesso: 29/11/2015)


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog