GRAMÁTICA: O PORTUGUÊS DIFERENTE DA FALA



Você sabe o que significa a palavra Gramática? Segundo o dicionário da Língua Portuguesa MICHAELIS, é o estudo dos elementos de uma língua (sons, formas, palavras, construções e recursos expressivos); ou seja, a Gramática nada mais é do que compreender as regras que compõem a estruturação do idioma falado, no nosso caso, a Língua Portuguesa. Nesta nova série de estudo chamada GRAMÁTICA: O PORTUGUÊS DIFERENTE DA FALA, iremos aprender que a escrita é muito diferente do modo como falamos, e sabemos o porque isso acontece. Convido-os agora, a aventurar-se na complexidade de um idioma chamado português, que é a quinta língua mais falada do hemisfério, tendo nove países utilizando-a como idioma oficial.


O livro Português [gramática] volume 1 da Coleção concursos públicos - o passo decisivo para sua aprovação, é um ótimo material para você que, precisa estudar português para concursos ou vestibulares. Além de bem simples, ele é muito explicativo e de fácil entendimento. Por isso, decidimos que esta postagem da série irá trazer a explicação sobre Ortografia que, para quem não sabe, vem do grego orto = certo ou correto + grafia = escrita, ou seja, a Ortografia nada mais é do que a escrita correta, ou o estudo da mesma. Como sabemos, é de extrema importância que se tenha conhecimento de todas as regras gramaticais, principalmente as regras adicionadas no Acordo Ortográfico, que entrou em vigor em 2009. Se você gostou da ideia e quer aprender mais, confira a matéria abaixo, que ainda traz alguns exercícios de fixação.




A REFORMA ORTOGRÁFICA

Desde 1º janeiro de 2009 está em vigor o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que impõe várias mudanças em nossa ortografia, especialmente quanto ao emprego do hífen e à acentuação, assim como em relação à abolição do trema e à introdução das letras K,W e Y no alfabeto oficial.
A lei que instituiu a Reforma no Brasil estabeleceu um período de transição de 4 anos. Até 2012, as duas grafias serão consideradas corretas no País. Assim, as bancas examinadoras de concursos públicos serão obrigadas a aceitar respostas e textos escritos de acordo com a regra antiga ou com a nova regra. Após o prazo de adaptação, apenas a nova grafia adotada no Acordo será reconhecida.
Embora tenha sido promulgado pelo governo brasileiro em 29 de setembro de 2008, o Acordo Ortográfico foi concebido em 1990. Assim, não estranhe quando encontrar nas provas de concursos referências ao "Acordo Ortográfico de 1990", firmado nos países de língua portuguesa, com o objetivo de estabelecer e defender a unidade desse idioma.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são países participantes do Acordo.
Nas próximas páginas serão apresentadas as mudanças introduzidas pelo Acordo Ortográfico no português do Brasil, paralelamente às demais regras de ortografia em vigor no País, que não sofreram modificação.

O ALFABETO


  • Devem-se usar as letras K, W e Y apenas em casos especiais.

! Atenção:


USO DAS LETRAS

S ou Z?
  • Adjetivos derivados de substantivos concretos escrevem-se com S: (ês, esa).

  • Os sufixos -esa e isa, formadores de feminino, são escritos com S.

  • Grafam-se com S as terminações -ase, -ese, - ise, - ose.

  • Radicais com Z originam palavras com Z. Radicais com S originam palavras com S.

  • Verbos de radicais não terminados em S ou Z recebem o sufixo -zar, com Z.

  • As formas dos verbos pôr e querer (e seus derivados) são escritas com S. As formas dos verbos que já têm Z são escritas com Z.

  • Depois de ditongo, escreve-se S, e não Z.

  • Palavras derivadas de radicais com nd, rg, rt grafam-se com S (ns, rs).

  • Substantivos derivados de adjetivos escrevem-se com Z (ez, eza).

SS OU Ç?

  • Palavras derivadas dos radicais -ceder, - primir, - gredir, - mitir escrevem-se com SS.

  • Depois de ditongo, escrevem-se as letras C ou Ç, e não SS.

  • Radicais terminados em - TO geram palavras com C ou Ç.

X OU CH?

  • Depois de ditongo, usa-se X, e não CH.

Exceções:
caucho, cauchal, recauchutagem.

  • Usa-se X após os grupos iniciais me- e en-.

Exceções:
charco - > encharcar; chumaço - > enchumaçar; cheio - > encher; anchova ou enchova.

G OU J?

  • Escreve-se a letra G nas terminações -agem, -igem, -ugem.

! Atenção:


  • Escreve-se a letra G nas terminações -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio.

  • Grafam-se com J palavras de origem indígena, árabe ou africana.

Exceções:
álgebra, algema, algeroz.

USO DO HÍFEN

O hífen, ou traço de união, é um sinal [ - ] com várias funções na escrita da língua portuguesa. Com a Reforma Ortográfica, houve várias alterações no emprego desse sinal. Nas próximas páginas, você verá uma síntese dessas modificações.

1. Hífen usado na composição de palavras novas
  • Compare as palavras abaixo e veja como têm sentidos diferentes:

! Atenção!

2. Hífen usado para separar elementos sufixados


3. Hífen usado para separar elementos prefixados

Com a Reforma Ortográfica, o emprego ou não di hífen em vocábulos formados por prefixos ou falsos prefixos sofreu várias alterações. Veja como ficou e como se escrevia antes.

  • Emprega-se o hífen nos casos em que o prefixo ou falso prefixo terminar com vogal e o segundo elemento começar com vogal igual.

Como era

Como ficou

! Atenção!

  • Não se emprega o hífen quando o prefixo ou falso prefixo terminar com vogal e o elemento seguinte começar com r ou s, duplicando-se essas consoantes.

Como era

Como ficou

  • Não se emprega o hífen quando o prefixo ou falso prefixo terminar com vogal e o elemento seguinte começar com vogal diferente.

Como era

Como ficou

  • Não se emprega hífen quando a noção de composição já não existe.
Como era

Como ficou

  • Não se emprega hífen quando o prefixo terminar em R e o elemento seguinte começar com vogal.

Exemplos

  • Com o prefixo sub-, usa-se hífen quando o segundo elemento começar com B e R.
Exemplos

4. Locuções
  • Em geral, aboliu-se o hífen das locuções.
Como era

Como ficou

5. O uso do hífen permanece











6. Prefixos que sempre pedem hífen

  • Essas regras não foram alteradas pela Reforma Ortográfica.

USO DOS PORQUÊS

Observe:
Queremos saber por que (motivo) não nos convocaram.
A razão por que (pela qual) estão agindo assim não foi esclarecida.


Observe:
São perceptíveis mudanças no clima por quê (motivo)?


Observe: 
O porquê de tanto esforço só você pode entender.


Observe:
Ele voltou para a mulher porquê detestava silêncio.


ACENTUAÇÃO GRÁFICA

As regras de acentuação foram criadas para padronizar a leitura das palavras portuguesas. Elas têm como objetivo deixar clara a posição silábica tônica das palavras. Com a Reforma Ortográfica, houve mudanças em algumas regras especiais.

Posição da sílaba tônica

Quanto à tonicidade, as palavras podem ser divididas em:
  • oxítonas: a sílaba tônica é a última.
  • paroxítonas: a sílaba tônica é a penúltima.
  • proparoxítonas: a sílaba tônica é a antepenúltima.
Regra geral

Não foi alterada pela Reforma.
  • Monossílabos tônicos: acentuam-se os terminados em:

  • Oxítonos: acentuam-se terminados em:

  • Paroxítonos: acentuam-se os terminados em:

  • Proparoxítonos: acentuam-se todos.

Regras especiais

Ditongos éi, ói e éu abertos
  • Eram acentuados quando abertos e tônicos. Com a Reforma, o acento deixou de existir nas palavras paroxítonas.

O acento permanece
  • Nas palavras oxítonas e nos monossílabos tônicos: anéis, papéis, réis, anzóis, caubói(s), constrói(s), céu(s), réu(s), chapéu(s), mausoléu(s)...
Atenção!

Observação:
Pasteizinhos, aneizinhos, anzoizinhos, chapeuzinhos não são acentuados porque os ditongos éu, éi e ói saíram da sílaba tônica.

Hiatos
  • O emprego do acento nos hiatos foi modificado pela Reforma.

Grupos gue, gui, que, qui
  • Dentre as mudanças está a abolição do trema.
Acentos diferenciais de intensidade
  • Todos foram abolidos, com exceção do acento circunflexo em "pôr" e "pôde" (verbo).
Observação:

É opcional o uso de acento em: fôrma ou forma (utensílio, molde) x forma (verbo "formar").

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