DOSSIÊ ANSIEDADE:
DE ONDE ELA VEM. PARA QUE SERVE. E COMO SE LIVRAR DESSE SUFOCO.
- "O MAL DO SÉCULO" -

Você já teve ou tem ansiedade? Certamente sua resposta foi sim. E não dá para não dizer que, a ansiedade virou o tema para muita coisa, desde notícias a matérias de jornais e revistas, está na televisão e no rádio, é assunto de livros e trabalhos nas faculdades, e até mesmo, Best-seller. Se você ainda não está convencido da veracidade desse mal, que pode ser tão benéfico, quando nos ajuda a se proteger de acidentes ou algo perigoso, mas também pode atormentar, com fobias das mais variadas e claro, pensamentos negativos que podem atrapalhar em qualquer momento. Para muitos, confundida com a depressão, por ter muito em comum. A ansiedade ainda é um dilema para muitos que convivem com ela diariamente. Mas já há inúmeros tratamentos para que possa ser amenizada, e seus sintomas, menos nocivos. Por isso, é importante procurar ajuda quando for preciso. Psicólogos, terapeutas e psiquiatras com certeza irão ajudar muito e da forma correta, a enfrentá-la e tratá-la. E é por isso que, à partir de agora, conheça o DOSSIÊ ANSIEDADE: DE ONDE ELA VEM. PARA QUE SERVE. E COMO SE LIVRAR DESSE SUFOCO. - "O MAL DO SÉCULO" -, que reúne preciosas informações e dicas, para levar mais conhecimento a sua vida e assim, te ajudar a enfrentar seus medos e claro, a ansiedade. 

3. COMO TRATAR - TERAPIAS, MEDICAMENTOS, ALIMENTAÇÃO, EXERCÍCIOS, MEDITAÇÃO. CONHEÇA OS TRUQUES PARA DRIBLAR A ANGÚSTIA


"MENTES SACIADAS"
"Distúrbios alimentares vêm acompanhados de ansiedade. E, para combatê-los, o cérebro precisa de alguns nutrientes específicos. A boa notícia? É só incluí-los na dieta"


Por: Laís Soares*
        Clarissa Barreto [colaboração]
        Shutterstock [fotos]

"Frio na barriga, dores no estômago. Ou quem sabe peso, enjoo, sensação ruim na região do baixo ventre? A ansiedade não acontece só do pescoço para cima.
Como todos os outros órgãos do nosso corpo, um cérebro azeitado também depende de uma alimentação adequada. Parece óbvio, mas essa relação é mais complexa do que se imagina. O cérebro é formado por bilhões de conexões nervosas, e o seu bom funcionamento depende da comunicação entre os neurônios, feita pelos neurotransmissores, as substâncias-chave para entender como a escolha de uma dieta influencia o cérebro.
Atuando em diferentes áreas do sistema nervoso, incluindo as sensações, funções motoras, memória e aprendizado, os 'mensageiros' do cérebro são feitos a partir de aminoácidos, que podem ou não ser produzidos pelo corpo. Os que não são produzidos naturalmente chamam-se aminoácidos essenciais, e precisam ser obtidos a partir de uma dieta balanceada. Assim, quando a alimentação não fornece as quantidades necessárias deles, como o triptofano, presente na carne e nos feijões, que garante a produção da serotonina, cria-se uma comunicação problemática entre os neurônios, em função da queda na produção de neurotransmissores.
Mas e a ansiedade nessa história? De acordo com a pesquisa Feeding Minds: the Impact of Food on Mental Health (Alimentando Mentes: O Impacto da Comida na Saúde Mental), desenvolvida pelo grupo britânico The Mental Health Foundation, existem quatro grupos de neurotransmissores que, quando deficientes no organismo, podem causar sintomas relacionados a depressão e ansiedade, além de sensações como apatia, desmotivação e irritação (veja box abaixo)."


"Alimentos e substâncias como bebidas com cafeína, chocolate, frituras, álcool e nicotina também têm uma alta capacidade de ativar os neurotransmissores que estão escassos no cérebro, liberando uma sensação de prazer temporário. Embora seja impossível negar os benefícios psicológicos imediatos dessas substâncias, a ação delas no cérebro não passa de uma enganação a longo prazo."


"Sabe aquela sensação de bem-estar depois de comer um chocolate? Você está sendo manipulado. Ao comer uma certa quantidade de chocolate, seu cérebro fecha alguns receptores para tentar regular a inundação de noradrenalina (neurotransmissor responsável por deixá-lo feliz depois de um pedaço de chocolate) que está recebendo, processo conhecido como down-regulation. Com o passar do tempo, uma barrinha do doce já não faz o mesmo efeito no seu corpo, pois seu cérebro se acostumou com aquela quantidade. Assim, sei desejo por chocolate aumenta e você tende a comer cada vez mais para obter a mesma sensação. Essa relação pode se transformar em um círculo vicioso, em que o cérebro estabelece a down-regulation em resposta a certos alimentos. Por isso é tão difícil resistir a 'só mais um pedacinho'."


"QUANDO A FOME VEM"

"Embora não estejam no mesmo capítulo da bíblia da mente, o DSM-V, publicação que é um apanhado das doenças mentais, é quase impossível dissociar os transtornos alimentares da ansiedade - não é a toa que andam de mãos dadas. A OMS estima que 1% da população do mundo sofra com algum tipo de transtorno alimentar. Os mais conhecidos são a bulimia (quando a pessoa come e força a expulsão do alimento com vômito ou laxantes) e a anorexia (quando o paciente praticamente corta a alimentação por pânico de engordar) - e a ansiedade assombra ambos. Em mais da metade dos casos das doenças, foram também diagnosticados transtornos da ansiedade. Entre os mais comuns, estão a ansiedade generalizada, a fobia social e os transtornos obsessivos-compulsivos.
'O paciente torna-se refém do corpo e de sua imagem, bem como do prato, aumentando a ansiedade e o mal-estar. E piora muito a sua saúde devido à desregulação nutricional decorrente do transtorno alimentar, como ocorre no comer insuficiente, nos vômitos incontroláveis ou no uso interminável de laxantes. Isso realimenta o TAD (sigla para transtornos de ansiedade e depressão), e aí os problemas se exponenciam', diz o psiquiatra Breno Serson, doutor em Ciências Cognitivas, no livro Transtornos de Ansiedade, Estresse e Depressões.
Há outros transtornos alimentares ligados à ansiedade. A compulsão alimentar periódica é quando o paciente come muito e mais rapidamente que o normal, até se sentir empanturrado. Em geral, come sozinho por vergonha das quantidades de alimentos que ingere mesmo sem sentir fome. No final, sobram repulsa, depressão ou culpa.
No outro extremo, está a vigorexia que, apesar de não ser enquadrada como um transtorno alimentar no DSM-V, vem crescendo. É a preocupação excessiva com o corpo musculoso e a alteração da rotina em função do excesso de exercícios e de dieta rigidamente controlada. A ortorexia, que também não é um distúrbio catalogado, é a busca pela alimentação saudável ao extremo, a ponto de a pessoa deixar de comer se não souber exatamente a procedência do alimento, nutrientes etc.
'Algumas pessoas acreditam que, ao comer um alimento 'proibido', a 'gordura' vai direto para o quadril ou para a barriga', diz Serson. 'O mais correto é fazer uma reeducação alimentar geral e dentro do que é razoável e consagrado'. Isso, claro, envolve mudar os padrões de comportamento. Comer pode, sim, ser um prazer sem culpa. E sem ansiedade."

"NEUROTRANSMISSORES DA ALEGRIA"

Serotonina
O QUE É O neurotransmissor 'da felicidade' é um dos mais populares quando se fala em alimentação e comportamental. A serotonina é formada pelo aminoácido triptofano.
SUA ESCASSEZ CAUSA mau humor, falta de sono, ansiedade e desânimo.
ONDE ENCONTRAR Para evitar as sensações indesejadas, é recomendada a ingestão de alimentos como carnes e queijos com pouca gordura, ovos e feijões. O consumo de carboidratos também é importante. Apesar de não possuírem concentração de triptofano na composição, os pãezinhos e massas aumentam a disponibilidade da substância no cérebro.

Ácido gama-aminobutírico (GABA)
O QUE É É um neurotransmissor que tem maior controle sobre a ansiedade. O GABA é um forte sedativo do sistema nervoso e inibe a atividade das áreas excitatórias do cérebro. Ainda é responsável pela formação da acetilcolina, é produzida pelo corpo, mas precisa ser complementada com a alimentação.
SUA ESCASSEZ CAUSA dificuldade de concentração, confusão e esquecimento. A colina, responsável pela formação da acetilcolina, é produzida pelo corpo, mas precisa ser complementada com a alimentação.
ONDE ENCONTRAR Em alimentos como ovos, fígado, salmão, atum, sardinha e couve-flor. Para garantir uma produção regular de acetilcolina no organismo, ainda é necessário incrementar o consumo de alimentos ricos em vitaminas B.

Catecolaminas
O QUE É Uma classe de neurotransmissores que incluem dopamina, adrenalina e noradrenalina, e são responsáveis pela regulação do humor.
SUA ESCASSEZ CAUSA falta de motivação e concentração, além de um desejo incontrolável por alimentos e substâncias estimulantes, prejudiciais para o tratamento da ansiedade.
ONDE ENCONTRAR A tirosina, responsável pela formação das catecolaminas, precisa de alguns nutrientes para funcionar. Assim, frutas e verduras com alta concentração de vitamina C, como laranja, e cereais integrais são essenciais para garantir o equilíbrio.


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