CONHECIMENTO CEREBRAL DESTACA CRISE HÍDRICA!
 
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A matéria a seguir foi publicada pela revista Planeta, edição de abril de 2015. Portanto, todos os direitos autorais pertencem exclusivamente à revista e não devem ser copiados sem a divulgação de seu nome.
 
"ÁGUA RECICLADA"
"Reuso converte efluentes em água limpa e é apontado como uma saída sustentável para a crise hídrica"
 



"Crise hídricas graves exigem respostas rápidas - e, ao mesmo tempo, disposição para investir em soluções de longo prazo. No caso do Sudeste brasileiro, ainda em maio a uma estiagem sem precedentes, especialistas apontam para a água de reuso como uma dessas saídas para o futuro. E um futuro nem tão distante assim. Nada mais é do que tratar o esgoto, de modo a transformá-lo em água limpa novamente. Grosso modo, água de reuso é água reciclada. As galerias subterrâneas tidas como um lugar fétido e insalubre, portanto, podem ser uma fonte e tanto de recursos. Só na Região Metropolitana de São Paulo, calcula-se que 60 mil litros de esgoto sejam produzidos por segundo.
Segundo o professor Ivanildo Hespanhol, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), a prática de reuso para fins não potáveis é uma realidade em diversos estados americanos e em países como a África do Sul, Austrália, Bélgica, Namíbia e Singapura. No Brasil, também. Em São Paulo, a Sabesp produz água de reuso desde 1998. Hoje, cinco das suas estações de tratamento de esgoto estão equipadas para reciclar água, somando uma capacidade produtiva de 600 litros por segundo. Consomem essa água 23 empresas e três órgãos públicos, em atividades como geração de energia, resfriamento de equipamentos, limpeza de pátios e ruas e desobstrução de galerias.
A água reciclada, em geral, serve para complementar o abastecimento público. 'Os fundamentos ambientais, de saúde pública e gerenciais, assim, como os sistemas de tratamento avançados e as técnicas de certificação da qualidade da água já disponíveis nos permitem produzir água segura a partir do esgoto', diz o professor. Por isso, não se constataram, até agora, problemas de saúde pública associados ao reuso.
No Brasil, o desconhecimento da população é uma das dificuldades para a implantação do reuso. 'O público tem uma percepção negativa sobre estar tomando água de esgoto', avalia o professor. É uma visão, no entanto, que poderia ser contornada com altas doses de educação ambiental. 'Temos tecnologia para garantir a qualidade da água, de modo a proteger a saúde do consumidor. É uma tendência'."
 

"A matéria-prima do reuso é o esgoto doméstico e industrial. A responsabilidade de tratamento, no primeiro caso, é das companhias de saneamento. As empresas brasileiras, segundo Hespanhol, já entraram fortemente no reuso interno. Elas tratam os efluentes e usam a água resultante para irrigação de áreas verdes, lavagem de pisos, edificações e veículos. Tem espaço para reuso até em hospitais. No Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, um sistema que custou pouco mais de R$1 milhão trata a água do banho e das torneiras, depois utilizada para abastecer o sistema de ar-condicionado e os vasos sanitários do prédio."
 
"ONDE USAR?"
 
"Uma proposta de destinação da água reciclada é para a atividade que mais gasta o recurso em todo o mundo: a agricultura. Estima-se que 70% da água consumida no Brasil siga diretamente para as lavouras. 'A irrigação com água de reuso traria uma enorme vantagem, econômica e financeira. O esgoto tratado adequadamente contém nutrientes e matéria orgânica, que ajudam a aumentar a capacidade do solo de reter a água', diz Hespanhol. 'A grande vantagem direta é que o esgoto não seria jogado nos rios. Ele voltaria para o solo, mesmo lugar de onde, um dia, ele veio'.
Aos poucos, o reuso começa a ser visto como uma alternativa interessante para quem demanda grandes volumes de água - e água barata. Em Campinas, a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) possui um sistema avançado de tratamento na estação Capivari II. Nele, são produzidos 53 litros de água de reuso por segundo, ou cerca de 4,5 milhões de litros por dia. Uma parte considerável desse volume acaba sendo devolvido para clientes como o Corpo de Bombeiros, que usa o recurso para apagar incêndios. A irrigação do gramado do estádio Brinco de Ouro da Princesa, onde joga o Guarani, também é feita com água de reuso."
 

A matéria acima foi retirada da revista PLANETA - Ano 42 - edição 508. ESPECIAL "O DESAFIO DA ÁGUA". Abril de 2015. Todos os direitos autorais são reservados exclusivamente à revista PLANETA e a Editora Três.
 

 

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