CONHECIMENTO CEREBRAL
CONTEÚDO DESCOMPLICA

Chegamos em mais um ano de preparação para o Vestibular e Enem, e com ele, todas aquelas dúvidas de o que estudar e como estudar, não é mesmo? Pois fique tranquilo. Além de todo conteúdo voltado a esse assunto, como matérias, atualidades, dicas de redação e conteúdo de disciplinas como História, Geografia, Biologia, Português, entre outras, o Conhecimento Cerebral traz a partir de agora, mais uma série para te ajudar a treinar seus conhecimentos e adquirir novos também. Estamos falando do CONHECIMENTO CEREBRAL CONTEÚDO DESCOMPLICA, uma nova série do blog com conteúdos novos, atualizados e fáceis de você entender e aprender. Então agora, é só você ler e estudar,  e claro, sonhar com aquela vaga tão sonhada na faculdade de sua preferência com o curso que você deseja. Bom estudo!




REDAÇÃO
CONCLUSÃO: FUNÇÕES E ESTRATÉGIAS


O que é conclusão?
A ideia de que o texto está chegando ao fim parece, de alguma forma, aliviar o aluno. Porém, o parágrafo de conclusão é justamente o que precisa de maior atenção, uma vez que fecha a redação e retorna todos os argumentos apresentados.
Se o parágrafo conclusivo termina o texto, é fundamental que ele, assim como a conclusão, retorne ao ponto de vista apresentado. Entretanto, esse não é o único papel aqui. Podemos encontrar dois objetivos na conclusão: um de retornar o direcionamento, concluindo o raciocínio, e outro de fechar, de forma criativa, o texto. Ao cumprir essas funções, criamos uma relação muito forte com o parágrafo de introdução - produzimos um texto que funciona como um circuito. Isso deixa claro o planejamento e roteiro feitos anteriormente, qualidade essencial para um 1000.

A retomada do direcionamento

Se a característica principal de um circuito é voltar ao início, precisamos retomar, então, a opinião global do texto. Isso justifica a necessidade de uma função que traga para a conclusão a tese apresentada no parágrafo introdutório. Isso também torna o texto mais global, planejado, pensado anteriormente, o que o difere das outras redações, produzidas por "inspiração".

A estratégia é simples: não é interessante copiar literalmente a tese apresentada na introdução. Nesse sentido, sugerimos, sempre, a construção de uma paráfrase, ou seja, de um período que diga exatamente a mesma coisa que a tese disse, mas com outras palavras, em outros termos. Veja os exemplos:

Tema: O valor dos animais de estimação no mundo de hoje.

Direcionamento (introdução): Nos últimos tempos, porém, a mídia tem vinculado casos extremos de maus-tratos e até morte de animais, o que nos leva a uma discussão que precisa ser prioridade no coletivo: se esses seres são tão importantes, por que não cuidar e respeitar?

Retomada do direcionamento (conclusão): Fica claro, portanto, que o valor dos bichos de estimação na sociedade de hoje, apesar de grande, não é compartilhado por todas as pessoas.

Tema: O valor da educação nas transformações sociais do Brasil

Direcionamento (introdução): Tal destaque dado pela campanha evidencia a necessidade de integrar a educação nessas transformações, relação que, apesar de fundamental, não é tão expressiva na atualidade.

Retomada do direcionamento (conclusão): Fica claro, portanto, que, apesar de crucial, o papel transformador da educação não tem sido aproveitado no Brasil.

Uso de conectivo conclusivo

Na construção de um parágrafo conclusivo, é muito importante que você use um conector, algo que, de certa forma, por meio de seu valor semântico, mostre que o texto está chegando ao fim. Invista em alguns usos, como o do "dessa forma", o do "portanto", o do "assim", o do "nesse sentido", o do "logo", o do "por fim" e evite usos mais metalinguísticos, como "conclui-se" e "pode-se concluir".

Apesar de, normalmente, colocarmos esse conectivo no início da frase, alguns alunos preferem deslocá-lo, a fim de ganharem em ritmo textual e domínio da linguagem. Gramaticalmente, não há problema, desde que o conector seja utilizado entre vírgulas. Experimente utilizar, então, expressões como "torna-se evidente, portanto, ..." e outras.

Fechando de forma criativa

É de se esperar um fechamento no parágrafo de conclusão. Qualquer coisa diferente disso pode ser recebida de forma negativa. Entretanto, a previsibilidade desse desfecho é muito comum, o que, de certa forma, pode ser evitado com algumas técnicas interessantes.

Não há fórmulas que ensinem esse fechamento. Na verdade, espera-se que, por meio de algum desfecho, o aluno traga um "algo mais" para o texto, ultrapassando as fronteiras da redação.

Dê uma olhada no parágrafo a seguir, sobre os limites da liberdade de expressão.

Diante de uma sociedade que atira no outro sem pensar nos efeitos desse tiro, é importante planejar soluções que busquem não desarmar - o que seria censura, ferindo os direitos de expressão -, mas educar, de forma que cada palavra seja consciente e busque um debate produtivo. Resta saber se quem ultrapassa esses limites ajudará na resolução desse problema. Com esse auxílio, poderemos, finalmente, educar sem precisar desarmar e evitar que debates como os de 1989 e 2014 se repitam no Brasil e no mundo.

É possível perceber que o aluno optou por apresentar uma espécie de reflexão, com soluções para o problema apresentado. Houve, ainda, uma retomada da contextualização apresentada - que já vimos em outro momento - e do próprio título da redação ("Educar sem desarmar"), investindo em circularidade.

Técnicas de fechamento criativo

Há diferentes formas de se fechar um texto. No parágrafo apresentado anteriormente, por exemplo, utilizamos uma técnica de reflexão, aprofundando a discussão e apresentando um problema. Mostramos, ainda, soluções para o que foi apresentado - não tão detalhadas, mas importantes na questão discutida. Criamos uma ressalva, de forma que as propostas apresentadas dependam de uma ação por parte dos criadores do problema - se não houver concordância, não conseguiremos resolver a questão. Por fim, criamos um desfecho conectando ideias da introdução e da conclusão, criando o circuito comentado anteriormente.

Você pode, como ferramenta de fechamento:

  • Criar uma reflexão que vai além do que já foi discutido no texto;
  • Criar uma ressalva, cercando o leitor e evitando questionamentos ("e se não aceitarem mudar?");
  • Criar uma conexão com o parágrafo de introdução, de forma metafórica ou retomando a contextualização;
  • Criando uma conexão com o título do texto, explicando o "desembrulhamento" o seu conteúdo.
Propostas de intervenção

Essa não é a segunda função de todos os parágrafos de conclusão. Na verdade, a presença das propostas na conclusão nem chega a ser obrigatória. Mas a nossa defesa tem fundamentos: em uma prova corrigida de forma muito rápida - o caso do ENEM -, é muito importante que todos os pontos analisados pelas competências estejam muito evidentes na sua redação. Se a grande maioria dos alunos apresenta propostas no último parágrafo, é muito provável que, procurando intervenções, o leitor olhe diretamente para a conclusão do seu texto. A ideia, então, se você mostrou problemas - e até as causas e consequências - no seu desenvolvimento, é muito normal que as propostas venham logo depois deles, né? E o melhor lugar, sem dúvidas, é a conclusão.

Essas propostas precisam ter duas características muito importantes: em primeiro lugar, é preciso que elas sejam aplicáveis ao tema e ao que foi dito no texto. Não faz sentido propor soluções na área da educação se o problema não tem relação com algum trabalho feito nas escolas, né? Além disso, as propostas precisam ser detalhadas. A ideia é: além de dizer o que é necessário fazer, é importante mostrar quem pode ajudar nisso e, é claro, como isso pode ser feito. Vamos ver um exemplo?

Torna-se evidente, portanto, que setor privado e instituições de ensino em nada ajudam na resolução do problema, que só cresce, sendo necessário, então, que se recorra a outros agentes sociais, de forma que estimulem uma ação por parte dos omissos. Em primeiro lugar, o governo, em parceria com as ONGs, pode criar campanhas de doação livros, a fim de incentivar a adoção das leituras habituais sem custo por parte das escolas. Além disso, a mídia pode auxiliar seus lançamentos, para que as vendas aumentem e, então, seus preços sejam reduzidos. Só assim, estimulando o hábito de ler na raiz, amor e felicidade na leitura pregados pelos dois grandes autores serão, finalmente, características do leitor contemporâneo.

Título

É normal que um aluno pergunte se o título é obrigatório. Mais normal ainda é o questionamento com relação aos pontos descontados pela falta desse título. De certa forma, todas essas dúvidas estão equivocadas. O fato é que a colocação do título depende da exigência da Banca - e, se não exigido, da vontade do leitor. Em uma prova que não pede a formulação de um título, não colocá-lo não tratá problemas.

De qualquer forma, tal estrutura funciona sempre como um "perfume" a mais na redação. Por isso, apresentá-la pode ser interessante, se bem pensada e construída. Para isso, é essencial que você conheça bem a definição de título e que estruturas evitar.

O título funciona como uma síntese sugestiva da redação. Isso significa que, de forma curta, sintética, apresenta a mensagem que a redação quer passar. Seu papel é o interesse do leitor, seduzindo-o.

Um bom título comprova um bom planejamento. Dá a impressão de que você pensou bem no que estava escrevendo - e organizou bem suas ideias. Trata-se de um tipo de mensagem cifrada, que será decifrada, desembrulhada ao longo do texto, daí o valor da circularidade citada no ponto anterior.

Fórmulas desgastadas

Há alguns modelos que precisam ser evitados. Muitos alunos, em vez de aproveitar o valor do título, apresentam ideias óbvias, repetitivas e até genéricas. Veja uma lista do que você precisa evitar.
  • Utilização do "x" ou "versus": Guerra x Paz
  • Perguntas com "ou": Discurso de ódio: intolerância ou liberdade de expressão?
  • Tom publicitário: Brasil, um país de todos.
  • Repetição do tema: Violência no Brasil (para o tema "Violência no Brasil").
  • Termos genéricos: Violência.
CONHECIMENTO CEREBRAL CONTEÚDO DESCOMPLICA foi retirado do material do curso DESCOMPLICA EXTENSIVO DO ENEM (Professor: Eduardo Valladares/ Rafael Cunha Monitora: Bruna Saad/ Bernardo Soares), págs. 2, 3 e 4. Todos os direitos autorais são reservados exclusivamente ao Descomplica.

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